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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
VARIAÇÃO ESPACIAL NA ESTRUTURA POPULACIONAL DE Hyphessobrycon eques EM LAGOAS MARGINAIS DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO RIO CUIABÁ, PANTANAL MATOGROSSENSE.
Wilhan Rocha Cândido Assunção 1   (autor)   wilhanrocha@yahoo.com.br
Jerry Penha 2   (orientador)   
Lúcia Mateus 3   (co-orientador)   
1. DEPARTAMENTO DE BIOCIENCIAS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT.
2. DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA E ECOLOGIA – INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – UFMT.
3. DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO ANIMAL – FAMEV – UFMT.
INTRODUÇÃO:
A estrutura de uma população é em boa medida condicionada pelos atributos ambientais locais. Pequenas variações nesses atributos podem se refletir em mudanças nos parâmetros que descrevem a estrutura de uma população. Em áreas alagáveis, fatores regionais, como o padrão de enchentes, determinam variações nas condições locais dos lagos, como cobertura por macrófitas aquáticas, duração e extensão da conexão com o rio e condições físico-químicas. Essas diferenças locais se refletem na estrutura das populações dos organismos lacustres, determinando variações em características de seu crescimento, como o comprimento, o peso e o coeficiente de alometria. Neste trabalho avaliamos se a estrutura populacional do peixe Hyphessobrycon eques, pertencente a ordem Characiforme, Sub-Família Tetragonopterinae, conhecido popularmente como Mato Grosso, varia espacialmente entre lagoas marginais do rio Cuiabá, Pantanal.
METODOLOGIA:
Foram realizadas coletas em 5 lagoas marginais da planície de inundação do rio Cuiabá na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) SESC-Pantanal, localizada no município de Poconé - Mato Grosso, entre os dias 14 e 16 de outubro de 2003. Os peixes foram coletados com o auxílio de rede arrasto medindo 10 x 2,50 metros (malha 5 mm) e peneira de tela de mosquiteiro medindo 1,10 x 0,80 metros. O comprimento padrão (mm) dos individuos foi medido usando-se paquímetro digital. O peso total (g) foi obtido com auxilio de balança analítica de precisão. As variações na abundância entre as baías foram avaliadas com o teste Qui-quadrado (X2). O teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para comparar as distribuições de freqüência de comprimento entre as baías. O tamanho dos indivíduos foi comparado com análise de variância (ANOVA). A normalidade dos resíduos foi avaliada através de inspeção de gráficos de probabilidade e testes de assimetria e curtose. Como os dados de peso não atenderam ao pressuposto da normalidade, a análise foi realizada com a raiz quadrada do valores observados. Essa comparação seria mais adequada com a análise de covariância (ANCOVA), que pode retirar o efeito do comprimento na variação do peso. Porém, essa análise não foi utilizada porque os dados não atendiam ao pressuposto do paralelismo das retas (p=0,000).
RESULTADOS:
Indivíduos de Hyphessobrycon eques foram capturadas em 4 das 5 lagoas amostradas. A análise dos dados indicou que a abundância variou entre as lagoas (X2 = 206,658; g.l.= 3; p=0,000). A população foi mais abundante na baía do Tatu com 235 indivíduos seguido da baía do Riozinho com 91 indivíduos e a menos abundante foi a baía dos Biguás com 56 indivíduos seguida da baía de Sto Antônio com 51 indivíduos sendo que não foram encontrados indivíduos na baia das Conchas. As populações das quatro baías apresentaram distribuições de freqüência em peso polimodal sugerindo vários eventos reprodutivos ao longo do ano. O teste de Kolmogorov-Smirnov indicou que as distribuições de freqüência de comprimento das baías do tatu e biguá eram iguais (p=0,084) e que estas diferiram das demais baías (p<0,01). A Baía afetou o tamanho dos indivíduos, tanto em peso (F=27,073; g.l.=3 e 424; p=0,000) quanto em comprimento (F=16,559; g.l.= 3 e 412; p=0,000). Comparações a posteriori com o Teste de Bonferroni indicaram que os indivíduos da baía Sto Antônio eram significativamente mais pesados (0,151 g; se = 0,007) do que os indivíduos das outras baías. Indivíduos da baía Riozinho (0,090 g; se = 0,002) eram significativamente menores que os da baía Sto Antônio e Tatu (0,131 g se = 0,003), mas não diferiam dos indivíduos da baía dos Biguás (0,108 g se = 0,007).
CONCLUSÕES:
O estudo indica que a estrutura populacional do Hyphessobrycon eques é afetada pelas condições ambientais locais. A variação da estrutura populacional depende das condições do ambiente e dependente do habitat que e oferecido pelas lagoas. Populações ocorrendo em diferentes lagoas apresentam diferentes estruturas.
Instituição de fomento: PELD/CNPq/UFMT - site 12 – Pantanal Norte
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Hyphessobrycon eques; Estrutura populacional; Pantanal.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004