IMPRIMIR VOLTAR E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO SOB FLORESTA NATIVA, CAPOEIRA E LAVOURA Fabiana da Rocha 1, 3   (autor)   fabi_roch@pop.com.br Walcylene Lacerda Matos Pereira 1, 2   (orientador)   wlmperei@pop.com.br Alessandro Pontes Gomes 1   (colaborador)    1. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária-FAMEV/UFMT 2. PRODOC/CAPES 3. PIBIC/CNPq INTRODUÇÃO: O conhecimento básico da dinâmica do solo sob floresta é de grande importância para o entendimento das alterações nos atributos químicos após a retirada da vegetação por queimada ou práticas antrópicas. Nessas áreas, após o desmatamento, o decréscimo do teor de material orgânico acontece de modo acentuado, principalmente em solos submetidos a cultivos por determinados anos onde a taxa de adição de matéria orgânica nesses sistemas de cultivo passa a ser igual à taxa de decomposição, pois o retorno do material orgânico constituir-se requisito indispensável para a fertilidade nessas áreas. Com o avanço da fronteira agrícola em nosso estado, a importância do conhecimento da fertilidade do solo denota solução para o uso ideal da terra, pois assim teremos padrões para tomadas de decisões no uso do recurso solo, e questionar seus potenciais agrícolas. Diante do exposto, o objetivo da pesquisa foi determinar o teor e a dinâmica da matéria orgânica no perfil do solo sob floresta nativa, capoeira e lavoura, nos períodos seco e chuvoso. METODOLOGIA: O estudo foi realizado na Fazenda São Paulo da Serra, no município de Campo Verde-MT. As coletas de solos foram retiradas nos sistemas de floresta nativa, capoeira e lavoura com cultivo de milho. Para efeito de bordadura foram delimitados 30 m para cada sistema afastando-se das estradas de acesso. Em cada sistema foram escolhidos, aleatoriamente, cinco pontos e retirada amostra a cada 20 cm, até à profundidade de um metro, totalizando 75 amostras. Foram coletadas amostras em dois períodos, na estação seca (setembro de 2003) e na estação chuvosa (fevereiro 2004). As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos hermeticamente fechados, identificados e encaminhadas ao Laboratório de Solos da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária-UFMT, onde foram secas e passadas em peneiras. A terra fina resultante foi submetida a determinação do teor da matéria orgânica pelo método Wakley e Black modificado por JACKSON (1958). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial (3x2), sendo três sistemas de uso do solo (floresta nativa, capoeira e lavoura) e dois períodos de coleta (seco e chuvoso), com cinco repetições. Os valores obtidos no teor de matéria orgânica foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5%. O programa estatístico utilizado foi o SAEG (RIBEIRO JUNIOR, 2001). Para a análise estatística do teor de matéria orgânica considerou-se, somente, os resultados da camada de 0-20 cm. RESULTADOS: O teor de matéria orgânica apresentou significância nos sistema avaliados, não diferindo em função dos períodos de amostragens. Observou-se maior teor de material orgânico para o sistema de floresta nativa (63,85-1 mg kg) e o menor no sistema de lavoura (41,70-1mg kg). A concentração de matéria orgânica no sistema de floresta nativa foi maior quando comparada com capoeira (58,06-1mg kg), no entanto não foram significativamente diferentes. Teixeira et al. (2001) verificaram maior produção de liteira em floresta nativa quando estudaram a ciclagem de nutrientes em floresta nativa, capoeira e consórcio com plantas perenes. O teor de matéria orgânica, nos sistemas estudados, reduziram em função da profundidade na floresta nativa, capoeira e lavoura nos períodos de avaliação. Esse mesmo resultado foi observado por SELVA (2003) quando estudou a distribuição do carbono orgânico em profundidade nos sistemas de floresta, pastagem, silvipastoril e agroflorestas. Comparando os períodos de coleta percebeu-se uma mudança na concentração desse atributo, em profundidade nos sistemas, onde sofreu influência no período chuvoso. O suprimento de água nesse período, possivelmente, proporcionou o crescimento dos vegetais e consequentemente maior material orgânico foi depositado no solo. BRADY (1989) relatou que, em geral, a decomposição de matéria orgânica é mais acelerada em períodos mais quentes. Enquanto, que nos períodos mais frios a decomposição é mais lenta. CONCLUSÕES: O teor de matéria orgânica foi maior no sistema de floresta nativa. Os períodos de coleta não influenciaram o teor de matéria orgânica nos sistemas avaliados. Na camada de 0-20 cm houve maior teor do material orgânico nos sistemas e períodos estudados. Instituição de fomento: PRODOC/CAPES Trabalho de Iniciação Científica Palavras-chave:  fertilidade do solo; material orgânico; perfil do solo. Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004