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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
SECREÇÃO DE INSULINA E EXPRESSÃO DE PKAα EM ILHOTAS ISOLADAS DE RATAS PRENHES SUBMETIDAS À RESTRIÇÃO PROTÉICA
Marciane Milanski 1   (autor)   
Vanessa Cristina Arantes 1   (autor)   
Fabiano Ferreira 2   (autor)   
Noeli Simone de Medeiros Orth 1   (autor)   noelisi@yahoo.com.br
Antonio Carlos Boschero 2   (autor)   
Everardo Magalhães Carneiro 2   (autor)   
Márcia Queiroz Latorraca 1   (autor)   
1. Departamento de Nutrição e Dietética, FEN - UFMT
2. Departamento de Fisiologia e Biofísica, IB - UNICAMP
INTRODUÇÃO:
Desnutrição e gravidez estão associadas a mudanças funcionais das ilhotas pancreáticas. Ilhotas de ratos desnutridos apresentam secreção de insulina reduzida em resposta a glicose e aminoácidos, resultante da diminuição da quantidade e atividade de diversas enzimas, do manejo do cálcio e de alterações da via do AMPc. As adaptações das ilhotas à gravidez incluem aumento da síntese de insulina, da secreção de insulina estimulada por glicose e diminuição do limiar de estimulação por este nutriente (~3mM), atribuídos ao aumento da utilização e oxidação da glicose pelas ilhotas pancreáticas e dos processos mediados pela via do AMPc. O objetivo deste estudo é investigar o efeito da restrição protéica durante a gravidez sobre a secreção de insulina em resposta à glicose e ao forskolin (um estimulador da adenil ciclase), e a expressão de uma proteína quinase dependente de AMPc (PKA), que é o maior mediador do sinal de transdução de AMPc em células de mamíferos.
METODOLOGIA:
Foram avaliados quatro grupos de ratas Wistar adultas: normal não prenhe (NN) e normal prenhe (NP), alimentadas com dieta normoprotéica (17% de proteína); hipoprotéica não prenhe (HN) e hipoprotéica prenhe (HP), alimentadas com dieta hipoprotéica (6% de proteína) por um período correspondente aos 15 primeiros dias de gravidez. Para avaliação da secreção de insulina em resposta à glicose (2,8mM, 8,3mM e 16,7mM) e ao forskolin (10nM, 100nM, 1μM, 10μM e 100μM, na presença de 2,8 mM de glicose) ilhotas foram isoladas pelo método de colagenase e incubadas com as respectivas soluções por 90 minutos a 37 ºC. A insulina secretada foi determinada por radioimunoensaio. Para detecção do nível de expressão celular da PKA-alfa, utilizou-se o método de Western blotting. Para a análise estatística utilizou-se análise de variância a dois fatores (estado nutricional e estado fisiológico) seguido do teste de comparação múltipla de médias (Tukey). Em todos os casos estabeleceu-se um nível de significância para a rejeição da hipótese de nulidade de 5%.
RESULTADOS:
A liberação de insulina em resposta a concentração basal de glicose (2,8mM) aumentou com a gravidez. Entretanto no grupo hipoprotéico a secreção de insulina foi menor comparado ao grupo normoprotéico (0,92 ± 0,48ng/ilhota/90min e 1,97 ± 0,46ng/ilhota/90min, respectivamente). Em concentração fisiológica de glicose (8,3mM), ratas prenhes exibiram secreção de insulina maior do que ratas não prenhes apenas no grupo submetido à restrição de proteína (HP= 6,24 ± 0,81ng/ilhota/90min; HN=3,17 ± 0,80ng/ilhota/90min; NP=2,62 ± 0,54ng/ilhota/90min; NN=2,49 ± 0,51ng/ilhota/90min). O mesmo ocorreu quando as ilhotas foram estimuladas com concentração suprafisiológica de glicose (16,7mM) (HP= 18,75 ± 5,50 ng/ilhota/90min; HN=9,35 ± 2,38 ng/ilhota/90min; NP=3,19 ± 1,41 ng/ilhota/90min; NN=3,02 ± 0,97 ng/ilhota/90min). A curva dose resposta para o forskolin dos grupos de ratas prenhes foi deslocada para a esquerda em relação aos grupos não prenhes, com a concentração efetiva de 50% (EC50) maior no grupo HP comparado ao grupo NP (HP=26,25 ± 4,19nM; HN=2,0 ± 1,15nM; NP= 460,75 ± 210,30mM; NN=238,75 ± 22,75nM). O Western blotting mostrou que o conteúdo de PKAα foi 34% menor em ilhotas de ratas alimentadas com dieta hipoproteica comparado àquelas alimentadas com dieta normoprotéica, independentemente do estado fisiológico.
CONCLUSÕES:
A gravidez não modificou a quantidade de PKA-alfa em ilhotas de ratas com restrição protéica tanto quanto nas ratas do grupo normoprotéico. Estes resultados sugerem um maior limiar de estimulação por glicose no grupo hipoprotéico prenhe comparado ao grupo normoprotéico prenhe, devido a diminuída quantidade de AMPc sem mudanças específicas na expressão da PKA-alfa.
Instituição de fomento: CNPq, FAPESP
Palavras-chave:  INSULINA; PKAα; PROTÉICA.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004