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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
DIVERSIDADE DE PEIXES EM LAGOAS MARGINAIS DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO RIO CUIABÁ, PANTANAL MATO-GROSSENSE.
Leandro Junior Baginski 1   (autor)   leandrobaginski@zipmail.com.br
Lúcia Aparecida de Fátima Mateus 2   (orientador)   lmateus@terra.com.br
Jerry Magno Ferreira Penha 3   (colaborador)   
1. Graduando do Curso de Ciências Biológicas, Instituto de Biociências/UFMT.
2. Profa. Dra. do Depto. de Produção Animal, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/UFMT.
3. Prof. Dr. do Depto. de Botânica e Ecologia, Instituto de Biociências/UFMT.
INTRODUÇÃO:
O objetivo principal da ecologia de comunidades é entender o modo como os grupos de espécies estão distribuídos na natureza e como estes agrupamentos podem ser influenciados pelas interações entre espécies e as variáveis ambientais. A medida mais simples da estrutura da comunidade é o número de espécies que ela possui, o qual é usualmente denominado diversidade, a qual possui dois componentes: a riqueza, também chamada de densidade de espécies, baseada no número total de espécies presentes, e a uniformidade (ou equitabilidade), baseada na abundância relativa de espécies e no grau da sua dominância ou falta desta. A inundação é um dos mais importantes fenômenos ecológicos em rios com planície de inundação, sendo de fundamental importância para a ictiofauna, pois o tempo de permanência da água nos campos determina a disponibilidade de habitat e recursos alimentares, condicionando a abundância de peixes. A inundação também afeta a biodiversidade dos ambientes aquáticos, e em tais áreas, a conexão com grandes rios garante a restauração da comunidade aquática dos lagos, após o período de estiagem. Entretanto, o adequado entendimento sobre como a inundação afeta a diversidade de peixes é dependente do conhecimento de como esta varia espacialmente. Assim, este trabalho teve como objetivo descrever os padrões de variação espacial na diversidade de peixes de lagoas marginais da planície de inundação do rio Cuiabá, Pantanal Mato-grossense.
METODOLOGIA:
Realizamos coletas de peixes em cinco lagoas marginais do rio Cuiabá, localizadas na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) SESC-PANTANAL, entre os dias 13 e 16 de outubro de 2003. Os peixes foram coletados com o auxilio de uma rede de arrasto medindo 10 x 2.50 metros, (três a cinco arrastos em cada lagoa). Para amostrar peixes nas áreas cobertas por macrófitas foi utilizada uma “peneira” com tela de mosquiteiro e armação de aço, medindo 1.10 x 0.80 metros. Os peixes capturados foram acondicionados em sacos plásticos devidamente etiquetados e fixados em formol à 10% e conduzidos para o laboratório. Posteriormente foram transferidos para álcool à 70%, identificados, contados e pesados (g). Estimamos a similaridade entre as lagoas através dos índices de SORENSEN (S), MORISITA (C) e RENKONE (%S). Para estimar a diversidade utilizamos os índices de SHANNON-WIENER (H’) e SIMPSON (D) e para estimar a equatibilidade utilizamos o índice de SMITH & WILSON (Evar).
RESULTADOS:
Coletamos 6536 indivíduos pertencentes a 21 famílias e 103 espécies de peixes, totalizando uma biomassa de 43.557.69 gramas. A maior riqueza foi encontrada na Baía das Conchas com 52 espécies e a menor na Baía do Tatu com 42 espécies. A baía do Riozinho apresentou a maior abundância de peixes, com 2281 indivíduos, e a menor abundância foi encontrada na Baía dos Biguás, com 502 indivíduos. A maior biomassa foi encontrada na Baía das Conchas com 15918.22 g, e a menor na Baía de Sto Antônio com 1902.35 g. Os índices de similaridade entre as baías mostraram-se baixos. A menor similaridade foi entre as baías do Tatu e das Conchas (%S = 8.05, S = 0.5 e C 0.02) e a maior entre as baías de Sto Antônio e Tatu (%S = 42.57, S = 0.581e C = 0.64). Os índices de diversidade mostraram-se relativamente altos. A baía dos Biguás, apresentou os maiores índices (H’ = 4,216 e D = 0,905), assim como a maior equitabilidade (Evar = 0,388) e os menores índices foram apresentados pela baía do Riozinho (H’ = 3,356 e D = 0,824), assim como a equitabilidade (Evar = 0,208).
CONCLUSÕES:
A diversidade de espécie nas baías analisadas é semelhante, porém estas apresentaram baixa similaridade, indicando que a composição de espécies difere entre baías. Portanto, a diversidade de peixes da área é determinada pela diversidade beta. A baixa equitabilidade sugere que o número de indivíduos não é distribuído homogeneamente entre as espécies, ocorrendo poucas espécies com grande número de indivíduos (comuns) e muitas com pequeno número de indivíduos (raras).
Instituição de fomento: PELD/CNPq/UFMT- site 12-Pantanal Norte
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  comunidades; áreas alagáveis; ictiofauna.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004