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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
UM INSTRUMENTO PARA AVALIAR A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE ENERGIA MECÂNICA EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO NPI/UFPA
Odifax Quaresma Pureza 1, 3   (autor)   
Luiz Marconi Fortes Magalhães 2, 3   (autor)   marconi@amazon.com.br
1. Prof. Mestrando do Núcleo Pedagógico Integrado, UFPA
2. Prof. Dr. do Núcleo Pedagógico Integrado, UFPA
3. Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Ambiental, GEPEA
INTRODUÇÃO:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam a importância do ensino de física na escola de ensino médio, para a formação de uma cultura científica aos egressos deste nível de ensino. Tal atenção favorece a interpretação de fatos, fenômenos e processos naturais situando e dimensionando a interação do ser humano com o meio ambiente e como parte da própria natureza em transformação. Um ensino escolar com estas características deve ser visto como um processo de enculturação, isto é, a entrada de uma nova cultura, diferente da cultura do senso comum. Neste sentido, as concepções prévias do estudante e sua cultura cotidiana não têm que necessariamente serem substituídas pelas concepções da cultura científica. Deste modo, deve-se procurar no processo de ensino e de aprendizagem, uma evolução conceitual da forma de pensar do estudante, de modo que este possa posicionar-se de acordo com a situação em questão. Neste estudo objetivamos a construção de um instrumento, baseado em categorias de pensamento, que permita avaliar a evolução do conceito de energia mecânica em alunos do ensino médio.
METODOLOGIA:
O estudo foi desenvolvido no Núcleo Pedagógico Integrado, NPI/UFPA, em Belém do Pará, no período letivo de 2003, em uma turma da 1ª série do ensino médio, com 35 estudantes na faixa etária de 14 a 16 anos. Os dados foram coletados a partir do problema 1: duas esferas, A e B, de mesma massa ou massas diferentes são abandonadas em queda livre, ora da mesma altura ora de alturas diferentes e do problema 2: duas esferas, A e B, de mesma massa ou massas diferentes são abandonadas em um plano inclinado de uma mesma posição ou de diferentes posições sobre o plano) Para responder estes problemas a seguinte indagação foi proposta: que esfera apresenta mais energia?
RESULTADOS:
As repostas dos estudantes foram agrupadas em cinco categorias de análise, de C1 a C5. A categoria C1 revelou que os estudantes demonstraram incoerência nas respostas. As categorias C2, C3 e C4 apresentaram subcategorias. Na subcategoria C2A existe uma relação inversa entre altura relativa ao referencial e energia. Na C2B, a massa ou peso da bolinha manteve uma relação inversa com a energia. Na C2C a altura relativa ao referencial prevaleceu sobre o peso da bolinha, com o peso mantendo uma relação inversa na determinação da energia. A subcategoria C3A correspondeu a uma relação direta entre energia e a altura da bolinha relativamente ao referencial. Na C3B a energia apresentou uma relação direta com a massa. Na subcategoria C4A, a altura prevaleceu sobre a massa da bolinha. Na C4B, a massa ou peso da bolinha prevaleceu sobre a sua localização relativa ao referencial. Finalmente na categoria C5 ocorre uma espécie de compensação entre massa e altura das bolinhas.
CONCLUSÕES:
Os resultados deste estudo permitiram identificar uma forma de pensar a noção não-formal do conceito de energia mecânica e suas formas em meio escolar. Ao categorizar as informações fornecidas foi possível estabelecer com as cinco formas de pensamento (categorias C1 a C5) a complexidade de idéias apresentadas pelos sujeitos do estudo de acordo com a proximidade do conceito escolar de energia mecânica e suas formas. Nas subcategorias foi possível evidenciar pensamentos equivalentes entre si, por se referirem às idéias com mesmas ordens de complexidade. O conjunto dessas categorias constitui-se num instrumento capaz comparar os resultados obtidos antes e após o processo de ensino e de aprendizagem de modo a observar a ocorrência de evolução conceitual no pensar dos estudantes, acerca do tema em questão.
Palavras-chave:  Energia e conservação; Evolução conceitual; Ensino de física.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004