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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
EFEITOS DO SUCO DE AGAVE SOBRE BICUDO Anthonomus grandis DO ALGODOEIRO Gossypium hirsutum L. r. latifolium HUTCH
José Alberto Calado Wanderley 1   (autor)   cezarioja@bol.com.br
Artur Franco Barrêto 2   (autor)   arturfrancbarr@bol.com.br
José Cezario de Almeida 2   (autor)   cezarioja@hotmail.com
João Rodrigues de Sousa 2   (autor)   joaorosousa@bol.com
José da Silva Sousa 1   (autor)   
Pedro Gomes de Almeida 1   (autor)   
1. Acadêmicos de Agronomia da Faculdade de Agronomia de Pombal
2. Professores da Faculdade de Agronomia de Pombal - FAP/FESC
INTRODUÇÃO:
Introdução: O algodoeiro, Gossypium hirsutum L. r latifolium HUTCH, devido aos produtos e subprodutos que dele resulta nas indústrias têxteis e extrativistas, tem a sua exploração revestida de ampla importância socioeconômica no contexto das regiões produtoras. No entanto a produção não tem suprido as necessidades do mercado nacional, pragas como o bicudo (Anthonomus grandis) trazem sérios problemas para o cotonicultor, tais como: aumento do custo de produção e redução da produtividade. No Brasil, têm-se desenvolvido tecnologias que propiciam o aumento da produção e da qualidade dos produtos e subprodutos do algodoeiro. Os pequenos agricultores que são enquadrados e assistidos pelos programas de incentivo a cotonicultura, chegam a ser beneficiados por uma tecnologia que lhes tem sido direcionada, caracterizada pela simplicidade de execução, baixo custo e por despertar a consciência de preservação dos recursos naturais. Sobre este ultimo tópico, tem-se verificado na agricultura de uma maneira geral, uma elevada demanda por produtos orgânicos, oriundos de cultivos sem o uso de pesticidas sintéticos. O suco do agave (Agave sisalana) obtido durante o desfibramento tem mostrado atividades anti-helmíntica com relação aos nematóides de galha do tomateiro e efeito biocida em carrapatos bovinos e ácaros do algodoeiro. Por essas razões decidiu-se avaliar os efeitos dos sucos sobre o bicudo do algodoeiro.
METODOLOGIA:
Metodologia: O experimento foi realizado no Laboratório de Entomologia da Faculdade de Agronomia de Pombal, localizada no município de Pombal, PB. Os tratamentos foram: T= testemunha (água destilada estéril); SFAS= suco fresco de Agave sisalana (pH= 5,0); SFAH= suco fresco de Agave híbrido 11648 (pH= 5,1). O delineamento experimental foi o DIC com 3 repetições (gaiolas teladas com 10 insetos cada). Com o auxílio de um borrifador manual realizou-se 2 pulverizações, sendo a segunda pulverização 8 horas após a primeira, distribuindo em cada repetição (gaiola) 2 ml dos sucos. Decorridas doze horas após a ultima aplicação realizou-se à lavagem dos insetos em uma peneira com água destilada para remoção dos sucos, em seguida os insetos foram colocados sobre duas camadas de papel de filtro contidas em novas gaiolas previamente preparadas. Segundo a análise fitoquímica dos sucos, realizada, no Laboratório de Farmacologia do Curso de Farmácia da UEPB/Campina Grande, PB, foram constatadas na composição destes: taninos, alcalóides, saponinas e cumarinas. Avaliou-se visualmente após a aplicação dos sucos durante 24 horas a mobilidade de patas, assas, atratividade nutricional e acasalamento, também observou-se à capacidade de recuperação após a lavagem dos sucos com água destilada esterilizada.
RESULTADOS:
Resultados: Logo após a aplicação dos sucos de agave de ambas as cultivares os insetos perderam a capacidade de andar, voar, alimentar e acasalar, permanecendo paralisados ou em estado de latência durante o tempo (24 horas) em que estiveram cobertos pelo suco de agave. Na avaliação pertinente a recuperação das atividades normais do inseto após doze horas da retirada (lavagem) dos sucos de agave do corpo dos insetos, observou-se que 20% dos insetos pulverizados com ambos os sucos permaneceram imóveis, não havendo diferença estatística significativa entre os sucos. Na análise fitoquímica realizada nos sucos de agave apresentaram taninos, alcalóides, saponinas e cumarinas, provavelmente as proporções dessas substâncias e os pH peculiares a cada cultivar de agave, tenham determinado o comportamento observado.
CONCLUSÕES:
Conclusões: As aplicações dos sucos das duas cultivares de agave paralisaram temporariamente a mobilidade do inseto; 80% dos insetos recuperaram-se após a retirada (lavagem) dos sucos.
Palavras-chave:  suco de agave; controle natural; Anthonomus grandis.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004