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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
ALTERNATIVAS DE MANEJO QUÍMICO EM MILHO SAFRINHA PARA PLANTAS DANINHAS RESISTENTES A HERBICIDAS INIBIDORES DA ALS
Rubem Silvério de Oliveira Junior 1   (autor)   
Jamil Constantin 1   (autor)   
Paulo Humberto Pagliari 1   (autor)   
Silvio Carreira 1   (autor)   
Vagner Pavezzi Framesqui 1   (autor)   framesqui@hotmail.com
1. Departamento de Agronomia, UEM - Maringá - PR
INTRODUÇÃO:
As infestantes mais comuns na cultura do milho "safrinha" são as dicotiledôneas. Normalmente, os agricultores preferem investir o mínimo possível e nem sempre é planejado o controle dessas plantas daninhas. Essas espécies normalmente exigem menores doses de herbicidas quando comparadas à infestação mais numerosa de gramíneas que ocorre durante a safra de verão. Rodrigues et al. (2000) concluíram que é viável o uso de baixas doses de herbicidas na "safrinha", ao estudar a utilização de herbicidas como alachlor+atrazine e atrazine+óleo.
No entanto, com a proliferação de biótipos de plantas daninhas resistentes a herbicidas inibidores da ALS no Paraná, as infestações remanescentes do cultivo de verão tendem a aumentar em quantidade e em importância. Desta forma, é importante disponibilizar ao agricultor opções para o controle químico destas plantas daninhas. Dentre as mais importantes infestantes de verão que tem apresentado recentemente disseminação de focos de resistência, destacam-se o picão-preto (Bidens pilosa) e o leiteiro (Euphorbia heterophylla). É importante, portanto, desenvolver alternativas de controle destas espécies para o milho "safrinha". O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a viabilidade agronômica de diversas combinações de herbicidas aplicados em pós-emergência do milho "safrinha" para o controle de populações de B. pilosa e E. heterophylla resistentes a herbicidas inibidores da enzima ALS.
METODOLOGIA:
O ensaio foi instalado em uma propriedade localizada no município de Ângulo (Paraná). O plantio direto foi realizado em 15/03/2003, utilizando-se o híbrido AG 9010, com espaçamento de 0,90 m entre linhas e 6 sementes por metro linear. A adubação de plantio consistiu de 200 kg do formulado 05-25-25 por hectare.
A aplicação em pós-emergência foi realizada em 07/04/2003, quando o milho estava com 4 a 6 folhas totalmente desprendidas do cartucho. Utilizou-se um pulverizador costal de pressão constante a base de CO2, com bicos tipo leque XR-110-02, pressão de 2,0 kgf/cm2, o que proporcionou um volume de 200 litros de calda por hectare. Por ocasião da aplicação dos produtos o solo estava úmido, a temperatura do ar era de 27,5 ºC, a umidade relativa do ar estava em 60%, céu sem nuvens e a velocidade do vento era de 2,0 km/hora.
As plantas daninhas presentes eram constituídas de 16 plantas/m2 de picão-preto (B. pilosa) e 12 plantas/m2 de leiteiro (E. heterophylla).
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com oito tratamentos e quatro repetições, sendo as parcelas de 4,0 x 5,0 m (20 m2).
Foram avaliadas as porcentagens de controle (0-100%) e a fitotoxicidade dos tratamentos para a cultura aos 7, 14, 21, 28 e 42 dias após a aplicação (DAA). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
RESULTADOS:
Verificou-se que o [foramsulfuron+iodosulfuron-methyl-sodium], aplicado isoladamente nas duas doses testadas e o nicosulfuron aplicado isoladamente a 50 g i.a./ha não foram eficientes no controle de picão-preto e do leiteiro em nenhuma das avaliações realizadas. Demonstra-se, desta forma, que mesmo trabalhando com doses cheias, o nível de controle ainda é muito baixo, podendo, em alguns casos, ser nulo. Já quando adicionou-se o atrazine, que é um inibidor da fotossíntese, o controle foi excelente, atingindo 100% a partir de 14 DAA e mantendo-se até os 42 DAA nas misturas [foramsulfuron+iodosulfuron-methyl-sodium]+atrazine. Assim, esta mistura demontrou ser uma excelente opção para áreas de picão-preto e leiteiro resistentes, não diferindo dos padrões atrazine (1500 g i.a./ha) e nicosulfuron + atrazine (12+1000 g i.a./ha), os quais também foram excelentes. Observa-se que em nenhum momento notou-se qualquer sintoma na cultura que pudesse ser atribuído aos produtos testados. Desta forma, as opções testadas mostraram-se bastante seguras, permitindo a utilização na cultura do milho.
CONCLUSÕES:
Nas condições em que o experimento foi conduzido, pode-se concluir que as misturas de [foramsulfuron+iodosulfuron-methyl-sodium] + atrazine a [22,5+1,5]+500 e [22,5+1,5]+1000 g i.a./ha controlaram totalmente as plantas daninhas e não diferiram de atrazine isolado e atrazine+nicosulfuron.
Palavras-chave:  picão-preto; leiteiro; resistência.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004