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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismos
ASPECTOS BIOLÓGICOS DE Metarhizium anisopliae var. anisopliae APÓS PASSAGEM EM Nasutitermes (ISOPTERA, TERMITIDAE)
Karla Cristine Alves Pereira 1   (autor)   acamite@hotmail.com
Auristela Correia de Albuqueque 1   (co-orientador)   acamite@hotmail.com
José Cezário de Almeida 1   (colaborador)   cezarioja@hotmail.com
Adnorah Rodrigues da Mata 1   (colaborador)   adnorah@ig.com.br
Paulo Ricardo dos Santos 1   (colaborador)   aurimite@ig.com.br
Elza Áurea de Luna Alves Lima 1   (orientador)   ealal@bol.com.br
1. Depto. de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
INTRODUÇÃO:
Os fungos foram os primeiros patógenos de insetos utilizados no controle microbiano, sendo agentes etiológicos de aproximadamente 80% das doenças. Cerca de 90 gêneros e mais de 700 espécies são consideradas entomopatogênicas, muitas de ocorrência em pragas importantes no Brasil e em outros países. Esses fungos, em condições naturais, tanto enzoótica quanto epizooticamente, têm sido fator importante na redução das populações de pragas. Os primeiros testes com fungos entomopatogênicos foram realizados pelo patologista russo Metschnicoff no final do século XIX , o qual utilizou M. anisopliae para o controle de larvas do besouro Anisoplia austriaca ,recebendo o nome de Entomophthora anisopliae. Em 1883, Sorokin o colocou em sinonímia, permanecendo até os dias atuais M. anisopliae (Metsch.) Sorokin. Apesar dos avanços já obtidos na área de controle microbiano através de fungos, há necessidade de pesquisas sobre taxonomia, biologia, epizootiologia e patogenicidade , a fim de se obter mais informações sobre esses patógenos no equilíbrio das populações de insetos. Dentro desta perspectiva, este trabalho se propõe a investigar as possíveis variações que possam ocorrer no desenvolvimento do fungo após passagem em cupins de montículo Nasutitermes, com o objetivo de verificar o comportamento do fungo, através dos parâmetros biológicos de germinação, crescimento colonial e esporulação.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado no Departamento de Micologia – UFPE, utilizando-se a linhagem,
M. anisopliaePL43, obtida da Coleção de Cultura (Micoteca URM). O fungo foi reisolado de cupins submetidos aos bioensaios com M. anisopliae, em placas de Petri contendo BDA(batata dextrose ágar) mais antibiótico, onde permaneceram até o crescimento, sendo o mesmo reisolado posteriormente, para placas com BDA. Foram observados os padrões comportamentais de germinação, crescimento colonial e esporulação e os resultados comparados à linhagem selvagem. O percentual de germinação foi determinado através da inoculação de suspensão de conídios em das placas de Petri contendo BDA. Foram contados 500 conídios por placa, a partir das 16 horas após semeadura e determinado o percentual. A esporulação foi determinada, inoculando-se discos com 5mm do fungo reisolado, no centro da placa de Petri contendo BDA. Aos três, seis, nove, 12 e 15 dias foram adicionados às placas 5 mL de solução de etanol a 75% e estas foram lavadas dez vezes com 9,5 mL de solução de Tween 80. Os lavados foram coletados e agitados, e logo após, quantificados em câmara de Neübauer. Para a mensuração do crescimento colonial foram inoculados discos de 5mm no centro de placas de Petri com meio BDA. As observações foram feitas aos três, seis, nove, 12 e 15 dias, e as mensurações em centímetros, com o auxílio de régua milimetrada.
RESULTADOS:
O parâmetro germinação apresentou similaridade entre os percentuais do grupo controle (21,60%) e do reisolado (24,20%), o resultado do reisolado indica uma sensível estimulação no desenvolvimento após a passagem nos cupins de acordo com este parâmetro. Quanto a esporulação não foi observada diferença significativa entre os resultados do fungo reisolado de cupim e o grupo controle, nos intervalos de tempo. Entretanto, os percentuais apresentaram-se sempre maiores para o grupo controle do que para o fungo reisolado, sugerindo uma inibição para este parâmetro. Aos quinze dias após a inoculação verificou-se uma esporulação de 6,84 x 107 conídios/mL para o fungo reisolado e 5,6 x 107 para a linhagem selvagem. O crescimento das colônias aos três dias apresentou-se maior para o grupo controle(1,63 mm) enquanto para o reisolado a média do diâmetro colonial foi de 0,8mm. Aos seis dias esta diferença foi quase nulas tendo 2,10 mm para o reisolado e 2,13 para a linhagem selvagem. Aos nove, 12 e 15 dias as colônias do fungo reisolado apresentaram-se maior (3,46; 5,26 e 6,45 mm, respectivamente) em relação à linhagem selvagem que apresentou 3,13; 4,15 e 5,06 mm, respectivamente, nos mesmos intervalos de tempo. Contudo não foram verificadas diferenças significativas através da análise de variância.
CONCLUSÕES:
Os resultados indicam um estímulo tanto no aumento do percentual de germinação quanto nas médias dos diâmetros de colônias para o M. anisopliae reisolado de Nasutitermes, sugerindo uma revigoraração após a passagem do fungo pelos insetos. Com relação à esporulação, apenas aos 15 dias após a inoculação, foi verificado um aumento neste parâmetro, no fungo reisolado.
Instituição de fomento: UFPE - FACEPE
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  FUNGO ENTOMOPATOGÊNICO; Nasutitermes; CONTROLE BIOLÓGICO.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004