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F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Serviço Social - 6. Serviço Social do Trabalho
NESTE TRABALHO EU ME SINTO A VONTADE: UM ESTUDO JUNTO AS GAROTAS DE PROGRAMA QUE FREQUENTAM O POSTO TEXACO
Áurea Maria de Oliveira 1   (autor)   
Clair Freitag 1   (autor)   
Dalva Felipe de Oliveira 1   (orientador)   Dalva@pcnet.com.br
Maria Helina de Andrade Martins 1   (autor)   compras@pemaza.com.br
Maria Rosimeire Diniz de Souza 1   (autor)   
1. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná
INTRODUÇÃO:
Historicamente, o homem sempre teve o fascínio pelo sexo, salienta-se que nas sociedades antigas esse assunto já era um dos mais discutidos, e controversos. Não distante disso, a prostituição também surgiu cedo, e historicamente sempre foi uma profissão que oscilava entre a aceitação e o repudio perante as sociedades. Esse dilema tem origem nos códigos morais e culturais que foram definidos pela sociedade de classes e pela religião que repudiam essa prática ou essa profissão. O objetivo desta pesquisa foi analisar os motivos que levaram essas mulheres a optarem pelo comércio do sexo. A escolha pelo tema decorreu do fato de que no Posto Texaco há um movimento continuo de mulheres que ingressam na prostituição muito cedo, por volta dos quinze, demonstrando assim a necessidade de políticas publicas sociais para solucionar o problema.
METODOLOGIA:
Para alcançar o objetivo proposto Utilizaram-se os seguintes procedimentos: revisão bibliográfica, observação livre e entrevistas. Ao todo foram entrevistadas vinte e cinco mulheres que vivem da comercialização do sexo.
RESULTADOS:
Com base nos dados coletados pode se afirmar que dezessete das vinte e cinco entrevistadas, estão na profissão porque gostam, demonstrando assim, a perda de valores que a mulher tem enfrentado atualmente, três alegaram como motivo a falta de emprego, duas disse que estavam nessa profissão para ganhar mais dinheiro, uma alegou falta de estudo e duas não responderam. Quando indagadas sobre parceiro fixo, a grande maioria não tem, apenas três delas possuem. Quanto ao nível de escolaridade, observa-se que quinze possuem o ensino fundamental incompleto, oito concluíram e apenas duas cursaram o ensino médio. No que tange o estado civil dezesseis delas são solteiras, não tendo tido nenhum antecedente quanto a relacionamentos fixos ou duradouros ou até mesmo de morar junto de alguém. Quatro das entrevistadas são casadas; uma divorciada e quatro separadas, número que se apresenta bastante significativo dentro do índice entrevistado. Sobre o número de filhos apresentou como resultado os seguintes números: dezesseis das entrevistadas tem um ou mais filhos e apenas cinco não possui nenhum quatro não responderam a tal pergunta.No caso em estudo observou-se que a prostituição ocorre todos os dias, mas o fluxo é maior nos finais de semana. Mais o pico ocorre durante a época da colheita da soja, nos meses de julho e dezembro período de férias época em que as mulheres-esposas viajam com os filhos e o marido fica no município. Todavia, as maiorias dos clientes são carreteiras e o preço do programa varia de R$ 30,00 até R$ 80,00. Um fato interessante é que quanto mais nova for a prostituta mais facilidades ela terá para adquirir os clientes. Se ela fizer cinco programas por noite terá uma renda salarial bem superior quando comparadas às outras profissões.
CONCLUSÕES:
Analisando todos os fatos, percebe-se que como toda atividade rentável para os donos dos prostíbulos se comparados ao gasto, a informalidade em que se encontram as prostitutas. Um fator bastante relevante é a presença de constante dos carreteiros, o que garante o fluxo de renda e logicamente de programa. Como no Posto há um espaço enorme para o estacionamento dos caminhões essa peculiaridade deu fama ao lugar que além de cumprirem com os serviços usuais, fornecem informações ou mesmo disponibilizam dos serviços ligados ao sexo.Outro aspecto a ser ressaltado é que na informalidade essas mulheres não dispõem de nenhum beneficio social o que mais tarde acarretará problemas para o Estado, tanto no que se refere à saúde quanto a Previdência Social. Esse fato deve receber uma atenção especial por parte das autoridades e da própria sociedade civil que deveriam elaborar políticas públicas para minimizar o problema.
Palavras-chave:  prostituição; trabalho informal; exclusão social.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004