| | E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo | | | A DIVERSIDADE DOS SOLOS NO PANTANAL MATO-GROSSENSE | | | Cláudio Marcos Fortunatti 1 (autor) cmfortunatti | | Eduardo Guimarães Couto 2 (orientador) couto@cpd.ufmt.br |
| | 1. Graduando em Agronomia - FAMEV/UFMT | | 2. Depto. de Solos e Eng. Rural, Fac. de Agro. e Medicina Vet., Univ. Fed. de Mato Grosso - UFMT |
| | INTRODUÇÃO:
A paisagem do Pantanal Mato-grossense apresenta uma heterogeneidade espacial que está relacionada à diversidade de feições geomórficas. Estas, adicionadas aos tipos de inundação e solo, geram uma grande variedade de habitats: Cordilheiras, Diques marginais, Capões e Murunduns, constituem as formas positivas de relevo, não inundáveis anualmente. Enquanto que, Baías, Corixos, Landis e Vazantes, formas negativas, apresentam inundações sazonais e ou água permanente. Esse tipo de condição torna bastante complexo o desenho amostral, uma vez que componentes espaciais e temporais têm especial importância na dinâmica de funcionamento do sistema. Os solos presentes nas planícies e nas áreas de acumulação inundáveis sofrem influência direta do hidromorfismo condicionado ao relevo. As condições de relevo associadas a uma grande dificuldade de drenagem promovem saturação permanente ou temporária da água, resultando em mudanças físico-químicas ao longo do perfil dos solos. Na planície inundável, a diferença de relevo, mesmo em poucos centímetros de altura, tem grandes efeitos em termos ecológicos, porque a posição num determinado local, no gradiente de elevação, determina seu período de inundação e seca. Desta forma, uma grande diversidade de solos hidromórficos é esperada. O objetivo é estudar diversidade física e química dos solos do pantanal mato-grossense. | | METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada na área da RPPN – SESC Pantanal em Barão de Melgaço-MT.Os trabalhos de campo foram efetuados percorrendo-se praticamente todas as vias de acesso existentes na área, procurando se cobrir estrategicamente a maior parte possível da superfície de trabalho. O caminhamento a pé foi um recurso utilizado para atingir alguns dos diversos alvos. Com base na interpretação preliminar da imagem de satélite, fez-se a locação dos pontos para abertura de trincheiras, de forma que as principais unidades fisiográficas relacionadas ao transecto que vai do rio Cuiabá à sede da fazenda Espírito Santo fossem contempladas com pelo menos uma trincheira para caracterização completa dos solos. Foram descritos e coletados 05 pontos de amostragem, perfazendo um total de 31 amostras de solo para análises de laboratório de acordo com a metodologia preconizada pela Embrapa. Foram ainda efetuadas sondagens complementares por meio de tradagens e observações em mini-trincheiras. Nos estudos de solos, procurou-se atentar para características morfológicas indicativas de suas propriedades intrínsecas tais como, espessura, cor, textura, estrutura, consistência, etc, de acordo com a metodologia preconizada por Lemos & Santos (1996). Concomitantemente, foram verificados aspectos relativos à drenagem, relevo, geologia, material de origem, pedregosidade, rochosidade, vegetação e uso atual, e aspectos relacionados a erosão. | | RESULTADOS:
As características morfológicas dos solos estudados advêm principalmente de processos de oxirredução do ferro e manganês, conferindo aos mesmos, coloração típica no perfil, expressa pelo estado de oxidação destes elementos nos períodos úmido e seco. Os mosqueados ocorrem especialmente em zonas de flutuação do lençol freático. Outro processo importante nestas circunstâncias é a ferrólise, em ciclos de redução ou oxidação sazonalmente alternados. São atribuídos ao processo de ferrólise, além da degradação e da intercalação dos argilominerais, o forte contraste textural, expresso pelo aumento abrupto do conteúdo de argila no horizonte B. Entretanto, outros autores sugerem que, o forte contraste textural, em ambientes com grande sazonalidade do lençol freático, deve-se, principalmente, à translocação de argila. Quimicamente, os solos também apresentam grande diversidade, desde os muito pobres até os com grande concentração de nutrientes, incluindo o sódio trocável. É um pedoambiente caracterizado por altas concentrações de alumínio e de magnésio trocáveis nos primeiros 40 centímetros do solo. A explicação é que, com a melhoria de drenagem, pelo menos localmente, a partir da deposição dos sedimentos até hoje, houve remoção de bases com acidificação ainda que parcial do ambiente, o que foi suficiente para decomposição parcial de argilas 2:1 liberando Al3+. Esta tendência segue a generalização de que toda argila, ainda que parcialmente dessaturada de bases, se decompõe. | | CONCLUSÕES:
Os resultados mostraram que as amostras de solos são bastante variáveis quanto às características químicas e físicas nas unidades fisiográficas estudadas, sendo caracterizadas pela alta concentração de alumínio trocável, por grande diferenciação na textura e magnésio, o que caracteriza uma topossequência de solos ainda muito jovens, indicando forte atividade de expansão e contração, expressa pela dominância de estrutura com grau forte de expressão em todos horizontes, inclusive nos mais superficiais. | | | Instituição de fomento: CNPq/UFMT | | | Trabalho de Iniciação Científica | | | Palavras-chave: classificação de solos; Pantanal mato-grossense; variabilidade espacial de solos. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |