IMPRIMIRVOLTAR
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
COMPARAÇÃO ENTRE A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA UMIDADE ATUAL DO SOLO ESTIMADA PELA KRIGAGEM E PELA COKRIGAGEM A PARTIR DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO
Marcio Veronese 1   (autor)   marverone@ig.com.br
Sânia Lúcia Camargos 3   (orientador)   sanialc@terra.com.br
José Fernando Scaramuzza 2   (co-orientador)   José Fernando Scaramuzza
Eduardo Guimarães Couto 2   (co-orientador)   couto@cpd.ufmt.br
Antonio Augusto Riegel Jardim 1   (colaborador)   antonioarj@ig.com.br
1. Bolsista do CNPq do Depto. de Solos e Eng. Rural, FAMEV / UFMT
2. Prof. Dr. do Depto. de Solos e Eng. Rural, FAMEV / UFMT
3. Profa. Dra. do Depto. de Solos e Eng. Rural, FAMEV / UFMT
INTRODUÇÃO:
A geoestatística é uma ferramenta que vem auxiliar na determinação da variabilidade espacial dos atributos do solo. Utiliza-se a geoestatística quando uma determinada propriedade varia de um local para outro, com algum grau de organização ou continuidade, expresso através da dependência espacial. Para tal determinação deve-se utilizar o semivariograma para expressar se há dependência espacial ou não. Se houver, podem-se estimar valores da propriedade em estudo para locais não amostrados dentro do campo, sem tendenciosidade e com variância mínima, através do método de Krigagem. Além disso, muitas vezes, duas propriedades correlacionam-se entre si e no espaço, e pode ser expressa através do semivariograma cruzado e interpolados através da técnica da cokrigagem. Esta técnica estima uma variável primária a partir de uma outra variável secundária (covariável) amostrada mais intensamente, e que possua alta correlação com a variável primária, sendo que a variável secundária deve ser de fácil obtenção, ou de baixo custo.
Este trabalho teve como objetivo aplicar os conceitos de geoestatística para estimar a variação espacial da umidade atual do solo (UA), comparando o método da krigagem, com o método da cokrigagem a partir de dados da resistência do solo à penetração (RSP).
METODOLOGIA:
O presente trabalho foi conduzido em Campo Verde - MT, em um talhão de 55 ha, cultivados com soja, no sistema convencional, com solo classificado como Latossolo Vermelho de textura argilosa. Foram coletadas amostras de solo, na profundidade de 0 a 20 cm, em pontos de uma malha aproximada de 110 x 50 m e alguns pontos de bordadura, totalizando 108 amostras georreferenciados por meio de um aparelho GPS, com precisão de quatro metros. O instrumento utilizado na coleta de solo foi a pá de corte. No mesmo ponto, foi medida a RSP, utilizando-se um penetrômetro de impacto, modelo Stolf. As amostras de terra foram preparadas e analisadas conforme metodologia da EMBRAPA, no Laboratório de Solos da FAMEV da Universidade Federal de Mato Grosso. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente através do programa SPSS 11.0 for Windows e expressos através de mapas georreferenciados, utilizando a técnica da krigagem, e da cokrigagem da UA com a resistência do solo à penetração, interpolados através do software Gamma Design 5.3 e produzidos no Golden Software Surffer 8.0, com os seguintes tratamentos: A- valores estimados a partir da interpolação por krigagem (16,0 x 16,0 m e 16 vizinhos) de 100% dos dados originais de UA; B- ídem com 50% dos dados originais de UA; e C- da cokrigagem da RSP (108 observações), com 100% dos dados originais de RSP, com a umidade atual do solo, com 50% dos dados originais de UA.
RESULTADOS:
Analisando-se a distribuição de freqüência observa-se que há grande semelhança entre o comportamento dos dados originais com os estimados, notadamente nos valores da mediana. Os valores da amplitude são substancialmente superiores nos tratamentos estimados a partir da interpolação por krigagem com 50 % dos dados originais da UA, e da cokrigagem da RSP com 100% dos dados originais da RSP, com 50% dos dados originais da UA, o que de certa forma, reflete-se nos mapas da distribuição espacial do desvio padrão. Observa-se nos mapas há um aumento da UA no sentido Norte do talhão, pois parte da coleta (parte Sul) foi realizada anterior a uma chuva. Comparando-se o comportamento da distribuição do espacial da UA, observa-se, de modo geral, que as isolinhas apresentam-se de forma similar, não ocorrendo diferenças marcantes na sua conformação. Nos mapas que expressam a distribuição espacial do desvio padrão da krigagem, os tratamentos A e C, apresentam a maior proporção de áreas com os menores valores, semelhante à distribuição espacial dos dados originais. Um outro ponto que merece destaque refere-se ao valor do desvio médio de krigagem, uma das formas para avaliar a qualidade dos mapas interpolados. Os resultados mostraram que tratamento C (cokrigagem) obteve o menor valor (0,411), seguido do tratamento A (0,593) e do tratamento B (0,684) (50 % das amostras), o que o credencia como o tratamento que produz o mapa de melhor qualidade.
CONCLUSÕES:
A técnica de cokrigagem , utilizando-se 50% dos dados de umidade com 100% dos dados de resistência à penetração, mostrou-se mais eficiente que a técnica da krigagem utilizando-se 100% dos dados, para expressar a distribuição espacial da umidade atual do solo.
Instituição de fomento: FINEP
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  geoestatística; variabilidade espacial do solo; krigagem.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004