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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional
A QUALIDADE DE VIDA E SEUS INDICADORES FÍSICOS E SÓCIO–AMBIENTAIS DE SUSTENTABILIDADE NO MUNICÍPIO DE BARCARENA-PARÁ
Rosivan Alves Nilander 1   (autor)   rosivannilander@yahoo.com.br
Armin Mathis 1   (orientador)   armin@gpa21.org
1. Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará - NAEA/UFPA
INTRODUÇÃO:
A preocupação com a qualidade de vida urbana assumiu grande importância no debate político e científico, em especial a partir década de 1960, devido ao rápido e desordenado crescimento das cidades. Constata-se que a despeito do imenso progresso e avanço tecnológico alcançados pela humanidade nos últimos cem anos, o modelo de desenvolvimento adotado gerou também ampliação da desigualdade na distribuição de bens e serviços e nas condições de vida da população, além de profunda degradação ambiental. Mais do que isto, as gigantescas concentrações urbanas, os níveis alarmantes de poluição e a degradação sócio-ambiental suscitam dúvidas acerca da real possibilidade de sobrevivência da espécie humana enquanto tal e das outras formas de vida no planeta. Desta forma, evidencia-se hoje a incapacidade do modelo de desenvolvimento de gerar mais e melhor qualidade de vida; ao contrário disto, além de não se conseguir erradicar a ignorância, a violência e a pobreza, agravou-se a situação social e ambiental e consolidaram-se, especialmente nas grandes cidades, enormes disparidades sócio-espaciais em todos os aspectos. Neste contexto, a deterioração ambiental crescente assume importância central levando à consciência dos limites ao crescimento, devido à finitude dos recursos naturais, abalando a utopia materialista de consumo de forma irreversível.
METODOLOGIA:
A metodologia utilizada para a avaliação da Qualidade Ambiental da Vida em Barcarena, em nível local, partiu do principio da participação popular, considerando os indicadores relacionados com os aspectos físico e sócio - ambientais. Para a aplicação da proposta foram utilizados os indicadores concernentes à problemática nas comunidades que compõem o município. De modo a atender ao objetivo deste trabalho aplicaram-se à lista de indicadores aos critérios essenciais: a) critérios que um indicador deve atender (relevância, representatividade, escala apropriada, qualidade dos dados, mensurabilidade, importância, suporte de decisões, ambigüidade); b) critérios preferenciais: critérios que um indicador pode atender (sensibilidade, resultabilidade, custo, integrabilidade, compreensibilidade, previsibilidade ou tendência), selecionando 16 indicadores elaborados para o município. A eles foram criados: O Índice da Qualidade de Vida Urbana e o de Vulnerabilidade Social, buscando verificar o nível de participação entre a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada, a partir das mudanças sócio espaciais decorrentes do processo de instalação dos grandes projetos mínero-metalúgico nesse município.
RESULTADOS:
A análise dos resultados baseou-se na criação do IQVU (Índice de Qualidade de Vida Urbana) e do IVS (Índice de Vulnerabilidade Social), sendo trabalhados para serem desenvolvidos ao longo do tempo, requerendo com isso, que sejam abordados aspectos mais gerais, com a finalidade de demonstrar o quanto os índices atenderam aos objetivos estabelecidos para a sua elaboração. O cálculo desses índices possibilitou uma hierarquização das unidades de planejamento, ou seja, das comunidades que compõem o município, de acordo com os valores obtidos. O Índice varia de 0,0 (zero) a 1,0 (um) expressando um atributo positivo da Qualidade de Vida Urbana, quanto maior seu valor, melhor a condição das unidades de planejamento (UPs), sendo que todos os indicadores e variáveis foram formulados nessa lógica.
CONCLUSÕES:
Pudemos observar que não é fácil definir qualidade de vida bem como os seus padrões e seus indicadores, pois neles estão contidos fatores subjetivos, que levam em conta a percepção que o indivíduo tem em relação ao seu ambiente e ao seu próprio modo de vida. Além disso, existem os fatores objetivos – econômicos, sociais, políticos, que se manifestam distintamente no espaço, possibilitando interpretá-los de várias maneiras. É necessário que se façam estudos de qualidade de vida e ambiental para que, através deles, medidas sejam tomadas para que as pessoas consigam sobreviver neste mundo tão desigual e tão degradado social e ambientalmente, dizendo. Além disso, é preciso que haja uma participação e educação do público no controle ambiental, o que conseqüentemente proporcionará uma melhor qualidade de vida e quem sabe possamos chegar um pouco mais perto de tão almejado desenvolvimento sustentável.
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq - Fundação FORD
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Desenvolvimento sustentável; Indicadores de sustentabilidade; Qualidade de vida.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004