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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
CHUMBO INORGÂNICO COMO CONTAMINANTE OCUPACIONAL E AMBIENTAL EM RECUPERADORAS DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS, GRANDE CUIABÁ - MT, 2000
Paulo Afonso Rossignoli 1   (autor)   parossi@terra.com.br
Edinaldo de Castro e Silva 2   (orientador)   
Cor Jésus Fernandes Fontes 3   (co-orientador)   
Lázaro José da Silva 4   (colaborador)   
Stela Maris Silvestrin 5   (colaborador)   
1. Prof. Dr. do Depto. de Alimentos e Nutrição, Faculdade de Nutrição - UFMT
2. Prof. Dr. do Depto. de Química, Instituto de Ciências Exatas e da Terra - UFMT
3. Prof. Dr. do Depto. de Clínica Médica, Fac. de Ciências Médicas - UFMT
4. Químico da METAMAT/MT
5. Profa. M.Sc. do Depto. de Pediatria, Fac. de Ciências Médicas - UFMT
INTRODUÇÃO:
O xenobiótico chumbo teve sua ocorrência no ambiente incrementada muitas vezes a partir da revolução industrial, sendo caracterizado por sua não participação em processos metabólicos conhecidos. As atividades antropogênicas como a produção e reciclagem de acumuladores automotivos têm colaborado para o incremento do metal pesado no ambiente. Objetivou-se nesse trabalho a verificação da presença do chumbo em trabalhadores expostos do setor de recuperação de acumuladores elétricos, soldadores de radiadores automotivos e nas suas respectivas empresas dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil. Na região Centro Oeste são escassos as pesquisas de quantificação do metal chumbo em trabalhadores do setor e no seu ambiente de trabalho.
METODOLOGIA:
Foram mapeados e visitados todos os estabelecimentos de setor, procedendo-se à determinação da plumbemia, chumbo inorgânico do solo e poeira. Os trabalhadores foram separados em grupo EX (expostos ao metal; n = 55), OE (ocasionalmente expostos, n = 63) e GC (grupo controle; n = 55) de acordo com o contato dos mesmos com o metal, sendo determinado o chumbo sangüíneo (Pb-S). As determinações do chumbo foram realizadas através do método de espectrometria de absorção atômica. Sendo o controle analítico realizado com o uso de padrões internacionais.
RESULTADOS:
A legislação brasileira do trabalho estabelece que a plumbemia máxima de tolerância biológica é de 40 μg/dL, mas este nível tem sido contestado por muitas pesquisas na área de metais pesados. De acordo com dados recentes o nível de 25 μg/dL pode causar importantes modificações metabólicas que devem ser apropriadamente investigadas. Dos 55 trabalhadores expostos, 19 (34,5%) apresentaram Pb-S acima de 25 μg/dL. Durante o mesmo período os demais grupos de trabalhadores estudados apresentaram plumbemia abaixo de 25 μg/dL. Todos os estabelecimentos visitados apresentaram-se em desacordo com a legislação em vigor quanto às condições de segurança do trabalho. O chumbo do solo apresentou média de 3,74 g% (DP = 8,4) e poeira média de 0,55 g% (DP = 4,5), portanto extensivamente contaminados por chumbo inorgânico.
CONCLUSÕES:
Estes dados sugerem que as empresas visitadas e uma parcela importante dos trabalhadores estão contaminadas com chumbo, demonstrando que estudos posteriores serão necessários para o estabelecimento de interações entre o ambiente e a intoxicação pelo metal.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT)
Palavras-chave:  Chumbo ocupacional; Contaminação ambiental; Plumbemia.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004