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B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
RIO CUIABÁ NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE CUIABÁ: ASPECTOS QUANTITATIVOS E MUDANÇAS NA SUA SEÇÃO TRANSVERSAL.
Rubem Mauro Palma Moura 1   (autor)   rubemauro@bol.com.br
José Pedro Garcia da Rocha 1   (autor)   
Cláudia Pereira Guimarães 1   (colaborador)   claudinhacba3@hotmail.com
Belmiro Martins de Souza 1   (colaborador)   
Bruno Martins de Souza 2   (colaborador)   MARTINS.BRUNO@BOL.COM.BR
Airdes de Fátima da Silva Nogueira 1   (colaborador)   
Belmiro Martins de Souza Júnior 1   (colaborador)   
1. Depto. de Engenharia Sanitária e Ambiental, FAET, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
2. Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET.
INTRODUÇÃO:
Durante as décadas de 1980 e 1990, a Defesa Civil do Estado de Mato Grosso, fez chamar a atenção para um fenômeno que, além de despertar interesse de toda a população, ainda contestava dados quantitativos, auferidos, pelo CPRM, UFMT e Furnas, ao divulgar dados de vazão do Rio Cuiabá na Estação do Porto.
A cada período anual de seca, tendo a régua limnimétrica da Estação do Porto como referencial e sem levar em conta uma possível alteração da seção padrão, alardeava a falência do mesmo, com uma vazão decrescente. Era de enorme importância contestar esses dados, uma vez que a população estava em pânico, pois as notícias catastróficas e alarmantes eram mais interessantes para a imprensa, que as publicava com destaque.
Passamos então a analisar a série histórica onde podemos tirar dados importantes referindo-se a altura da régua na década de 1970 com a sua respectiva vazão, assim como altura e vazão no final da década de 1990, antes da influência da Usina Hidroelétrica de Manso.
Constatamos então alterações significativas na seção padrão na Estação do Porto, mostrando um aprofundamento do leito do Rio no perímetro urbano.
Esse aprofundamento do leito do Rio Cuiabá ocorreu por diversos motivos, os quais citamos:
٭Retirada de areia pelas dragas, sem nenhuma orientação técnica, para construir moradias e vias públicas, para uma população que passou de 120000 hab. para 700000 hab;
٭A construção da Av. Beira Rio, elevando o seu gryd;
٭A obra de retificação e chegada do Córrego Mané Pinto no Rio Cuiabá.
METODOLOGIA:
Correlação das leituras dos níveis d’água com as respectivas vazões e posteriormente levantamentos topobatimétricos na seção de medição, referente ao período de 1933 até 2003.
As leituras dos níveis de água foram feitas nas réguas fluviométricas instaladas na margem esquerda do Rio Cuiabá, próximo à captação da SANECAP, no bairro do Porto ao lado da praça Luis de Albuquerque.
A medição de vazão foi feita por uma equipe técnica utilizando um barco com motor, e dividindo-se a seção transversal em várias verticais, com auxílio de um cabo de aço graduado instalado margem a margem na seção de medição, onde foi medida a velocidade da água com um molinete fluviométrico fixado a um lastro, operado por um guincho fluviométrico que também indica a profundidade das verticais. A vazão líquida total é obtida pela somatória de cada elemento de área.
A batimetria das seções transversais são levantadas com eco batímetro e guincho fluviométrico e lastro de 30 Kg, na calha do rio, as margens são niveladas com aparelhos topográficos e a localização fornecida por G.P.S (coordenadas geográficas).
RESULTADOS:
Os resultado obtidos nos leva a compreensão de que o N.A do Rio Cuiabá, no trecho estudado, e mais precisamente no entorno da Ponte Julio Muller, sofreu um rebaixamento de aproximadamente 1,20 m.
Essa pesquisa visa restabelecer a verdade sobre a vazão do rio Cuiabá na estação do Porto, mostrando-a íntegra, apesar de toda a ocupação desordenada à montante, principalmente pela atividade da agricultura e pecuária.
Mostrar o aprofundamento da calha do rio no trecho descrito, mudando inclusive a compreensão de que a enchente de 1974, fora a maior desde o monitoramento do rio Cuiabá, evidenciando através de dados de medição de vazão, que a cheia de 1995 fora maior, não trazendo os transtornos daquela, justamente pelo aprofundamento da calha do rio.
CONCLUSÕES:
A constatação de que a vazão do Rio Cuiabá continua integra em torno de 903 m /s e que a calha do mesmo, de fundo móvel, sofreu aprofundamento nos remete a outra observação.
A Usina Hidroelétrica de Manso (UHM) que na sua concepção de uso múltiplo e que causou um impacto ambiental inerente às obras dessa natureza, invocava como uma das suas principais finalidades o controle das cheias nos perímetros urbanos das cidades.
Se tivessem optado pela dragagem com técnica, minimizariam os efeitos das enchentes, com um custo de obra e danos ambientais bem menores.
Instituição de fomento: FINEP-CNPq
Palavras-chave:  Vazão Líquida; Leitura de Níveis de Água (N.A); Topobatimetria.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004