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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
A INFLUÊNCIA DOS ESPAÇOS INTERATIVOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Cristina Arruda Dias da Costa 1, 2   (autor)   crisarr@ibest.com.br
Luciane Cavalcanti Monteiro Henriques 3, 4   (autor)   luhenriques@ig.com.br
1. Profª do Departamento Geral de Educação da SME/RJ
2. Profª do CENL/Jardim Escola Pequeno Torcedor
3. Profª da E. M. Monteiro Lobato, SME/DC
4. Profª da E. M. Professor Souza Carneiro, SME/RJ
INTRODUÇÃO:
Muito se tem falado e observado sobre os espaços não formais de educação como locais que ajudam o aluno a desenvolver e construir cientificamente seu conhecimento. Foi pensando nisso que resolvemos oferecer visitações programadas a espaços interativos não formais de educação. A clientela escolhida pertence a escolas públicas de duas prefeituras diferentes, de regiões próximas e contíguas, e uma escola da rede particular de ensino localizada próxima da região acima mencionada. É fato conhecido que os professores são profissionais essenciais nos processos de mudanças da sociedade. No caso do profissional da área de ciências, ele deve orientar o aluno para que este possa se alfabetizar cientificamente, mudando seu olhar do senso comum para um olhar mais elaborado (Demétrio Delozoicov, Attico Chassot). Dessa forma, a alfabetização científica está ligada diretamente ao conhecimento não formal e participa efetivamente da construção de um cidadão mais crítico.
METODOLOGIA:
Foram elaborados dois questionários que pudessem ser utilizados em visita a qualquer espaço não formal de educação. Os questionários foram aplicados em dois momentos diferentes: um antes e outro depois da visita. O primeiro questionário tratava-se de uma sondagem a respeito das concepções prévias dos alunos sobre o que seriam esses espaços interativos não formais de educação, representados por museus convencionais e interativos, ecossistemas, exposições esporádicas sobre assuntos diversos e outros. Alguns dias após a visita, os alunos recebiam um outro questionário onde os mesmos podiam constatar ou não se suas concepções prévias sobre os espaços interativos não formais de educação correspondiam à sua expectativa. Também constavam desse documento algumas perguntas onde os alunos poderiam nos apontar se houve ou não mudanças em seus conceitos anteriores à visitação. Alguns meses depois o segundo questionário foi novamente aplicado aos alunos com o objetivo de observar se houve mudanças nas respostas, ou seja, se aconteceu ou não modificação nos conceitos que conduzem à construção do conhecimento.
RESULTADOS:
As respostas dadas pelos alunos aos questionários aplicados antes de cada visita aos espaços interativos não formais de educação nos levaram a perceber que quando se tratava de um museu, convencional ou interativo, este espaço era interpretado como antigo e estático. As respostas dadas pelos alunos após a visita ao museu interativo nos mostraram que houve mudança em relação a pré-concepção desse museu em contraste com as respostas dadas quando da ida à exposição de cartografia de um museu convencional, que continuou como um espaço antigo e estático. A visita ao manguezal foi realizada apenas na escola particular e embora os alunos já tivessem assistido a vídeos e palestras sobre esse ecossistema em sala de aula, precisou de uma preparação mais elaborada, uma vez que se tratava de um local protegido pelo Exército. Ainda assim, as respostas aos questionários, após a visitação, nos surpreenderam no sentido de total falta de vivência desse ambiente pelos alunos. Na segunda vez que o último questionário foi aplicado, alguns meses depois após as visitas, cerca de metade das respostas não apontaram os resultados esperados, isto é, se houve ou não modificações nos conceitos que conduzem à construção do conhecimento na clientela que abrange os alunos da escola privada, enquanto que nos alunos das escolas públicas foi constatado um maior interesse dos alunos em relação aos temas abordados durante as visitas.
CONCLUSÕES:
Concluímos que o aluno que vai a espaços não formais de educação já está predisposto a construir um conhecimento através da visita a esses espaços que o ajudam a se interessar mais por determinadas áreas de conteúdo. Isso não significa que o objetivo será rapidamente alcançado, porque cada aluno tem o seu tempo para desequilibrar suas estruturas mentais e assimilar um novo conhecimento o que conseqüentemente o auxiliará na sua alfabetização científica, modificando sua atuação na sociedade.
Palavras-chave:  alfabetização científica; construção do conhecimento; espaços não formais de educação.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004