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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
COMO OS JOVENS E ADULTOS PERCEBEM A SEXUALIDADE EM CAICÓ NOS ANOS 90
Marluce Alves dos Santos 1, 2   (autor)   marluces@zipmail.com.br
Maria Aparecida da Cruz T. Pereira 1   (autor)   
Maria da Guia Silva Melo 1   (autor)   
Renato de Medeiros Rocha 1   (orientador)   demedeiros@seol.com.br
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
INTRODUÇÃO:
Em poucos momentos históricos constata-se a ênfase que vem sendo dada à questão da sexualidade. Tal evidência decorre do crescente número de gravidez precoce, do aumento das DSTs e AIDS entre os jovens, da iniciação sexual cada dia mais cedo, dentre outros problemas, atuais e preocupantes. Contudo, observa-se que apesar dos inúmeros enfoques dados nesta área, as informações sobre sexualidade de uma maneira geral são precárias e, quando existem, estas não passam de noções sobre os órgãos genitais, funcionamento, mecanismos de reprodução e cuidados com doenças sexualmente transmissíveis. Com base nesse contexto, elaborou-se esta pesquisa, objetivando investigar os conhecimentos que os Jovens e Adultos possuem acerca da sexualidade.
METODOLOGIA:
Para a execução deste estudo, utilizou-se como técnica de pesquisa o questionário, contendo 10 questões abertas e fechadas. Acoplada a essa técnica lançou-se mão da analise de conteúdo. A pesquisa foi realizada em duas escolas públicas do município de Caicó/RN. Participaram desta amostra 68 alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) de ambos os sexos, numa faixa etária de 14 e 36 anos de idade. Os dados foram analisados com base em obras de autores que se preocupam a temática da sexualidade e da Orientação Sexual na escola.
RESULTADOS:
A análise dos dados obtidos evidenciam que os sujeitos investigados são portadores de inúmeras dúvidas referentes ao sexo e a sexualidade. Dentre os vários questionamentos feitos pelos Jovens e Adultos, percebe-se que a menstruação (27%) seguida da AIDS (18%) são os temas que mais os preocupam. Diante dos vários discursos sobre sexo e sexualidade e das inúmeras informações veiculada pela mídia sobre esta temática, observa-se que ainda existem muitos dúvidas e tabus que permeiam a sexualidade humana, dúvidas estas que se iniciam na adolescência e permanecem na vida adulta, a transmissão de doenças ocorre durante ou após a relação sexual(adulto de 33anos). Os resultados apontados são frutos da ineficiência na implementação de Políticas Públicas que ofereça um programa de Saúde Sexual e Reprodutiva de forma efetiva, consistente e acessível a esta camada da população, bem como, da ausência de discussão deste tema na escola.
CONCLUSÕES:
Os resultados desta pesquisa constataram que as dúvidas e questionamentos apontados pelos Jovens e Adultos acerca da sexualidade, pouco variam de acordo com a faixa etária. Questões básicas sobre menstruação, DSTs, AIDS e muitas outras, são praticamente as mesmas trazidas, tanto por jovens de 15/19 quanto por adultos 25/34 anos, destacando o desconhecimento destes sobre o simples exercício da sua sexualidade. A primeira questão que se pode levantar a partir desses dados é que as informações transmitidas pela mídia e/ou em campanhas educativas realizadas pelo Ministério da Saúde, não estão surtindo efeito. É aí que entra o papel da escola, como sendo, também, responsável pela formação sexual do indivíduo, pois informar apenas não basta, é preciso que a escola enquanto instituição formadora de saberes assuma a responsabilidade de abordar a sexualidade em todas as dimensões de modo educativo/formativo e, não, meramente informativo, como ocorre, nas raras vezes em que se discute tal temática.
Palavras-chave:  Educação de Jovens e Adultos; Sexualidade; Escola.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004