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H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 1. Lingüística Aplicada
PRODUÇÕES DE ALUNOS A PARTIR DA LEITURA DE TEXTOS - A AUTONOMIA RELATIVA
Rita de Cássia Souto Maior Siqueira Lima 1   (autor)   ritasouto@ig.com.br
Rita Maria Diniz Zozzoli 1   (orientador)   ritazoz@uol.com.br
1. Depto. de Letras Clássicas e Vernáculas, Universidade Federal de Alagoas - UFAL
INTRODUÇÃO:
Este estudo, inserido num projeto maior entitulado A Autonomia Relativa Do Sujeito Leitor E Produtor De Textos Em LM E LE , objetiva apresentar o esquema de uma pesquisa que trouxe como resultado a análise de uma observação efetuada em uma sala de 2a. série do ensino fundamental de escola pública ,da cidade de Maceió. Teve, como alvo, produções escritas por alunos com faixa etária de 7 a 12 anos, ressaltando a intrínseca relação entre leitura (seja ela incitada na escola ou no meio familiar) e produção. Essa relação constitui o espaço para progressão de produção de sentido, podendo-se levantar a hipótese de que essa progressão nada mais é do que a constatação da autonomia relativa do sujeito . Foi pedido a esses alunos que, após a leitura de um texto do livro didático, eles produzissem um outro a partir do que foi lido. Examinando a compreensão que emana das produções desses leitores/produtores do ensino fundamental
METODOLOGIA:
A pesquisa se efetuou como um estudo descritivo de uma sala de aula. No que se refere a posicionamentos dos sujeitos, tanto espaciais, como pessoais– diante de propostas de trabalhos escolares–, foi montado um esboço individual (com entrevistas pessoais dos alunos) e coletivo (através da observação e de anotações de campo do ambiente estudado) dos alunos nesta sala inseridos. Contextualizando-os, como sujeitos particulares e complexos num ambiente único e também complexo, logo , o que se fez foi um estudo de caso de cunho etnográfico, onde as estratégias de pesquisa tentassem abarcar de forma satisfatória o contexto e complexidade numa visão qualitativa de pesquisa.
RESULTADOS:
A partir dos dados obtidos foi possível perceber como fatores combinados num contexto podem trazer à tona o que é chamado de relações de força (ORLANDI,1988:12). Essa autora postula como o lugar social dos interlocutores é parte indispensável no processo de significação. Mas também, pode-se salientar que, independentemente, talvez, dessa constituição sociológica-cultural dos indivíduos, os sujeitos têm posturas individualizadas e já é possível perceber alguns indícios de atitudes de autonomia relativa, mesmo com a presença de certo grau de passividade, moldada, às vezes, pelo ambiente escolar, que subjacente a posturas ditas tradicionais, camuflam exigências que os sujeitos absorvem na sua constituição como leitores/produtores de textos.
CONCLUSÕES:
É possível supor que – em um trabalho de desenvolvimento escolar ,onde os discursos se interliguem e sejam vistos como parte processual de uma constituição identitária de um sujeito crítico, e, a ele seja permitido refletir não só sobre a forma mas concomitantemente sobre o conteúdo – a escola asseguraria “(...) para além de uma função puramente pedagógica, uma função de legitimação dos saberes vernaculares que não deveria limitar-se ao domínio da linguagem, mas estender-se ao conjunto das práticas culturais>.” (DABÈNE, apud ZOZZOLI, 1998:211). Dessa forma teríamos potencialmente sujeitos não só limitados a executar tarefas mas também prontos a exercerem sua autonomia crítica relativa.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Compreensão; Autonomia relativa; Produção textual.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004