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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 2. Medicina Preventiva
ESTRESSE, TRABALHO E DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES: UM ESTUDO METALÚRGICO EM SÃO LUÍS - MA
Lianna Maria de Albuquerque Oliveira 1   (autor)   oliverlia@bol.com.br
Francisco Alcione Nobre da Silva 1   (orientador)   MsC.
Maria do Carmo Lacerda Barbosa 1   (co-orientador)   MsC.
Rute Pires Costa 2   (colaborador)   
1. Faculdade Santa Terezinha CEST
2. Universidade de Fortaleza  UNIFOR
INTRODUÇÃO:
A Qualidade de vida vem sendo preconizada de forma holística na área da saúde, nos reportando ao desenvolvimento científico, tecnológico e social contemporâneo, onde se vêem alterados os valores e o conceito do homem moderno e, como conseqüência, a QV dentro e fora do trabalho tornou-se uma preocupação crescente. A inter-relação entre o trabalho e os processos de saúde-doença refletirá a dinâmica bio-psico-social na qual os trabalhadores estão inseridos dentre os problemas de saúde pública. Os DORT destacaram-se na mecanização do trabalho na época da Revolução das Máquinas. Estes são desafiadores em saúde ocupacional, por serem multifatoriais, sendo o estresse o mecanismo etiopatogênico aventado para explicar a ligação entre os fatores interventores e as alterações fisiopatológicas dos DORT. As doenças e acidentes relacionados ao estresse são responsáveis por 75% de faltas ao trabalho. Enfatiza-se que as relações sociais negativas e a relação entre trabalhadores e clientes descontentes são geradores potenciais de estresse, constituindo uma via de estímulo de natureza emocional ou psicoafetiva para a manifestação dos DORT.
METODOLOGIA:
Pesquisa descritiva em saúde do trabalhador sobre aspectos bio-psico-físicos como estresse, trabalho, sintomas musculoesqueléticos relacionados ao trabalho e atividades laborais. Trata-se de um estudo de caso realizado com funcionários de uma industria metalúrgica em São Luís do Maranhão, no período de junho a agosto de 2003. A amostra constitui-se de 236 trabalhadores, sendo que 210 eram do sexo masculino e 26 do feminino, com faixa etária variante entre 17 e 60 anos. Como instrumento de coleta de dados, aplicou-se um questionário objetivo, respondido antes do exame periódico e com devolução imediata ou posterior. A análise interpretativa dos dados foi realizada mediante cálculo de regra de três simples, conforme métodos da álgebra simples, sendo os gráficos confeccionados no programa Excel.
RESULTADOS:
Após a análise crítica dos dados, observou-se uma predominância nos três setores da fábrica, A, B e C, um bom nível de estresse, porém com casos de resultados negativos significativos, sendo a dor o sintoma mais freqüente e com sua localização dominante no dorso e no ombro. Quanto à prática das atividades laborais preventivas, a maioria dos funcionários acreditou na promoção de um melhor bem-estar e disposição para o trabalho, considerando a sua realização necessária.
CONCLUSÕES:
Diante da dificuldade em correlacionar numericamente o aumento da produtividade com o crescimento do número de DORT, observou-se nos funcionários do setor metalúrgico de uma indústria em São Luís do Maranhão o aparecimento de sintomas musculoesqueléticos sugestivos de uma relação com o trabalho.O surgimento, a manutenção e a classificação do quadro clínico de DORT têm, provavelmente como baluarte, as influências do estresse no trabalho e nas condições de vida do homem, apresentando, portanto, a importância de medidas que objetivem um diagnóstico precoce, a fim de implementar uma terapêutica e prevenção adequadas, proporcionando melhorias na organização e no ambiente de trabalho, favorecendo a qualidade de vida dos trabalhadores.
Palavras-chave:  estresse; trabalho; dort.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004