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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
TRANSPLANTE E DESENVOLVIMENTO DE Tectona grandis EM TUBETES
Sidney Fernando Caldeira 1   (orientador)   sidcal@terra.com.br
Jucineide Miranda de Oliveira 1   (autor)   
Luís Thiago Bastos Rodrigues 1   (autor)   thiago_br@pop.com.br
1. Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso
INTRODUÇÃO:
A Tectona grandis L.F., conhecida como teca, é uma espécie caducifólia, heliófita, pioneira, característica da Floresta Tropical, pertencente à família Verbenaceae. A madeira de teca possui durabilidade, leveza, resistência ao ataque de xilófagos, fácil de ser trabalhada e com ausência de rachaduras. É uma espécie muito utilizada para reflorestamentos em diversos países do mundo e, atualmente, é a mais empregada no estado de Mato Grosso para atender a reposição florestal nas atividades relacionadas com a produção de madeira para serraria, com uma área plantada estimada em cerca de 30.000 ha até o ano de 2003. Tradicionalmente as mudas são produzidas pelo método de toco baixo ou “stump”, que demora de 8 a 12 meses desde a semeadura direta até o completo desenvolvimento das mudas nos canteiros, que são posteriormente arrancadas, é cortada a parte aérea e podada as raízes finas e a raiz principal é deixada com um comprimento de até 20 cm. A germinação da espécie e demorada e irregular e, por ser a produção de muda embalada um processo mais rápido, o presente trabalho teve o objetivo de verificar o melhor estágio para transplante das plântulas em tubetes de diferentes volumes e o desenvolvimento dessas mudas.
METODOLOGIA:
Frutos, que são utilizados como unidades de dispersão da teca, oriundos de área de produção de sementes da empresa Cáceres Florestal foram semeados em canteiro com areia lavada, após pré-tratamento por imersão em água corrente durante 24 horas. Após a emergência, as plântulas foram classificadas como pequenas, médias e grandes pelo seguinte critério: as pequenas se caracterizavam pela presença de cotilédones abertos e primórdio do primeiro par de folhas; as médias se caracterizavam pela presença dos cotilédones, do primeiro par de folhas completo e primórdio do segundo par de folhas; as grandes se apresentavam com cotilédones, primeiro e segundo pares de folhas completos e primórdio do terceiro par de folhas. Para cada tipo classificado, foram transplantadas 216 plântulas para tubetes de 300cc e 120cc, que foram divididas em quatro blocos de 54 plântulas. O arranjo espacial foi de blocos inteiramente casualisados, e após trinta dias de transplantados foi determinado o índice de pega. Após 85 e 128 dias foram medidos a altura e diâmetro do colo de cem mudas e calculada a relação altura/diâmetro do colo (H/D). Aos 128 dias foram retiradas 24 mudas ao acaso de cada tratamento, separada a parte aérea do sistema radicular para determinação do peso da massa seca. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância inteiramente casualisada. As médias dos resultados significativos de todas as análises de variância foram comparadas pelo teste de Tukey.
RESULTADOS:
O índice de pega de 1,000 foi obtido com plântula pequena transplantada para tubetes de 120 cc, contudo este tratamento apenas diferiu da plântula grande transplantada para tubete de 300cc, 0,921. Quanto à altura e ao diâmetro do colo, o melhor resultado, nos dois períodos avaliados, foi o transplante da plântula pequena para tubetes grandes. As plântulas pequenas transplantadas para tubetes grandes apresentaram, aos 128 dias, a maior altura média de 10,66 cm que diferiu dos outros dois tipos de plântulas e também do tratamento com o tubete grande. O mesmo resultado foi obtido em relação ao diâmetro, cujo valor médio de colo foi de 3,69 mm. Decorrente disto, o maior valor da relação H/D, de 2,93 cm/mm, foi obtido com o mesmo tratamento. Aos 128 dias de idade o maior peso médio de massa seca da parte aérea e do sistema radicular, respectivamente, 0,67 e 2,81 g, foram obtidos ainda com o mesmo tratamento de plântulas pequenas para tubetes de 300cc.
CONCLUSÕES:
O índice de pega foi afetado pelo tamanho da plântula transplantada sendo recomendado transplantar a espécie com os cotilédones abertos e primórdio do primeiro par de folhas. A altura, diâmetro do colo e peso de massa seca da raiz foram afetados pelo tamanho da plântula transplantada e pelo volume do tubete utilizado. A massa seca da parte aérea só foi afetada pela ação isolada desses fatores. É recomenda o transplante da plântula de teca, imediatamente após a emergência da plântula.
Instituição de fomento: Cáceres Florestal SA.
Palavras-chave:  Teca; Transplante; Tubete.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004