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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
ENSINO E APRENDIZAGEM DE CLIMATOLOGIA PARA ALUNOS DO MUNICÍPIO DE JATAÍ-GO
Danillo Vilela de Sousa 1, 2, 3, 4, 5   (autor)   danillovilelaufg@bol.com.br
Romário Rosa de Sousa 1, 2, 3, 4, 5   (colaborador)   romarioufg@yahoo.com.br
Núbia Rosário Carvalho 1, 2, 3, 4, 5   (colaborador)   nubiarcufg@bol.com.br
Susy Ferreira Oliveira 1, 2, 3, 4, 5   (colaborador)   nubiarcufg@bol.com.br
Volnan Vieira de Freitas 1, 2, 3, 4, 5   (colaborador)   romarioufg@yahoo.com.br
Marluce Silva Souza 1, 2, 3, 4, 5   (colaborador)   danillovilelaufg@bol.com.br
Iraci Scopel 1, 2, 3, 4, 5   (orientador)   scopel@ufg.jatai.br
Zilda de Fátima Mariano 1, 2, 3, 4, 5   (co-orientador)   danillovilelaufg@bol.com.br
1. Campus Avançado de Jataí
2. Universidade Federal de Goiás
3. Laboratório de Climatologia
4. Laboratório de Geologia
5. Departamento de Geografia
INTRODUÇÃO:
O município de Jataí-GO possui cerca de 6.400 alunos matriculados no ensino fundamental, segundo informações da Secretaria Educacional de Jataí e, desde o ano de 1997, a estação meteorológica tem recebido um número considerável de pedidos de professores da rede de ensino fundamental para a realização da aulas práticas de climatologia. Esses conteúdos são ministrados principalmente nas quintas e sextas séries, visando dar um significado prático ao que é visto nos livros didáticos. Segundo MAZZINI, 1982; FALZETTA, 1997; SILVA, et al., 2000 as primeiras noções de climatologia são introduzidas, geralmente, ainda no ensino infantil, na 4ª série, onde se discutem temas como: temperatura, umidade e ventos. Posteriormente, retoma-se o assunto na 5ª e 6ª séries do ensino fundamental. Entretanto, a compreensão desses assuntos pelo aluno principiante, principalmente quando se discute apenas em teoria, é muito difícil, dada a complexidade e quantidade dos aparelhos envolvidos. Por isso, oportunizar ao aluno o conhecimento da estação meteorológica, com certeza, facilita a aprendizagem. Diante das dificuldades encontradas pelos professores de geografia, muitos deles leigos em Climatologia, objetivou-se, através deste trabalho, colaborar no ensino do tempo e do clima, ministrando-se aulas práticas para alunos e professores do ensino fundamental do município de Jataí-GO diretamente na estação meteorológica do INMET, envolvendo-se conceitos, equipamentos e também buscando a integração da comunidade local com a universidade
METODOLOGIA:
: Utilizamos como suporte pedagógico a estação meteorológica do INMET/10º DISME, que está instalada no Centro de Ciências Agrárias e Biológicas do Campus Avançado de Jataí (CCAB/CAJ)-Universidade Federal Goiás (UFG). A primeira etapa do projeto consistiu na divulgação do mesmo junto à secretaria de educação; em um segundo momento, foi realizada a divulgação do projeto nas escolas das redes municipais, estaduais e particulares, através de convites encaminhados à direção das respectivas unidades, aos professores e, também, através dos meios de comunicação local (emissoras de rádios e televisão). Na terceira etapa tratou-se da organização das visitas, realizadas duas vezes por semana, com número de vinte (20) a trinta (30) alunos por visita. Quando do atendimento dentro da estação meteorológica, abordou-se temas como: fatores climáticos, utilidade e importância dos aparelhos meteorológicos e uma apresentação geral sobre o funcionamento da estação, desde requisitos para sua localização (pontos cardeais, aspectos cartográficos e matemáticos). Através do diálogo entre professores e alunos esclareciam-se possíveis dúvidas. Na última etapa do projeto, entregou-se um questionário aos participantes para que pudessem avaliar e dar sugestões. Os resultados da aplicação dos questionários são apresentados em tabelas e gráficos com uso da planilha Excel
RESULTADOS:
Foram beneficiadas 1.254 pessoas no ano de 2003, entre alunos e professores, sendo que desse total 55,9 % eram alunos da 5ª até a 8ª série; 37,5% pertenciam ao ensino infantil e 7,1% de outros níveis. Das redes de educação, a que mais participou do projeto foi a municipal com 47,6 %. A seguir, a estadual com 36,3 % e a particular com 16%. Do total de alunos, a faixa etária ficou assim distribuída: entre 7 a 10 anos com 40,1 %; de 11 a 13 anos com 25,5% e de 14 a 20 anos com 9,2 %. Quanto à avaliação do projeto, 96,8 % das pessoas acharam o trabalho ótimo, 2,7 % bom e 0,4 % regular. Depreende-se, portanto, que o atendimento dos monitores aos participantes foi considerado ótimo por 97,2%, bom por 2,4% e regular por 0,3%. Um aspecto curioso é que 69,6 % dos participantes citaram o heliógrafo como o aparelho mais interessante, 8,4%, o abrigo meteorológico, 3,2 %, o tanque classe A e 18,7 % outros aparelhos. De acordo com os resultados, 99,1% das pessoas atendidas pelo projeto acreditam que a vista à estação meteorológica contribui muito para a aprendizagem em sala de aula e 0,9 % acham que não contribui. Assim, nota-se que os alunos mostram-se muito interessados pela visita à estação meteorológica, tanto pela oportunidade em conhecer as instalações de um centro de meteorologia como pelo aspecto curioso, interessante e útil em se estudar o tempo e o clima, principalmente pela sua relação direta com a vida do ser humano no planeta.
CONCLUSÕES:
Desde o ano de 2000 até o ano de 2003, usufruíram do projeto cerca de 2.454 pessoas. Desse total, 95 participantes, dentre alunos e professores, eram de outros municípios, vizinhos. Verificou-se, através das aulas práticas na estação meteorológica e dos questionários aplicados, a importância das informações sobre o tempo e o clima, tanto para os alunos quanto para os professores, proporcionando-se, assim, uma inter-relação dos conteúdos dos livros didáticos, utilizados nas unidades escolares, com o aprendizado prático desses conteúdos. Nota-se que há um grande interesse por parte dos professores em atualizar seus conceitos e um fascínio por parte dos alunos em aprender mais sobre os fenômenos climáticos e sua influência sobre o meio ambiente. É, talvez, importante afirmar que os alunos da rede estadual, municipal e particular do município de Jataí-GO estão tendo a oportunidade de fazerem parte de uma metodologia que alia a teoria à prática na área de climatologia e meteorologia e, também, de conhecerem melhor a universidade. É importante ressaltar que durante esses anos em que o projeto foi desenvolvido, apenas em 2001 houve bolsista remunerado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás, dada a escassez de recursos e prioridades definidas pela universidade
Palavras-chave:  Climatologia; Ensino; Aprendizagem.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004