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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DA FUNÇÃO MOTORA GROSSA EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL ATRAVÉS DO GMFM
Eliane da Silva Mewes Gaetan 1   (autor)   gaetan@sercomtel.com.br
Ana Beatriz da Silva Brasil 1   (colaborador)   biabrasil@pop.com.br
Luciana Machado 1   (colaborador)   lucianamachado@pop.com.br
Mariana Toyo Nakano 1   (autor)   manakano@terra.com.br
Schirlei Taís Royer 1   (colaborador)   t.royer@uol.com.br
Lizandra C. Santos 1   (colaborador)   lizandrasantos@hotmail.com
Danieli H. Vicentin 1   (colaborador)   dani_herreros@hotmail.com
Ana Paula Nishida 2   (autor)   ananishi@hotmail.com
1. Depto. de Fisioterapia, Universidade Estadual de Londrina-UEL
2. Depto de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos-UFSCar
INTRODUÇÃO:
Paralisia Cerebral (PC) corresponde a um grupo não progressivo, mas freqüentemente mutável, de distúrbio motor, secundário à lesão do cérebro em desenvolvimento. O evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri ou pós natal, provocando deficiência motora variável na coordenação da ação muscular com resultante incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais. O desenvolvimento motor normal se dá numa seqüência ordenada de aquisições de habilidades apesar da variabilidade desta. Entretanto, na criança com Paralisia Cerebral a lesão interfere na seqüência do desenvolvimento, resultando essencialmente em parada ou evolução lenta da aquisição das habilidades motoras, a qual pode ser mensurada e avaliada através de instrumento de avaliação padronizado. Assim, o presente estudo objetivou mensurar a aquisição da função motora grossa de crianças com diagnóstico de PC, classificadas como diplégicas e quadriplégicas, por meio do instrumento Gross Motor Function Measure (GMFM).
METODOLOGIA:
A amostra foi composta por nove crianças com PC e idade variando entre dois e onze anos, sendo 44,5% quadriplégicas (n=4) e 55,5% diplégicas (n=5), todas nascidas pré-termo. As avaliações foram realizadas no período de junho de 2002 a maio de 2003 no Laboratório de Pesquisa do Desenvolvimento Motor Infantil do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). As crianças foram submetidas à duas avaliações utilizando-se a escala GMFM, com intervalo de tempo variando entre sete e dez meses (média de 8 meses), nas dimensões: deitar e rolar (A), sentar (B), engatinhar e ajoelhar (C), em pé (D), andar, correr e pular (E) para verificação da aquisição de habilidades motoras. Foi necessário o consentimento dos responsáveis pela criança, e o estudo foi aprovado pela Comissão de Ética Médica do Hospital Universitário da UEL.
RESULTADOS:
Ficou demonstrada aquisição das habilidades motoras grossas em 77,7% das crianças (n=7), sendo 42,86% quadriplégicas (n=3) e 57,14% diplégicas (n=4). Dentre estas crianças, observou-se ganho de habilidades, em média, de 4,72% nos diplégicos e 0,88% nos quadriplégicos. Apenas duas crianças (22,3 %), uma diplégica e uma quadriplégica, não obtiveram melhora na pontuação.
CONCLUSÕES:
Apesar do pequeno número da amostra e curto intervalo de tempo, pode-se observar através da aplicação de instrumento padronizado, que a aquisição da função motora grossa ocorreu para a maioria das crianças com PC. A pontuação encontrada nas crianças diplégicas foi maior que nas crianças quadriplégicas, provavelmente devido ao menor comprometimento motor das primeiras. Nas crianças que não demonstraram evolução, os fatores maior idade e grau de espasticidade esteve correlacionado. Portanto, crianças com PC podem apresentar ou não evolução do desenvolvimento motor, em determinado período de tempo. A maturação própria da idade e a plasticidade cerebral, potencializadas pela Fisioterapia, o grau de comprometimento motor e colaboração dos pais, são fatores que podem influenciar a aquisição da função motora grossa.
Instituição de fomento: CPG/UEL
Palavras-chave:  Paralisia Cerebral; Habilidades Motoras; GMFM.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004