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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
O ZONEAMENTO ECOTURÍSTICO DA FAZENDA ÁGUA LIMPA - UNB
Igor A. A. Oliveira 1   (autor)   
Daniel de A. Papa 1   (autor)   
Artur O. Paiva 1   (autor)   
Elisa P. Bruziguessi 1   (autor)   
Marco Assis Borges 1   (autor)   
Ana Carolina Sena Barradas 1   (autor)   
Natália P. Massaroto 1   (autor)   
Gustavo A. Thomé 1   (autor)   
Andressa Mares Costa 1   (autor)   
José Roberto Pinto 1   (orientador)   
1. Universidade de Brasília - Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Florestal
INTRODUÇÃO:
A utilização de espaços naturais para a prática da educação ambiental é uma forma bastante eficiente de incentivar a conservação da natureza e promover uma conscientização ambiental através do contato direto do(a) visitante com a vegetação e a fauna. Este tipo de atividade, também conhecida como ecoturismo, vem sendo introduzida em muitas áreas de reserva, proteção ambiental e parques, como opção economicamente rentável e ambientalmente correta, substituindo atividades mais impactantes como a pecuária extensiva. Porém em muitos casos a falta de planejamento e de estudo da capacidade de carga do local pode causar graves interferências ao ambiente, inviabilizando a atividade. A condução de ecoturistas em uma determinada área deve ser acompanhada por guias ou monitores, levando em consideração o número de pessoas, grau de escolaridade, capacidade de suporte do local e tema de interesse do grupo que visita, tendo como base no Zoneamento Ecoturístico. Por fim, pretende-se definir e apresentar os procedimentos de implantação do Zoneamento Ambiental com base no estudo de caso da Fazenda Água Limpa-UnB, a fim de fornecer base teórica e estimular iniciativas neste ramo e melhorias onde esta atividade já esta implementada, respeitando e utilizando a capacidade ideal dos recursos naturais.
METODOLOGIA:
O estudo foi feito na Fazenda Água Limpa (FAL), que pertence a Universidade de Brasília, e está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) Gama e Cabeça de Veado, junto com o Jardim Botânico de Brasília, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e a Reserva da Aeronáutica, num total de 25.000 hectares. Dos 4.340 hectares da FAL, metade é destinada como área de reserva e a outra como área experimental, utilizada para ensino, pesquisa e extensão. O ecoturismo científico realizado pelo grupo Beija-FAL atua na FAL desde 2001, levando ao conhecimento de estudantes de escolas públicas e privadas os estudos realizados na área, apresentando seus atrativos naturais e utilitários. O zoneamento da fazenda foi feito de acordo com a possibilidade e capacidade de cada atrativo, levando em consideração a proteção dos recursos naturais, preservação da infra-estrutura local e a diversificação das atividades disponíveis para os trabalhos de educação ambiental. Cada zona tem sua carga de suporte e acessibilidade definida, diferenciando-se em três classes: Zonas intangíveis; não podem receber visitantes. Zonas de uso semi-intensivo; áreas preservadas e mais afastadas que recebem grupos de tamanho médio. Zona de uso intensivo; é mais visitada podendo receber grupos maiores.
RESULTADOS:
Os atrativos da fazenda para uso do ecoturismo científico foram classificados dentro das classes do zoneamento de acordo com a proximidade da sede, infra-estrutura já estabelecida, capacidade de suporte e preservação ambiental.
Zona Intangível: São as zonas destinadas exclusivamente para preservação e pesquisa, englobam as matas de galeria, buritizais, campos limpos e sujos úmidos além da área de estudo da primatologia e parcelas de estudo permanente. Acesso restrito a pesquisadores e funcionários da fazenda.
Zona de uso semi-intensivo: Esta zona possui atrativos naturais de acesso facilitado, com menor capacidade de carga, por isso devem receber um número mais reduzido de visitantes. Entre os atrativos estão: o Poço das Quaresmeiras, mirantes da Moa, córrego Taquara e mirante das Arniqueiras. Número máximo de pessoas por turno: 40.
Zona de uso intensivo: Esta deve ter a capacidade de proporcionar atividades com maior freqüência e intensidade, com trilhas largas, bem demarcadas, apresentando grandes interferências antrópicas. Os atrativos desta zona são: área de recepção, sede administrativa da fazenda, estação agroclimatológica, casa de vegetação, minhocário, viveiro florestal, horta convencional, horta de medicinais e trilha do buritizal. Número máximo de pessoas por turno: 80.
CONCLUSÕES:
O zoneamento ecoturístico realizado na Fazenda Água Limpa é uma importante ferramenta para diminuir o impacto do ecoturismo tanto nas áreas naturais quanto nos atrativos utilitários. Sua implantação foi feita em áreas com algum tipo de interferência humana, aproveitando a infra-estrutura já existente e conservando as áreas intactas.Mesmo com o zoneamento estabelecido na Fazenda Água Limpa, as visitações devem ser feitas com acompanhamento de monitores especializados, utilizando uma relação de 20 a 25 ecoturistas por monitor.
A Fazenda Água Limpa-UnB possui grande potencial para novos percursos ecoturísticos, e para a implantação dos mesmos deve-se realizar estudos mais aprofundados e seguir os critérios apresentados no zoneamento ecoturístico.
Palavras-chave:  Educação Ambiental; Ecoturismo Científico; Zoneamento Ambiental.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004