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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 1. Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo
IMPACTOS DA URBANIZAÇÃO NO RIACHO DO SILVA NA CIDADE DE MACEIÓ-AL.
Antonio Rodrigues do Nascimento Junior 1   (autor)   jr_petarq@yahoo.com.br
Belisa Araujo Leite 1   (autor)   bel_leite@hotmail.com
Camila Karine Malta 1   (colaborador)   camilakarinemalta@hotmail.com
Daniel Moura Soares 1   (autor)   danielmourasoares@hotmail.com
Lígia Maria Teixeira Costa Silva 1   (autor)   ligiamaria_al@yahoo.com.br
Moana Karla Lopes Bastos 1   (autor)   moana_bastos_@hotmail.com.br
Rebeca de Andrade Lima Castro 1   (colaborador)   rebeca.cinesound@bol
Regina Coeli Carneiro Marques 1   (orientador)   rccmarques@ig.com.br
Tais Bentes Normande 1   (co-orientador)   taisnormande@bol.com.br
1. Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas - UFAL.
INTRODUÇÃO:
A pesquisa consiste em analisar os impactos no ambiente hídrico intensificados pelo processo de urbanização ocorrido a partir de 1930, no bairro de Bebedouro, em Maceió. Identificam-se potencialidades, problemas e tendências relacionados ao desenvolvimento urbano da área lindeira do riacho em estudo. A Bacia Hidrográfica do riacho do Silva constitui um afluente da margem esquerda da lagoa Mundaú, tendo o seu território totalmente situado na área urbana da cidade e suas nascentes nos bairros do Tabuleiro do Martins, Petrópolis, Chã da Jaqueira e Gruta de Lourdes, atravessando o Parque Municipal de Maceió e a Reserva Florestal do IBAMA-AL, desaguando na referida lagoa, no Porto do Sururu. A pesquisa visa embasar futuras propostas de revitalização urbana e recuperação dos ecossistemas degradados. A relevância está no entendimento das relações entre os recursos hídricos superficiais e o processo de urbanização, em área urbana.
METODOLOGIA:
Foram realizadas visitas para o conhecimento e percepção dos bairros que margeiam a lagoa Mundaú, parte do principal estuário de Alagoas. A escolha do bairro para estudo despertou interesse devido a sua importância histórica e ambiental para a cidade que contrasta com os problemas urbanos e sociais da atualidade. Houve o aprofundamento do conteúdo através de revisão da literatura específica, debates direcionados nas aulas teóricas proferidas pelas orientadoras da pesquisa. Por meio de visitas ao bairro, de entrevistas a 23 instituições públicas e não governamentais e de questionários aplicados a 2% da população residente, foram realizados levantamentos de dados sobre a infra-estrutura, os serviços urbanos e sócio-econômicos e culturais da população que reside no local. O questionário foi aplicado a 192 moradores dos quais 24,48% são idosos, 38,02% são adultos, 23,96% são adolescentes e 13,54% são crianças. Mapeamentos do uso do solo, recursos ambientais, infra-estrutura urbana e aspectos sócio-econômicos e culturais da população, espacializaram as informações, baseados na cartografia da MAPLAN e ESTEIO (1998). Foram sistematizados os dados em dois relatórios, ilustrados com fotografias e croquis, que subsidiaram um diagnóstico físico-territorial da área de estudo.
RESULTADOS:
Os problemas ambientais do riacho do Silva estão relacionados com os problemas de exclusão social e de um precário sistema de infra-estrutura para a população. Segundo o Censo IBGE(2000) a população residente em Bebedouro é de 12.530 habitantes. Analisando os questionários aplicados a população constatou-se que 71,96% possuem casa própria quitada ou financiada, porém as condições de habitabilidade e a irregular posse da terra comprometem a qualidade urbana local. Constatou-se que 49,56% estão desempregados e 26,74% das famílias sobrevivem com menos de um salário mínimo e 54,42% dos entrevistados não freqüentam escola. O quadro fica mais grave quando comparados à precariedade da infra-estrutura e serviços urbanos oferecidos, pois inexiste rede coletora de esgoto e 178 moradores disseram que jogam seus dejetos no riacho do Silva ou na lagoa Mundaú. A falta de um controle eficaz pelo poder público faz com que haja um crescente aumento da ocupação das áreas de risco, provenientes da ocupação irregular em áreas de preservação permanente como encostas e manguezais. São de risco porque comprometem a segurança dos moradores e não fornecem condições adequadas de vida. Identificamos três áreas de risco, das quais uma está localizada nas margens do riacho do Silva, próximo a sua foz, na lagoa Mundaú.
CONCLUSÕES:
A Bacia Hidrográfica do riacho do Silva está em processo de degradação, devido à retirada da cobertura vegetal e a invasão das áreas de preservação permanente, ocasionando a poluição e o assoreamento do seu leito, a partir da ação antrópica, acumulo de lixo e despejo de esgoto por estar próximos a regiões residenciais com infra-estrutura precária. Estas áreas de invasão foram consideradas de risco por estarem sujeitas a alagamentos e desmoronamentos. A importância do riacho do Silva e da lagoa Mundaú é ambiental, pois serviu no passado como fonte de água e de renda para as famílias que sobrevivem da pesca local, mas hoje os impactos da urbanização nesses recursos hídricos não permitem o usufruto adequado destes ambientes pela população. Portanto, elaborar propostas para o Riacho do Silva, em torno do bairro de Bebedouro deverá atender a revitalização urbana e a recuperação das áreas degradadas, objetivos finais desta pesquisa.
Instituição de fomento: MEC/SESU
Palavras-chave:  Urbanização; Impactos-ambientais; Degradação-ambiental.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004