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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
PERCEPÇÕES AMBIENTAIS DE ESTUDANTES SOBRE ÁREAS VERDES - CUIABÁ, MT.
Débora Eriléia Pedrotti 1   (autor)   debora_pedrotti@hotmail.om
Germano Guarim Neto 2   (orientador)   gguarim@terra.com.br
1. Instituto de Educação-Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT
2. Instituo de Biociências – Depto. de Botânica e Ecologia/UFMT
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho procurou verificar as percepções dos alunos da 1ª Série do Ensino Médio da Escola Estadual “José de Mesquita”, em relação à área verde remanescente denominada “Campo do Bode” que se localiza no bairro do Porto na cidade de Cuiabá – MT. Considerando a cidade de Cuiabá-MT, o ambiente urbano já se encontra descaracterizado da sua paisagem original fator que compromete a cidade de ser conhecida como Cidade Verde, já que o verde deu lugar a prédios residenciais e comerciais. Porém no seu entorno e mesmo em pontos remanescentes, a vegetação natural ainda permanece, como testemunha daquilo que um dia foi um cerrado ou uma das suas variantes. Além de reservas de flora e fauna as áreas verdes vem sendo utilizadas como locais de relaxamento, lazer e refúgio das famílias, bem como para a minimização da expansão das “ilhas de calor”, assegurar área de conservação urbana, para proteger mananciais de contribuintes do rio Cuiabá e amostras da fauna e flora regional. Há algumas áreas que foram estruturadas como áreas verdes através de decreto municipal e são visitadas por grande parte da população, como é o exemplo do Parque Mãe Bonifácia e do Morro da Luz, onde com freqüência acontecem eventos culturais aliados a natureza. A escola percurssora da sensibilização dos cidadãos quanto a mudança de valores sobre o ambiente, já que a EA é uma construção de toda a comunidade escolar.
METODOLOGIA:
Este trabalho é parte da pesquisa de dissertação de Mestrado. Nasceu também do interesse da pesquisadora pela área urbana selecionada, situada no caminho diário até à Escola José de Mesquita, onde exerce suas atividades profissionais, e nas proximidades da residência domiciliar. Com a preocupação despertada pela conservação da área, pensando na relação Escola-comunidade-Corpo Discente, optou-se pelo estudo da área, como base para posteriores investigações.A opção metodológica direciona-se para o método qualitativo, o qual,o mundo é considerado como um conjunto de eventos que as coisas surgem mudam e se transformam. Os dados foram obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, com a preocupação em retratar a percepçãos dos entrevistados sobre a referida área. A pesquisa foi realizada com quinze alunos da primeira série do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Médio José de Mesquita, utilizando-se tanto do questionário como instrumento de coleta de dados bem como as entrevistas. O instrumento de coleta foi fornecido por escrito aos entrevistados e aplicado pela própria pesquisadora, aplicação esta que se deu sem prévias informações sobre a área verde considerada Já a entrevista acontweceu na esola com os alunos individualmente.
RESULTADOS:
Através dos dados obtidos pela pesquisa salienta-se que a maioria dos entrevistados não definiam inicialmente as áreas verdes, somente na entrevista a resposta surgiu mais claramente, mas sempre caracterizavam a área com uma a visão antropocentrista, e reflexiva em relação à atuação destrutiva da espécie humana sob o ambiente. As respostas apontam para um local onde não houve interferência humana, como se fosse um local de mata virgem, e citam somente que a única interferência é que algumas pessoas utilizam algumas plantas medicinais que coletam no local. Mas esta visão, com certeza é superficial já que os extratos arbustivos e herbáceos da área foram muito alterados, devido o acesso da população dos bairros vizinhos à feira do Porto, e ainda constantes são as queimadas causadas pela população no local. Assim, preliminarmente podemos analisar que as instituições escolares, nem sempre conseguem sensibilizar os sujeitos, quanto à mudança dos valores frente aos diversos problemas ambientais existentes e a nossa dependência quanto espécie do ambiente, pois nas respostas o espaço urbano para as pessoas que vivem nas cidades, só tem importância quando são constituídos de prédios residenciais e comerciais, caracterizando os valores capitalistas.Desta forma, as áreas verdes, como um significado ambiental, apontam para ações educacionais, no bojo das interações que se estabelecem entre os seres, o ambiente, tendo o ser humano também como elemento da paisagem natural ou construída.
CONCLUSÕES:
As áreas verdes remanescentes, no contexto atual vêm ao encontro das necessidades dos seres humanos de relacionar-se com a natureza e extrair deste contato a harmonia, que outrora se existia nas cidades e no campo. No caso da área estudada, através do relato dos entrevistados nota-se que no cotidiano destes alunos, o ambiente urbano não é considerado meio ambiente e desta forma torna-se necessário um trabalho efetivo através da Educação Ambiental.Pois a escola neste contexto surge com um papel fundamental enquanto sensibilizadora para dimensão ambiental e para subsidiar ações pertinentes à Educação Ambiental. O Parque Mãe Bonifácia, o Morro da Luz, o Horto Florestal e a Reserva Ecológica do CPA são algumas outras áreas verdes remanescentes na cidade de Cuiabá, que aparecem como importantes para a população de um modo geral, reservadas à recreação.A educação ambiental é de suma importância para uma reflexão. Notamos que neste sentido pouco se tem conseguido com a atuação direta como educadores ambientais, já que os impactos ambientais continuam ocorrendo. Mas a continuidade das ações sempre sensibiliza ao fazer e ao realizar. À satisfação de estar sempre colaborando com mudanças que sejam em benefício do ambiente, entendido na sua dimensão macro, cósmico. Sendo assim a Educação Ambiental norteará as ações reflexivas da comunidade escolar ou não, tendo o olhar sobre o ambiente e através dele, reforçar as práticas pedagógicas.
Palavras-chave:  áreas verdes; educação; ambiente.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004