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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 10. Teoria Econômica
ANÁLISE DOS FATORES DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS: UMA ANÁLISE PÓS-KEYNESIANA
José Luiz Alcantara Filho 1   (autor)   zezo_filho@yahoo.com.br
Sandro Pereira da Silva 1   (autor)   sandroecbr@yahoo.com.br
Guilherme Porto Alves 1   (autor)   gp_alves@yahoo.com.br
Evaldo Henrique da Silva 1   (orientador)   
1. Departamento de Economia, Universidade Federal de Viçosa - UFV
INTRODUÇÃO:
Na perspectiva dos autores pós-keynesianos, as políticas econômicas implementadas na década de 90 aprofundaram a dependência externa (tecnológica e financeira) do país, revertendo um longo processo de diversificação e integração da produção interna e de aquisição de economias de escalas e aprendizagem dinâmicas, o que abortou as possíveis soluções para o crescimento sustentado da economia brasileira. A perda de domínio sobre a produção dos setores tecnologicamente dinâmicos e o aprofundamento da dependência para com os capitais externos de curto prazo e altas taxas de juros, fizeram com que o setor externo tornasse uma barreira praticamente intransponível para a sustentação das fases expansionistas da economia brasileira.
O fio condutor deste trabalho de pesquisa reside na hipótese de que o componente exógeno da demanda agregada atua sobre as exportações, estabelecendo as trajetórias dos demais agregados macroeconômicas, inclusive dos investimentos e das importações.
O principal objetivo deste trabalho é desenvolver um estudo sobre os fatores determinantes das exportações do país à luz da teoria e pós-keynesiana, com o propósito de identificar os fatores que asseguram a sustentabilidade das contas externas e do crescimento econômico, trazendo assim novas idéias para os debates onde se buscam alternativas para a política econômica no país.
METODOLOGIA:
Para a realização do presente trabalho, desenvolveu-se estudos bibliográficos junto à escola pós-keynesiana para identificar os trabalhos teóricos e empíricos mais relevantes sobre os determinantes das exportações e suas relações com o desempenho macroeconômico. Selecionou-se também publicações que contém estudos empíricos sobre os determinantes das exportações brasileiras.
Foi realizada uma análise empírica exaustiva sobre os determinantes das exportações e do crescimento econômico do país, tomando como referência as teorias pós-keynesianas.
RESULTADOS:
No modelo teórico sugerido por Leon-Ledesma, apresentado na seção anterior, tem-se a hipótese de que o valor agregado das exportações depende da relação preços internos/preços externos e da renda mundial, juntamente com os fatores de competitividade non-price. Contudo, a análise da evolução das exportações brasileiras nas décadas de 80 e 90 confirma a tese de que as exportações estão sujeitas à determinações específicas, que muitas vezes exige a revisão dos modelos teóricos para adequá-lo ao contexto histórico de cada país.
Uma característica das exportações brasileiras é o elevado grau de concentração do valor das exportações por país de destino. Segundo dados do IPEA, apenas cinco países (EUA, Holanda, Alemanha, Japão e Itália) foram responsáveis por mais de 40% do total do valor agregado das exportações brasileiras entre 1980 e 2000, sendo a liderança exercida pelos EUA, com uma participação acima de 20%. Esses dados evidenciam a importância da economia norte-americana na determinação do desempenho das exportações brasileiras.
Dado a hipótese de que o desempenho da economia está atrelado ao desempenho das exportações, então, no caso do Brasil, pode-se afirmar que as mudanças na taxa de crescimento da economia brasileira dependem do desempenho da economia norte-americana.
CONCLUSÕES:
Em vista da importância das exportações para o crescimento da economia brasileira, muitos autores desenvolveram estudos empíricos sobre os determinantes das exportações no país . Em todos eles foram realizadas análises com algum nível de desagregação para o valor e/ou quantum das exportações. Com esse procedimento ficou evidente a importância dos fatores específicos na determinação das exportações, tais como: a elasticidade-renda no país de destino, o montante de subsídios, as barreiras tarifárias, os acordos, etc.
Não sendo uma mera coincidência, o atrelamento do PIB brasileiro à economia norte-americana pode ser explicada com auxílio da hipótese que as exportações brasileiras são sensíveis às mudanças no PIB norte-americano e que o PIB brasileiro por sua vez, é sensível as exportações destinadas aos EUA.
No conjunto, os setores produtivos do país reduziram sua capacidade competitiva no exterior, minando as possibilidades de crescimento sustentado e de estabilização econômica deste país.
Instituição de fomento: Universidade Federal de Viçosa - UFV
Palavras-chave:  Teorias Pós-Keynesianas; Dependência Externa; Determinantes das Exportações.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004