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E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 2. Inspeção de Produtos de Origem Animal
LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICAS DAS FEIRAS LIVRES DO MUNICÍPIO DE CUIABÁ/MT: ENFOQUE SOBRE O LOCAL, OS MANIPULADORES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
Eduardo Eustáquio de Souza Figueiredo 1   (autor)   figueiredoeduardo@hotmail.com
Henrique Santana Elesbão 1   (autor)   henrique.elesbao@bol.com.br
Marcus Falcão Imbelloni 1   (colaborador)   falcaovet@bol.com.br
Alceu Ferreira dos Santos 1   (colaborador)   alceuvet@hotmail.com
Sávio Amado 2   (orientador)   s.amado@cpd.ufmt.br
1. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
2. Prof. Dr. Faculdade Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
INTRODUÇÃO:
Os produtos de origem animal comercializados em feiras livres, podem conter microorganismos causadores de toxinfecções, oriundos muitas vezes dos descuidados com a higiene do local, dos equipamentos e utensílios e da falta de higiene e asseio pessoal por parte dos manipuladores de alimentos. Assim, o objetivo desta pesquisa foi realizar um diagnóstico da atual situação higiênica dos locais, dos manipuladores, dos equipamentos e utensílios nas feiras livres da cidade de Cuiabá/MT.
METODOLOGIA:
Inicialmente foi realizado um questionário que abordava questões como: a existência de orientação aos feirantes, possibilidade de veiculação de doenças por alimentos, presença de sanitários nas feiras e a posse da carteira sanitária (exigida pela Vigilância Sanitária do município para os comerciantes de alimentos).
Também foi observado alguns aspectos relacionados as: Condições do local
(localização, destino dos resíduos, eliminação de águas utilizadas e iluminação), Condições dos equipamentos e utensílios (condições de conservação, limpeza, funcionamento e material) e das Condições de higiene sanitária do pessoal envolvido com manipulação e venda (vestuário, asseio pessoal e hábitos higiênicos).
Este procedimento foi realizado em 20 feiras livres da cidade de Cuiabá, onde foram entrevistadas e avaliadas as condições higiênicas de 40 comerciantes de produtos de origem animal.
RESULTADOS:
Os locais onde ocorrem as feiras livres no município de Cuiabá são inadequados, sendo geralmente vias públicas. As áreas possuem focos de insalubridade, não possuem sanitários, quando presentes apresentam-se em péssimas condições sanitárias. Também não existe ponto de água corrente nas bancas para possibilitar a higienização das mãos e dos equipamentos e utensílios. A iluminação das bancas é feita através de ligações clandestinas.
Podem ser encontrados vários instrumentos de madeira, comprovadamente inadequados para este fim, já que são de difícil limpeza e permitem o acúmulo de material orgânico e microorganismos. Dos feirantes, 29 (72,5%) não utilizavam vestimenta adequada (tonalidade branca e limpa). Também constatou-se uma deficiência no aspecto de asseio pessoal e hábitos higiênicos por parte dos manipuladores de alimentos. Isso pode ser correlacionado com a alta proporção 26 (65%) dos feirantes que nunca receberam nenhum tipo de orientação ou treinamento por parte dos órgãos fiscalizadores. Além disto 27 (67,5%) dos feirantes desconhecem a possibilidade de transmissão de doenças por alimentos, o que pode justificar os descuidados com os hábitos higiênicos cometidos durante a manipulação dos produtos.
CONCLUSÕES:
Diante dos aspectos observados nota-se, que muitos problemas relatados com relação aos locais de realização das feiras se devem a falta de investimentos no setor. A deficiência quanto à manipulação e muitas vezes quanto à conservação dos produtos de origem animal são flagrantes.
Portanto a falta de informação e educação sanitária dos comerciantes e consumidores podem ser observados, não havendo consciência dos riscos potenciais que estas práticas podem acarretar a saúde da população.
Palavras-chave:  condições higiênicas; comercialização de alimentos; feiras livres.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004