IMPRIMIRVOLTAR
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
PERFIL DO TRABALHADOR ACIDENTADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL, NO PERÍODO DE 1996 A 2001.
Elcilane Gomes Silva 2   (autor)   
Carlos Alberto Gonçalves dos Santos 1   (autor)   cags@ufpa.br
Augusto Cesar de Oliveira Lopes 1   (autor)   
Luiz Cláudio Gonçalves da Costa 1   (autor)   
Alexandre de Oliveira Lopes 1   (autor)   
Dulcindo da Silva Ferreira Neto 1   (autor)   
Everaldo Chaves Coelho 1   (autor)   
Eurípedes Chaves Coelho Filho 1   (autor)   
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
2. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
INTRODUÇÃO:
Não poderíamos compreender a real importância da prevenção de acidentes do trabalho, sem antes definirmos e entendermos o acidente sob os aspectos prevencionista e legal. A teoria proposta por HEINRICH no livro "Industrial Accident Prevencion", continua sendo a fórmula clássica de demonstrar como o homem participa da seqüência que culmina com a ocorrência do acidente e as suas conseqüências. Esta pesquisa teve como objetivo analisar os acidentes do trabalho de acordo com a causa básica do acidente, ocupação, tempo de afastamento do trabalho, número de óbitos, renda, estado civil, sexo e horas de ocorrência, visando a elaboração de um perfil do trabalhador acidentado na construção civil.
METODOLOGIA:
Este estudo foi efetuado junto ao INSS e o setor de construção civil. É evidente que todo local de trabalho tem um sistema padronizado de comunicações de acidentes, envolvendo guia de encaminhamento, investigações, relatórios, fichas de análise, registros e quadro estatístico. Consta da análise das variáveis contidas na CAT - Comunicação de Acidentes do Trabalho, com base na qual foi originado o formulário "Levantamento de dados sobre acidentes de trabalho". Tem como fundamento a NB-18 da ABNT (Normas para Cadastro de Acidentes) e NR-5, item 5.2 da Portaria 3.214 de 08/06/78 do MTb. De maneira geral, as informações oficiais sobre os acidentes de trabalho no Brasil, são divulgadas pelo sistema previdenciário, e a análise corresponde a uma visão geral da ocorrência, além dos registros e dados pessoais do acidentado.
RESULTADOS:
Constatou-se com base nos dados obtidos, que em 1996, dos 27.918.018 empregados segurados, foi 395.455 trabalhadores acidentados, sendo 4.488 com óbitos. Em 2001, dos 35.755.929 empregados segurados, ocorreram 339.645 trabalhadores acidentados, sendo 2.557 com óbitos. A maioria do sexo masculino e 99,5% eram serventes e 53% deles tiveram de 5 a 15 dias de afastamento do trabalho, com renda variando de 1 a 2 salários mínimos e 55% casados, com idade de 21 a 27 anos, ocorrendo sempre pela manhã, de 2 a 3 horas após o início do trabalho.
CONCLUSÕES:
O perfil do trabalhador acidentado na construção civil, apresenta características mais acentuadas, em relação aos trabalhadores acidentados em geral. Os dados registrados, apresentam em 1996 um índice de 1,41% e 2001 0,9%. A queda no número de acidentes é de 14,11% e 56,97% com óbitos, e tem sua explicação em um conjunto de fatores, intrinsecamente relacionados à políticas adotadas no período. Apesar do alto índice de trabalhadores acidentados, colocam o Brasil como recordista mundial de mortes por acidente de trabalho. Segundo a OIT - Organização Internacional do Trabalho, de cada 10.000 trabalhadores acidentados, 77 morreram. Diante das conclusões expostas, sugerimos: que os empregadores e empregados, tomem medidas mais objetivas para o cumprimento das normas e leis prevencionistas e avançar no estudo da qualidade dos dados e buscar formas metodológicas de mensurar o grau de subnotificação dos acidentes.
Palavras-chave:  perfil; trabalhador; acidentado.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004