| | G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia | | | RELAÇÕES RACIAIS E IDENTIDADE NACIONAL: REVISITANDO NINA RODRIGUES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA | | | Carlos Benedito Rodrigues da Silva 1 (orientador) carlosbene@terra.com.br | | Matheus Gato de Jesus 1 (autor) | | Juciana de Oliveira Sampaio 1 (autor) | | Andrea Joana Sodre de Sousa 1 (autor) deiasoudre@bol.com.br | | Eugênio Gonçalves Garcia 1 (autor) |
| | 1. DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA |
| | INTRODUÇÃO:
No final do século XIX, a partir da década de 70, começa haver uma efervescência científica no Brasil, influenciada especialmente pela teoria do darwinismo social, que se consolida com o surgimento dos museus etnográficos e com a prática medicinal legalizada, acarretando na formação de uma nova inteligentsia brasileira, responsável por apontar os caminhos para a construção de uma recente nação. É neste cenário, que se destacam os trabalhos e pesquisas do médico maranhense, radicado na Bahia, Raimundo Nina Rodrigues. O presente estudo visa compreender a importância deste autor, enquanto paradigma político-científico, para a compreensão das relações raciais no Brasil e de como a idéia de povo e identidade nacional é construída a partir de suas ferramentas conceituais. | | METODOLOGIA:
Para realizar este trabalho, utilizamos recursos bibliográficos de Nina Rodrigues (1957) e (1977) visando o exame detalhado de sua construção teórica, Skidmore (1976) onde o autor nos mostra como se dá o desenvolvimento das categorias de raça e nacionalidade no pensamento brasileiro no final do século XIX até o segundo quartel do século XX, Schuwarcz (1993) que aborda a consolidação das instituições científicas brasileira no final do século XIX, Ortiz (1994), estudo no qual analisa a construção da identidade nacional e suas implicações políticas e Corrêa (1998) onde esta faz um estudo minucioso da Escola de Nina Rodrigues e sua repercussão na produção científica nacional. Fizemos uso dos conceitos de fato discursivo e ordem do discurso trabalhados por Foucault (1996). | | RESULTADOS:
: Constatamos, que o discurso de Nina Rodrigues teve grande importância para a formação das ciências sociais no Brasil, especialmente para a antropologia. A questão das implicações sociais da presença do negro, enquanto um componente da identidade nacional é ainda um problema amplamente pesquisado. .Entendemos que o discurso de Nina Rodrigues serviu para as elites nacionais do final do século XIX, como uma justificação científica das desigualdades sociais e raciais, presentes em todos os níveis, da sociedade brasileira e que muitas idéias elaboradas por este cientista, apesar de terem caído no descrédito científico devido ao teor notoriamente racista, ainda habitam as representações vigentes no senso comum sobre a população negra e a sociedade brasileira em geral. | | CONCLUSÕES:
O exame do discurso de Nina Rodrigues nos mostra, que não podemos dissociar a construção epistemológica das relações políticas a qual ela está invariavelmente atrelada e que, consequentemente, a pergunta antropológica sobre a identidade nacional brasileira é permeada socialmente pelos momentos históricos no qual ela é lançada na realidade. | | | | | | | Palavras-chave: Raça; nação; Identidade. |
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Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004 |