IMPRIMIRVOLTAR
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
O ESPAÇO DO ENSINO DE ARTE NA FORMAÇÃO INICIAL DOS PROFESSORES DAS SÉRIES INICIAIS DA ESCOLARIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
Everson Melquiades Araújo Silva 1   (autor)   eversonmelquiades@bol.com.br
1. Aluno do mestrado do Programa de Pós-graduação em Educação - UFPE
INTRODUÇÃO:
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9.394/96 estabelece que o ensino de arte deve constituir-se como um componente curricular obrigatório em todos os níveis da educação básica. No ano de 1997, é publicado pela Secretaria de Ensino Fundamental (SEF), do Ministério da Educação (MEC), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). O volume relacionado ao ensino de artes estabelece de maneira geral os construtos didáticos dessa área de ensino (objetivos, conteúdos, estratégias, processo avaliativo). De acordo com esse documento, a Arte teria um papel central na formação do aluno. Assume-se, explicitamente, que o cidadão desprovido do conhecimento artístico teria uma experiência de aprendizagem pessoal e social bastante limitada. Considera-se então, que a LDB 9.394/96 e o PCN de Arte, passam a nortear as políticas públicas para a educação relacionada ao ensino de arte na educação básica. Neste contexto, os professores das séries iniciais da escolarização (Educação Infantil e 1o. e 2o. Ciclo do Ensino Fundamental) tem a obrigação de ensinar artes os seus alunos. No estado de Pernambuco, esses professores têm se formado basicamente nas instituições de ensino superior, no curso de Pedagogia e nas escolas secundárias, no curso normal médio. Essa pesquisa teve como objetivo compreender qual o espaço do ensino de arte na formação inicial de professores das séries iniciais da escolarização.
METODOLOGIA:
O currículo enquanto campo de investigação tem se constituído como interesse básico dos pesquisadores que se preocupam com os processos de escolarização em diferentes níveis, modalidades, concepções e organizações. Nesse caso, as políticas escolares e de ensino, bem como os processos organizacionais, são tomados como objetos de investigação. Com esta compreensão, realizamos a análise documental das matrizes curriculares de 7 (sete) instituições de formação de professores das séries iniciais da escolarização, da região metropolitana do Recife. 6 (seis) instituições de ensino superior, entre elas 4 (quatro) privadas e 2 (duas) públicas (1 federal e 1 estadual). Foi analisada também, a matriz curricular da Secretaria de Educação de Pernambuco, que regula o curso normal médio em funcionamento no Estado. As 7 (sete) instituições foram escolhidas para compor a amostragem desse estudo por se caracterizarem como instituições que tradicionalmente tem formado os professores que irão ser incorporados nos quadros das escolas da rede pública e privada de ensino. Para uma maior compreensão dos processos em torno das matrizes curriculares analisadas, foi realizada também uma entrevista semi-estrutura com os coordenadores dos cursos das instituições referenciadas.
RESULTADOS:
Nos últimos 8 (oito) anos (1996-2004) todas as instituições realizaram reformas nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores. Essas reformas foram motivadas pela implementação das novas diretrizes para formação de professores, instituídas pelo MEC. Todas as instituições de ensino superior particulares, com a reforma dos cursos de Pedagogia, criaram 1 (uma) ou 2 (duas) disciplinas relacionadas ao ensino de artes na matriz curricular do curso. Essas matrizes curriculares passaram a vigorar no início do ano de 2004. Provavelmente, pela organização dado as matrizes, essas disciplinas só serão implementadas no período de 2 (dois) anos. As instituições públicas de ensino superior ainda estão em processo de reforma curricular do curso de Pedagogia. No entanto, suas propostas curriculares já apontam para a criação de disciplinas relacionadas ao ensino de arte. O curso normal médio realizou a sua última estruturação curricular no ano 1999. Porém, não contemplou a inserção do ensino de arte na sua nova matriz curricular. Constatou-se também, que antes das reformas implementadas no final da década de 1990 e início do novo milênio, as instituições formativas na apresentavam nas suas matrizes curriculares, disciplinas relacionadas ao ensino de arte.
CONCLUSÕES:
Observa-se que o ensino da Arte aparece, nos anos 1990, como uma questão socialmente problematizada; uma temática que tem sido tratada, até certo ponto, com abundância pela literatura educacional sob variados ângulos e critérios. E que conta, inclusive, com um amplo movimento de discussão e reflexão institucionalizada sobre o campo denominado de "Arte/Educação". De fato, desde a década de 1970 é notória a participação de vários movimentos organizados com a preocupação de incluir e sistematizar a presença da arte no processo pedagógico, como um dos elementos essenciais para a formação do homem. No entanto, percebe-se ainda, que na formação dos professores para as séries iniciais da escolarização, ela vem constituindo-se como objeto de reflexão das instituições formadoras desses professores da Região metropolitana do Recife. Antes da implementação da LDB e do PCN de Arte não havia a presença do ensino desta modalidade nas matrizes curriculares dessas instituições. Porém, o ensino de arte só passou a compor as matrizes curriculares, com a rubrica de "didática ou metodologia", a partir das reformas curriculares impulsionadas pelas novas diretrizes para a formação dos professores, implementadas pelo MEC.
Palavras-chave:  Ensino de Arte; Formação Inicial; Séries Iniciais da Escolarização.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004