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G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 6. Ciência Política
O PODER OLIGÁRQUICO NO MARANHÃO
Dayana dos Santos Delmiro 1   (autor)   dayana_delmiro@yahoo.com.br
Lenir Moraes Muniz 1   (autor)   lenirmm@bol.com.br
Lena Conceição Costa Soares 2   (autor)   
Ilse Gomes Silva 1   (orientador)   Prfª.Drª.
1. Depto. de Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Maranhão- UFMA
2. Depto. de Filosofia, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
INTRODUÇÃO:
O objetivo deste trabalho consistiu em analisar a forma que o poder político se manifesta no Maranhão. A temática se impõe uma vez que desde 1965, quando José Sarney assumiu o governo do Maranhão, que o grupo se mantêm no poder da política maranhense, vencendo as principais eleições para o executivo e o parlamento estadual e federal.
METODOLOGIA:
Realizamos um levantamento bibliográfico e estudos de autores que trabalham com a categoria poder, tais como: Maquiavel, Weber, Poulantzas e Lebrun e de autores que pesquisaram a prática do grupo Sarney no Maranhão . A pesquisa empírica consistiu em levantar e analisar junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), o desempenho do grupo Sarney nas eleições para o executivo estadual e o parlamento estadual e federal nas últimas quatro décadas.
RESULTADOS:
Ao analisarmos a forma de governo que se manifesta no Maranhão, observamos que se trata de um poder oligárquico, de acordo com Aristóteles que alude a divisão, na qual as formas fundamentais seriam democracia, quando os livres governam, e oligarquia, quando os ricos governam (o governo de poucos). Os estudos junto ao TRE mostraram que no início da década de 1990, as divergências no interior da oligarquia Sarney provocaram a saída de algumas lideranças ameaçando a eleição de Roseana Sarney em 1994. Mesmo assim ela conseguiu ser eleita com 47,7% dos votos e em 1998 o grupo Sarney mostrou-se inteiramente recuperado ao reelegê-la, com 70% dos votos. Dentre os governadores do Maranhão que sucederam José Sarney até a reeleição de Roseana Sarney em 1998, apenas Oswaldo Nunes Freire não pertencia ao grupo político de Sarney. A oligarquia Sarney fortaleceu-se ainda mais com as eleições municipais de 2000, quando saiu vitoriosa em 212 dos 217 municípios, ou seja, em 93% deles.
CONCLUSÕES:
A presença da oligarquia Sarney é marcante desde 1965, o grupo atravessou diversos regimes políticos do país, sabendo agir com maestria, quer integrando a principal base de apoio civil a ditadura militar, quer se adaptando às exigências de um regime democrático, o que demonstra uma capacidade de se adaptar aos diversos cenários da política nacional sem perder a hegemonia política estadual. Até o momento a oligarquia tem respondido às ameaças ao seu domínio político reconstruindo seus laços com a população mediante a criação de novos mecanismos para se manter no poder. Como exemplo dos velhos mecanismos se destacam a articulação com o governo federal: fonte de benefícios de toda ordem, em troca do apoio da bancada federal sob controle da oligarquia. O pacto de solidariedade recíproca entre o grupo Sarney e o governo FHC, de acordo com o conhecido governismo da oligarquia; a utilização patrimonialista da máquina pública estadual. Dentre os novos mecanismos, destaca-se a reedição do discurso da modernização através da implantação de políticas neoliberais, com o propósito declarado de integrar o estado ao mundo globalizado dando ênfase às vantagens comparativas que o Maranhão apresenta, como força de trabalho desqualificada e desorganizada e os incentivos fiscais oferecidos pelo governo. Vale ressaltar que Jose Sarney é proprietário do principal grupo da mídia no Maranhão, o Sistema Mirante de Comunicação, o que lhe confere um lugar privilegiado nos embates políticos.
Instituição de fomento: PIBIC
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  oligarquia; poder; hegemonia política.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004