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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina
INCIDÊNCIA DE ESCABIOSE ENTRE ÍNDIOS DA ETNIA TERENA, MATO GROSSO DO SUL, MS, BRASIL.
Antonio Neres Norberg 1   (autor)   
Edwin Pile 1   (colaborador)   
Andréa Moreira de Siqueira Puppin 1   (colaborador)   
Aluísio Antonio Santa Helena 1   (colaborador)   
Rita de Cassia de Souza 1   (colaborador)   
Ana Carolina Torres 1   (autor)   
Fabiano Guerra Sanches 1   (colaborador)   
Margareth Maria de Carvalho Queiroz 1, 2   (co-orientador)   mmcqueiroz@uol.com.br
1. Universidade Iguaçu
2. Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ
INTRODUÇÃO:
A escabiose é uma dermatose conhecida como sarna, causada pelo ácaro Sarcoptes scabei, de distribuição mundial e ocorre no homem de todas as raças e classes sociais em todos os climas do mundo. O parasitismo é contraído pelo contato das fêmeas fecundadas que passam dos indivíduos portadores da infecção aos indivíduos sadios, isto ocorre quando um indivíduo entra em contato com os locais anteriormente usados pelos doentes nas casas, em hotéis, hospitais, ao sentar-se em sofás ou deitar-se em camas uma vez ocupadas por pacientes com escabiose; pode ter transmissão venérea; pode provocar epidemias em escolas, quartéis e comunidades fechadas. É geralmente noturno devido aos hábitos do parasita. A transmissão pode ainda ocorrer por contato com animais domésticos, principalmente o cão, embora seja a doença autolimitada no homem pela especificidade das subespécies parasitas animais. Os parasitos localizam-se de preferência nas pregas interdigitais, na face anterior dos punhos e dos cotovelos, nas paredes das axilas, nos tornozelos e nos pés, podendo estender-se à infecção às virilhas, nádegas, genitais externos, seios, etc. Geralmente a cabeça é poupada, bem como o pescoço e o dorso. Os sintomas geralmente aparecem em torno de uma semana ou mais após o contágio, em função da sensibilização crescente da pele aos parasitas.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada entre 125 índios do sexo masculino e 134 do sexo feminino, totalizando 259 índios da etnia Terena no município de Miranda, em Mato Grosso do Sul. O diagnóstico foi realizado considerando-se as características clínicas da doença e a confirmação laboratorial para demonstração dos parasitas mediante a aplicação de uma fita gomada transparente sobre a pele da região afetada. A fita foi colocada sobre uma lâmina de microscopia e examinada ao microscópio, com aumento pequeno. Para a análise dos resultados, os indivíduos foram agrupados em classe de idade (de dez em dez anos, que variou de um até 70 anos).
RESULTADOS:
Os resultados mostraram 23 casos positivos entre os 259 índios examinados, o que corresponde a 8,8% do total avaliado. A maior incidência de escabiose ocorreu nos indivíduos do sexo masculino, com 13 casos e pertencentes às classes de idade de um a dez anos, de 11 a 20 anos e de 51 a 60 anos, que foi de 10, 2 e 1 casos, respectivamente; já para o sexo feminino foram 10 casos e a maior incidência foi nas classes de idade de 31 a 40 anos, de um a dez anos, de 11 a 20, de 21 a 30 e 41 a 50 anos, que foi de 4, 3, 1, 1, e 1 casos, respectivamente.
CONCLUSÕES:
Concluímos que 8,8 % dos 259 índios examinados estavam positivos para a escabiose e a maior incidência da doença ocorreu nos indivíduos do sexo masculino, com 13 casos, destes, 10 indivíduos pertenciam à classe de idade de um a dez anos. Já os indivíduos do sexo feminino a incidência foi de dez casos, e destes, 4 pertenciam às classes de 31 a 40 anos, seguidos de 3 indivíduos que pertenciam à classe de um a dez anos, respectivamente.
Instituição de fomento: Universidade Iguaçu
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Incidência de escabiose; Índios da Etnia Terena; Município de Miranda/MS.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004