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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ETNOCONHECIMENTO NUMA COMUNIDADE TRADICIONAL PANTANEIRA
Samuel Borges de Oliveira Júnior 1   (autor)   samuka@cpd.ufmt.br
Michèle Sato 1   (orientador)   michele@cpd.ufmt.br
1. Instituto de Educação, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
INTRODUÇÃO:
A Educação Ambiental apresenta alternativas para se trabalhar as questões ambientais de forma mais eficaz, pois busca um diálogo entre as diversas áreas do conhecimento, enfatizando a diversidade social e biológica. Privilegiando esta diversidade, as populações tradicionais desenvolveram modos de vida particulares em extrema dependência com os ciclos naturais, apresentando entre outras características, simbologias e mitos vinculados ao ambiente, que muitas vezes explicam o funcionamento de diversos fenômenos naturais. O objetivo deste trabalho foi conhecer as relações do pantaneiro com a fauna local, com o intuito de valorizar o conhecimento tradicional, para a partir dele buscar novas formas de conservação ambiental.
METODOLOGIA:
Este trabalho está ancorado nas teorias do biorregionalismo e da etnociência. O biorregionalismo pode ser definido como uma tentativa de resgatar uma conexão intrínseca entre comunidades humanas e a comunidade biótica de uma dada realidade geográfica, e a etnociência, como o campo de cruzamento de saberes, tendo evoluído através de um diálogo frutífero entre as ciências naturais e as ciências humanas e sociais.
RESULTADOS:
Os relatos citados pelos moradores separaram os animais identificados em três grupos: como alimento (caititu, peixes, perdiz), como remédio (guiso da cascavel, banha de sucuri) e como simbologia (“Quando um acauã canta num pau seco é que vai faze seca, e quando canta num pau verde é que vai chove”). Estes exemplos corroboram para a percepção de como as comunidades tradicionais utilizam e ao mesmo tempo criam simbologias para a fauna local. É essa interação com a fauna, que na maioria das vezes, cria formas de conservação que não funcionam em ambientes sem a presença humana.
CONCLUSÕES:
Por mais que os conhecimentos tradicionais não sejam considerados científicos, eles fazem parte de todo um processo de conhecimento, inclusive fazendo parte da vida de cada um destes moradores. É justamente neste impasse da não aceitação do conhecimento tradicional, é que foi feito esse resgate. Através das propostas de conservação feitas pela Educação Ambiental, buscou-se a construção de alternativas viáveis visando a sensibilização destes moradores em relação á conservação da fauna local.
Instituição de fomento: SESC Pantanal
Palavras-chave:  Educação Ambiental; Etnoconhecimento; Conservação.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004