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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
PRODUÇÃO DE FORRAGEM DO CAPIM TANZÂNIA (Panicum maximum Jacq. cv Tanzânia) ADUBADO COM NITROGÊNIO E DIFERIDO NO OUTONO
Ulysses Cecato 1, 2   (autor)   ucecato@uem.br
Sandra Galbeiro 3   (colaborador)   sandragalbeiro@yahoo.com.br
José Augusto Nogueira Gomes 4   (colaborador)   -
Geovani Chimiri Peres 4   (colaborador)   
Rodrigo Nascimento Patussi 4   (colaborador)   
Glauber Marcelo Fakir 4   (colaborador)   
Augusto Manoel Rodrigues 3   (colaborador)   
1. Prof. Dr. do Depto. de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
2. Pesquisador do Depto. de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
3. Pós-Graduanda (o) do Depto. de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
4. Zootecnista, Universidade Estadual de Maringá - UEM
5. Acadêmico do Depto. de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO:
A região noroeste do Paraná se caracteriza pelo baixo rendimento da produção de bovinos de corte criados em pastagens, uma vez que estas são formadas por gramíneas tropicais que apresentam crescimento estacional, em solos de baixa fertilidade e sem manejo adequado. É comum, nos sistemas tradicionais de produção pecuária, durante o período de outono, até o início da primavera, os bovinos consumirem pastos com reduzido valor nutritivo e com baixa quantidade de forragem disponível, devido a redução da quantidade de luz e temperatura e baixa disponibilidade de nutrientes e água. Pastagens de Panicum maximum na região Noroeste do Paraná apresentam alta capacidade de produção de forragem e bom valor nutritivo. Dentre os diversos minerais necessários às forrageiras, o nitrogênio é o principal macronutriente limitante à produtividade, proporcionando a planta maior velocidade de crescimento e longevidade da lâmina foliar, possibilitando um aumento no número, peso e tamanho dos perfilhos e índice de área foliar. Para melhorar o manejo da pastagem e incrementar a produção de massa de forragem para o período de inverno, pode-se utilizar estrategicamente a adubação nitrogenada durante o período de verão. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito residual de quatro doses de nitrogênio (50, 100, 200 e 400 kg/ha) sobre a produção de massa de forragem da pastagem de capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia) sob pastejo, diferido no outono.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido de maio a julho de 2001. O solo Arenito Caiuá caracteriza-se como Argissolo Vermelho Amarelo. A pastagem de capim-Tanzânia foi dividida em 8 piquetes de 0,7 a 1,0 ha. No plantio aplicou-se o super fosfato simples e cloreto de potássio (100 kg/ha de P 2O5 e de K2O), sendo o último aplicado, 50% no plantio e 50% junto ao adubo nitrogenado. Os tratamentos foram quatro doses de nitrogênio (50, 100, 200 e 400 kg/ha) aplicados no verão, a lanço (80% de uréia + 20% de sulfato de amônia), fracionados em quatro aplicações. No verão o pasto foi mantido a altura de 50 cm e avaliado sob pastejo com lotação contínua e carga variável. Para a caracterização da pastagem no período de diferimento, realizou-se uma coleta no outono (10/05/01) e outra após o pasto diferido por 60 dias, no inverno (11/07/01). A estimativa do resíduo de massa seca/ha foi realizada pelo método da dupla amostragem e desse material uma subamostra foi separada em colmo, lâmina foliar e material senescente, e secos em estufa. A relação de lâmina foliar/colmo foi obtida através do cálculo do quociente entre o peso seco das lâminas e dos colmos. A estimativa das quantidades de massa de lâminas foliar verdes/ha, massa de colmo verde/ha e material morto/ha, foi obtida através do percentual de cada componente morfológico da planta, multiplicado pela massa de forragem. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com duas repetições.
RESULTADOS:
A massa de lâmina foliar verde apresentou efeito quadrático em função das doses de nitrogênio, variando de 1.650 a 3.092 kg/ha de MS para as doses de 100 e 400 kg/ha de N, respectivamente. A massa de colmo + bainha verde apresentou efeito quadrático em função das doses de nitrogênio, variando de 173 a 1665 kg/ha para as doses de 400 e 100 kg/ha de N, respectivamente. A massa de forragem, massa de material morto e relação lâmina foliar colmo não variaram em função das doses de nitrogênio aplicados na pastagem. Observou-se que a quantidade de massa de forragem e de massa de material morto variou de 6.812 a 10.150 kg/ha de MS e de 4.475 a 6.166 kg/ha de MS para 100 e 50 kg/ha de N, respectivamente. A diferença de produção de massa de forragem acumulada entre tratamentos, no período, pode ser considerada elevada, todavia a variação entre os tratamentos, pode ser devida ao elevado coeficiente de variação. Também a produção de matéria morta, no período, pode ser considerada elevada, já que corresponde a cerca de 60% da massa de forragem total produzida, isto se deve as inadequadas condições climáticas para o período, principalmente, em relação a baixa precipitação pluviométrica. A média para a relação lâmina foliar/colmo foi de 1,02. A massa de lâmina foliar, relação de lâmina foliar/colmo e peso de lâmina foliar diferiu em relação as coletas de maio e julho.
CONCLUSÕES:
O diferimento proporcionou incremento na massa de lâmina foliar e relação lâmina foliar/colmo em relação às coletas de maio e julho. Entretanto as doses crescentes de nitrogênio influenciaram positivamente até 200 kg/ha na massa de lâmina foliar e massa de colmo. O uso do diferimento juntamente com o efeito residual da adubação de verão, apresentou bons resultados em relação à produção de forragem.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  massa de colmo; massa de lâmina foliar; massa de forragem.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004