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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
CARACTERIZAÇÃO DOS PERFIS ANTROPOMÉTRICO E DIETÉTICO DE ADOLESCENTES DE BAIXA RENDA INSCRITOS NO PROGRAMA INTEGRAÇÃO ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA DO BANCO DO BRASIL (AABB) - COMUNIDADE
Nataly Lopes Viana 1   (autor)   natalyviana@lycos.com
Leonice Fonseca Antunes 1   (autor)   
Renata Chácara Pires 1   (autor)   
Karolina Gatti 1   (autor)   
Daniela Silva Oliveira 1   (autor)   
Cecília Lisbora Ferreira Coutinho 1   (autor)   
Jackline Freitas Brilhante São José 1   (colaborador)   
Leonardo Santana Bretas 1   (colaborador)   
Gisele Kuhlman Duarte 1   (colaborador)   
Maria do Carmo Fontes Oliveira 1   (orientador)   
1. Depto. de Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Viçosa - UFV
INTRODUÇÃO:
A adolescência é o período do desenvolvimento humano que compreende a segunda década da vida, sendo caracterizada por rápidas e intensas modificações físicas, psíquicas e sociais. Nesta fase é freqüentemente observada a desnutrição energético-protéica, que em última análise, é resultante do poder de compra. Em função disto este trabalho objetivou caracterizar os perfis antropométrico e dietético de adolescentes da população de baixa renda participantes do programa assistencial da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), chamado Programa Integração AABB  Comunidade. Este busca oferecer aos adolescentes atingidos por elevados índices de doenças carenciais, alimentação e estrutura física para o desenvolvimento de atividades sócio-educativas.
METODOLOGIA:
Num estudo transversal, foi aplicado um questionário a 55 adolescentes inscritos contendo questões relativas à atividade escolar, pratica de atividade física, história familiar além de peso, estatura, idade e sexo dos adolescentes. Para avaliação do estado nutricional foram utilizados os índices estatura por idade (E/I) e índice de massa corpórea por idade (IMC/I) em percentil (P), de acordo com o CDC/2000 (Center for Disease Control and Prevention), foram considerados E/I menor que P5 como baixa estatura; IMC/I menor que P5 como baixo peso; IMC/I entre P85 e P95 como risco de sobrepeso e IMC/I igual ou maior que P95 como sobrepeso. Para avaliação dietética foi utilizado o questionário de freqüência de consumo semanal e questões abordando refeições diárias realizadas, preferências e aversões.
RESULTADOS:
Os resultados evidenciaram que 67,3% dos adolescentes eram do sexo masculino, a idade média era 12,7 anos, 83,6% apresentavam de 5 a 8 anos de estudo; 98,2% praticavam em média 1,5h de atividade física três vezes por semana, sendo a atividade mais praticada o futebol (72,3%), seguido do vôlei (59,3%). Em relação à história familiar verificou-se que 34,5%; 45,5% e 20% dos participantes relataram casos de obesidade, hipertensão arterial e doenças coronarianas respectivamente na família. 10,9% dos adolescentes apresentaram baixa estatura; 21,8% apresentaram magreza; 72,7% eutrofia; 3,6% risco de sobrepeso e 1,8% sobrepeso. Das refeições realizadas, constatou-se que 92,7% realizavam desjejum; 76,4% lanche da manhã; 96,4% almoço, 100% lanche da tarde, 100% jantar, e 32,7% ceia, quando avaliado as refeições realizadas incluindo a alimentação fornecida pela instituição, a qual inclui as escolas e o programa da AABB. Quando avaliado as refeições realizadas sem a inclusão da alimentação fornecida, verificou-se que 3,6% realizavam lanche da manhã e 27,2% lanche da tarde, as demais refeições variaram pouco. Os alimentos mais citados como preferidos foram carnes (38%), arroz (36%) e feijão (34%), das aversões alimentares os mais citados encontraram-se no grupo das hortaliças, sendo o jiló o mais citado (51%) e para 83% o motivo foi o sabor. Os alimentos consumidos diariamente são arroz, pão, feijão, leite, café e suco artificial, já as carnes encontram-se no grupo dos menos consumidos.
CONCLUSÕES:
Concluiu-se que a maioria dos adolescentes avaliados foram considerados eutróficos, entretanto, o percentual de magreza encontrado indica a necessidade da instituição concentrar esforços neste contingente populacional no sentido de reverter esta preocupante situação. Quanto à avaliação dietética, utilizando-se da pirâmide dos alimentos, verificou-se que os adolescentes estão consumindo uma dieta desbalanceada, com déficit de carnes, hortaliças e frutas. Logo, o consumo protéico, vitamínico, mineral e de fibras encontram-se deficitários, podendo causar doenças carenciais muitas vezes irreversíveis. Deve-se então, preferencialmente, estar incluindo na merenda escolar estes alimentos, uma vez que a alimentação fornecida pela instituição foi comprovada ser de fundamental importância na quantidade e qualidade das refeições realizadas. Foi de suma importância conhecer os hábitos alimentares dos adolescentes, para que diante das inadequações, pudessem ser estabelecidas orientações dietéticas efetivas, visando a promoção da saúde e prevenção de doenças.
Instituição de fomento: PET/SESu
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  ADOLESCENTES; BAIXA-RENDA; HÁBITOS ALIMENTARES.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004