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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia
GUERRAS "PÓS-MODERNAS" E O "NOVO" MILITARISMO HUMANITÁRIO: AS FACES DO CAPITALISMO HOJE.
Márcio Rogério Pereira Fonseca Santos 1   (autor)   marciobra2003@yahoo.com.br
Flávio Antônio Moura Reis 1   (orientador)   
1. Depto. de Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Maranhão
INTRODUÇÃO:
Neste trabalho buscaremos verificar os meios e as conseqüências de uma ação militar e política do imperialismo e suas guerras tidas como "democratizantes". Ao longo das formações econômicas e políticas do capitalismo, passando pela sua fase mercantil, de monopólio estatal, até a uma "liberação de mercados", o capitalismo mostrou as diversas facetas na dominação mundial. O capitalismo nascente deixava de ser um mero protetorado do Estado. Além disto, não se limitava mais ao seu aspecto produtivo, pois passou a se aliar com o capital financeiro.Nesta forma de imperialismo a sua expansão pelo globo se dá de forma muito mais veloz e avassaladora. A aliança do capital produtivo com o financeiro possibilitou um domínio econômico, político, cultural e social nunca antes vistos. As grandes corporações passaram a "incorporar" as empresas menores e assim começou a economia de multinacionais, que passaram a ter poderes maiores que muitos Estados nacionais.
METODOLOGIA:
Utilizamos para nossa pesquisa a leitura de livros, revistas, jornais, telejornais, participações e entrevistas em manifestações sociais.
RESULTADOS:
Constatou-se com este cenário de guerras, buscas agressivas por mercados nacionais. Neste discurso pós-guerra-fria, caracterizada aqui de guerras "pós-modernas", não haveria mais uma polarização e sim uma tentativa de "universalizar" os valores "ocidentais", diga-se, do Estado e do mercado norte-americanos. Poderíamos identificar os embargos contra países inconvenientes ao império como forma de guerra "pós-moderna", onde não vemos aparentemente a ação militar do império e a sua presença física de forma tão evidente. O embargo a Cuba, revela um lado cerceador e isolacionista do imperialismo a este país, pois ao invés de "invadi-lo" militarmente como de outra hora, opta-se por enfraquecê-lo economicamente, colocando-o como um "campo de concentração", onde há simultaneamente a possível investida política-militar. Primeiro, se constrói uma campanha publicitária em que o alvo a ser destruído, normalmente governos ditatoriais com enormes riquezas naturais, onde administram um país em que foram e são impostos pelo império. Ao mesmo tempo serão destituídos e substituídos por outros mais atualizados a um novo cenário político, porém, opressor. Se orquestra toda uma formação e convencimento da chamada "opinião pública" para que esta não se oponha à guerra, participe apoiando a guerra ou mesmo fique sem uma "legitimidade" legal para se colocar contra a guerra.
CONCLUSÕES:
O Império, garante a sua "legitimidade" forjada, por anos de propaganda midiática de ocultação de causas, motivos, interesses e conseqüências, simultaneamente este poder midiático a serviço das guerras "pós-guerras-frias", encena a sua não responsabilidade por estas guerras, simplesmente as "condenando" com comentários sobre "direitos humanos". Os valores perpassados pela mídia são esvaziados e preenchidos no momento do ataque. Essa mídia encena uma posição pacifista de não agressão das classes sociais e que imobiliza atitudes que possam vir a desafiar a ordem social. Assim, as manifestações são canalizadas por "clamores sociais", implorando aos algozes que não façam tal ato militar de brutalidade e barbárie à humanidade, com isto, o império poderá atacar quantos inimigos forem necessários para garantir o sistema capitalista, sem que haja uma contraposição de poder de grandes proporções e que possa realmente desafiar, negar e destruir o sistema capitalista, responsabilizando-o, pelas guerras interessadas em riquezas que venham a tirar o capital da crise econômica que se encontra, através de conquistas e pilhagem de riquezas.
Palavras-chave:  Império; Guerras; Humanismo.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004