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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
ANÁLISE DO USO TURISTICO NO PARQUE NACIONAL DE CHAPADA DOS GUIMARÃES - MATO GROSSO - BRASIL: O CASO DO ATRATIVO COMPLEXO DE CACHOEIRAS
Magno Silvestri 1   (autor)   magnosilvestri@hotmail.com
Hugo José Scheuer Werle 2   (orientador)   hugowerle@terra.com.br
1. Pós-Graduando do Departamento de Geografia, ICHS - UFMT
2. Profº. Drº. do Departamento de Geografia, ICHS - UFMT
INTRODUÇÃO:
O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães foi criado em 1989 com uma área de 33.000 hectares, ocupa parte dos territórios dos municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães. A região apresenta grande beleza cênica, com rios e córregos cristalinos, belas cachoeiras, sítios arqueológicos e um relevo exuberante, entre a Depressão Cuiabana e o Planalto de Guimarães, incluindo as sub-unidades da Chapada dos Guimarães e o Planalto do Arruda-Mutum. O córrego Sete de setembro, afluente do Rio Coxipó, este pertencente à Bacia do Rio Cuiabá e Macro Bacia do Paraguai. Dispondo de várias cachoeiras, como: Sete de setembro, Hidromassagem ou (Sonrizal), Pulo, Poço dos Namorados, Degrau, Prainha, Andorinhas ou (dos Maluco) e Independência, esta ultima, a maior do córrego, com densa mata ciliar ao redor e a jusante. Este trabalho tem o objetivo de analisar o uso do atrativo turístico complexo de cachoeiras no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Este complexo é um dos pontos turísticos mais visitados do Parque Nacional, o que preocupa os órgãos fiscalizadores e sociedade quanto a sua conservação diante do uso indiscriminado do ponto turístico.
METODOLOGIA:
As ferramentas utilizadas para o desenvolvimento deste trabalho consistem na utilização de materiais bibliográficos de vários órgãos de pesquisa e fiscalizador, sejam governamentais ou não governamentais, como o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), FEMA (Fundação Estadual do Meio Ambiente), IHGMT (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso) UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), ARCA (Associação para Recuperação e Conservação do Meio Ambiente), ADERCO (Associação de Defesa da Bacia do Rio Coxipó) SEDTUR (Secretaria de Desenvolvimento de Turismo do Mato Grosso) e a Prefeitura de Chapada dos Guimarães. Além destes, fez-se imprescindível alguns trabalhos de campo, onde in loco foi possível certificar os dados pesquisados e tirar dúvidas dos quais eram imprecisos, utilizando material fotográfico como forma de registro dos objetos de estudo e ferramenta para avaliação dos diferentes elementos físicos, bióticos e antrópicos pesquisados.
RESULTADOS:
O atrativo turístico do complexo de cachoeiras encontra-se no Planalto dos Guimarães e na unidade morfológica do Planalto Dissecado, com uma topografia de alta declividade e forte dissecação. O vale em V cortado pelo córrego Sete de Setembro possui ao seu redor uma mata ciliar de encosta desgastada pelo excesso de trilhas não orientadas. Este excesso existente no atrativo turístico danifica a vegetação de vereda a montante das cachoeiras do córrego, que apresenta um solo arenoso. A formação de brejos junto a filetes fornecedores de água aliada ao pisoteio intenso por turistas contribui para alguns processos de ravinamento e a dinamização de erosões nas laterais do canal fluvial. As cachoeiras deste atrativo turístico são visitadas com muita freqüência, quase sempre com um numero excessivo de turistas nas localidades. O perfil dos visitantes é construído em sua maioria por banhistas de final de semana, com moradores de Cuiabá e Chapada dos Guimarães em sua maioria. Os dados evidenciam um uso intenso deste ponto turístico, apresentando-se como uma das principais atrações do Parque Nacional. Estas cachoeiras são de fácil localização, com acessos via trilhas a partir do Centro de visitantes e estrada até os estacionamentos das principais cachoeiras, esta estrutura populariza o uso das mesmas.
CONCLUSÕES:
Com os resultados alcançados, podemos diagnosticar a situação delicada que se encontra o atrativo turístico do complexo de cachoeiras, quanto a seu uso e conservação. A perda da vegetação nativa ocasiona o aumento da suscetibilidade a erosões nestas localidades. Um controle do numero de visitantes para cada cachoeira faz-se necessário, com o acompanhamento de um guia preparado no parque, tendo em vista a alta freqüência de visitantes. Este controle pode ser feito através de grupos reduzidos e orientados de maneira que não venham elevar a antropização do ambiente com tamanha velocidade. Faz-se necessário também à identificação das cachoeiras e trilhas ali dispostas, com placas educativas e orientadoras, atribuindo os cuidados necessários quanto a profundidade, altura e o grau de perigo para os banhistas. Mapas e distancias corretas das trilhas para cada ponto do complexo de cachoeiras podem ser inseridas nestas orientações enriquecendo e dinamizando o atrativo para os turistas.
Palavras-chave:  Parque Nacional; Chapada dos Guimarães; Turismo.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004