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B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
AVALIACÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS CÓRREGOS URBANOS DA CIDADE DE CUIABÁ
Cláudia Pereira Guimarães 1   (autor)   claudinhacba3@hotmail.com
Fernando de Almeida Pires 1   (colaborador)   ferpires@pop.com.br
Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima 2   (orientador)   elianar@cpd.ufmt.br
1. Graduando do Depto. de Eng. Sanitária e Ambiental, Faculdade de Arquitetura Eng. e Tecnologia - FAET
2. Profa Dra do Depto. deEng. Sanitária e Ambiental, Faculdade de Arquitetura Eng. e Tecnologia - FAET
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho, foi realizado com o intuito de se conhecer as características químicas e biológicas das sub-bacias urbanas, da nascente á foz. Os pontos de amostragem foram: Manoel Pinto, Barbado, Prainha, Gambá e Ribeirão do Lipa.
O processo de estudo nos córregos urbanos se estruturou com base no banco de dados Sibac (Sistema Integrado da Bacia do Rio Cuiabá), a coleta de amostragem foi realizada no período de seca (junho á novembro) de 2003, verificando a concentração de carga orgânica, sobre a forma de Demanda Bioquímica de Oxigênio, patogênicos do grupo coliformes e nutrientes (nitrogênio e fósforo) existente nos corpos de água, sendo estes possivelmente provenientes da urbanização desenfreada da área, contaminação por resíduos sólidos e uso e ocupação do solo.
Conhecer e analisar quali e quantitativamente a interferência causada pelos afluentes do rio Cuiabá é imprescindível, já que o manancial superficial, Rio Cuiabá, tem papel essencial para o desenvolvimento, pois, representa 95% do total das fontes de abastecimento para atender as cidades de Cuiabá e Várzea Grande, além de outros usos como balneabilidade, irrigação e pesca.
Neste sentido, é possível verificar a importância de se conhecer estas características, de forma que venha a colaborar para outros estudos, sobretudo no Saneamento Ambiental. Além disso, o órgão federal Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 20) de 1986, fixa valores para os padrões de lançamento em rios de classe 2, a serem seguidos.
METODOLOGIA:
A primeira etapa consistiu de levantamento de informações existentes sobre os córregos urbanos da cidade de Cuiabá, tais como, área de influência de cada sub-bacia, população existente no local, situação das nascentes e foz através de visita de campo, formas de ocupação e urbanização através de imagens espaciais, obtido no departamento de Engenharia Sanitária.
Em um segundo plano a coleta, análise e tratabilidade dos dados das amostragens foram feitos de junho a novembro de 2003. Para coleta das amostragens utilizou-se barco, veículo para transporte, recipientes de plástico para armazenar a amostra e sua posterior preservação de acordo com o Guia Técnico de Coleta.
Finalizando, os procedimentos analíticos para a determinação das grandezas quali-quantitativas dos córregos foram realizados segundo Standard Methods for Examination of Water and Wasterwater 17ª edição 1992 e os resultados comparados com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 20 de 18/06/1986, do Conselho Nacional do Meio Ambiente para lançamento em corpos de água para rios de classe 2 e com concentrações de esgoto típico de efluentes domésticos, considerando o período de seca.
RESULTADOS:
As concentrações encontradas das variáveis analisadas foram: na sub-bacia do Barbado O.D da nasc. chegou a 2,21 mg/l e na foz 1,97 mg/l. Já a carga orgânica na nasc. chegou a 3,84 mg/l e na foz 61,77 mg/l. O nitrogênio encontrado foi de 11,96 mg/l para a nasc. e 21,78 mg/l para a foz. Para col. totais, foi observado o valor de 3,3 x 104 NMP/100 ml na nasc. e 1,2 x 107 na foz. No caso dos col. termotolerantes os dados observados foram de 8,4 x 104 para nasc., 3,2 x 106 para foz. As concentrações de fósforo foram 0,29 mg/l na nasc. e 1,54 na foz.
Na Prainha, a concentração de O.D foi de 2,17 mg/l na nasc. e de 0,49 mg/l na foz. Para D.B.O, as concentrações foram de 17,99 mg/l na nasc. e 135,00 mg/l na foz, os valores de nitrogênio foram 6,33 mg/l na nasc. e 19,98 mg/l na foz. Os col. totais encontrados foram de 1,1 x 105 na nasc. e 5,4 x 106 na foz. Para o Gambá foram encontrados O.D de 4,33 mg/l na nasc. e de 3,51 mg/l na foz. Para D.B.O, as concentrações foram de 1,60 na nasc. e 67,07 na foz. Os coli.totais tiveram índice de 4,9 x 103 na nasc. e 6,5 x 106 para foz. Os coli.termotolerantes tiveram valores de 121,25 para nasc. e 1,4 x 106 para foz. Os resultados observados na sub-bacia Ribeirão do Lipa foram: carga orgânica 18 mg/l na nasc. e 181,00 mg/l para foz, os coli.totais tiveram valores medianos de 7,6 x 103 para nasc. e 5,1 x 106 para foz. Os índices de coli. termotolerantes foram de 73,20 para nascente e 2,6 x 106 para foz.
CONCLUSÕES:
Os estudos estatísticos nos mostram que as sub-bacias urbanas sofreram alterações em virtude de um efeito combinado pela sua localização espacial, sazonalidade e devido ao lançamento de esgoto in-natura nesses corpos de água, produzindo assim valores significativos com relação às grandezas físico-químicas.
Já para os coliformes totais apenas a nascente do Gambá atingiu os valores fixados pelo CONAMA 20 que é 5000 NMP/100ml e para os coliformes termotolerantes é fixado pelo mesmo órgão concentrações de 1000NMP/100ml, observa-se que apenas foi alcançado nas nascentes do Gambá e Ribeirão do Lipa esses padrões.
Verifica-se que há a necessidade de se implementar medidas de planejamento que visem proteger as nascentes e recuperar as matas ciliares que foram retiradas e acompanhamento e monitoramento contínuo da qualidade das águas da bacia de forma a verificar os efeitos das intervenções realizadas nas bacias e realizar estudos mais aprofundados dos fatores determinantes.
Instituição de fomento: FINEP/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Qualidade de Água; Córregos Urbanos; Cuiabá – Brasil..

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004