| | E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 6. Processamento de Produtos Agrícolas | | | INTRODUÇÃO DE NOVAS TÉCNICAS NO MANEJO DA CASTANHA-DO-BRASIL Bertholletia excelsa Humb. & Bonp. PELA SOCIEDADE INDÍGENA RIKBAKTSA. | | | Loise Nunes Velasco 1 (autor) loisenv@universiabrasil.net | | Gilton Mendes do Santos 2 (orientador) giltons@usp.br | | João Manoel de Souza Perez 3 (colaborador) j.manoel@universiabrasil.net | | Angélica Aparecida Valentim 4 (colaborador) aapvgeli@yahoo.com.br |
| | 1. Engenheira Agrônoma, aluna de Pós-Graduação em Agricultura Tropical FAMEV/UFMT | | 2. Doutorando em Antropologia Social pela USP, coordenador do Projeto | | 3. Aluno da graduação em Agronomia FAMEV/UFMT | | 4. Aluna da graduação de Serviço Social ICHS/UFMT |
| | INTRODUÇÃO:
Este trabalho é referente a uma pesquisa realizada sobre o sistema de coleta, seleção e armazenamento da castanha-do-brasil pelo povo indígena Rikbaktsa, habitantes da Amazônia Meridional, na bacia do Rio Juruena no Estado de Mato Grosso. A castanheira é encontrada no Brasil, mais especificamente no Centro Oeste (Goiás e Mato Grosso) e no Norte (Pará, Acre, Amazonas, e Rondônia); é uma árvore de planície, ecologicamente mais importante em habitats não inundáveis (terra firme); possui flores zigomórficas, originando fruto do tipo cápsula, denominado ouriço, tendo o formato quase esférico e contendo de 12 a 25 sementes. Esta pesquisa está inserida no Programa Integrado da Castanha (PIC), em desenvolvimento por uma equipe organizada pelo Núcleo de Pesquisa Natureza e Cultura (GERA) da Universidade Federal de Mato Grosso, cujo objetivo é propor incremento no sistema adotado tradicionalmente pela referida sociedade indígena, a fim de se obter um produto (castanha-do-brasil) condizente com as exigências da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Esta pesquisa teve início no mês de janeiro de 2003 e término em fevereiro de 2004 com aporte financeiro e institucional da UFMT/GERA e do Global Environment Facility (GEF) e apoio da Fundação Nacional do Índio – núcleo Juína. | | METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento da pesquisa foram realizados levantamento de campo com objetivo de observar as atividades de coleta da castanha praticada pelos Rikbaktsa, bem como o seu sistema de coleta, seleção e armazenamento. Foram realizadas, também, entrevistas com informantes privilegiados para melhor conhecer o sistema organizado por eles uma vez que esta atividade já vem sendo praticada por várias gerações por estes índios. Os instrumentos utilizados foram: Carta-Imagens (nº 228/067 de 24/07/2002, 228/068 de 24/07/2002) para localização dos castanhais explorados pela população e o sistema de posicionamento global (GPS) para obtenção da localização dos pontos amostrados. Após a pesquisa de campo foram sugeridas e debatidas, com os moradores das aldeias, alterações no manejo dos castanhais. | | RESULTADOS:
Os resultados aqui apresentados consistem na própria adoção das práticas introduzidas no sistema tradicional praticado pelos Rikbaktsa. Construção de mesas de seleção e secagem, que possibilitam maior transpiração da semente já que sua base é de madeira e o contato das amêndoas se dá por meio do sombrite 30%, que permite uma boa circulação do ar. A adoção da mesa de secagem se opõe ao método utilizado pelos Rikbaktsa de depositar as amêndoas sobre lonas plásticas, considerada uma barreira física que dificulta a dissipação do ar prejudicando a secagem da amêndoa e evitando assim a possível contaminação com as aflatoxinas, metabólitos tóxicos produzidos por fungos saprófitos e que têm efeito carcinogênico e teratogênico para a saúde humana. Outra vantagem da adoção das mesas diz respeito ao bem estar físico de quem a manipula, permanecendo com a postura ereta ao invés de encurvados em direção ao solo. Construção de barracões para armazenamento do produto: foram construídos pelos próprios Rikbaktsa com o objetivo de fornecer melhores condições de armazenamento das castanhas, alcançando assim boa performance para comercialização dentro dos padrões estabelecidos pela CONAB. | | CONCLUSÕES:
Ao longo do trabalho foi possível propor alterações no método de manejo tradicional dos castanhais adotado pelos Rikbaktsa para fins de comercialização do produto em larga escala. A sociedade indígena encontra-se num processo de adaptação dos materiais e métodos introduzidos, que requer um tempo mais amplo para sua total efetivação. | | | Instituição de fomento: Núcleo de Pesquisa Natureza e Cultura – GERA/UFMT e GEF | | | | | Palavras-chave: Castanha-do-brasil; Rikbaktsa; Manejo de castanhais. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |