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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE SOLUÇÃO SUBLETAL COM EXTRATO, EM ACETATO DE ETILA DA PLANTA TODA DE Physalis angulata L. (CAMAPÚ) SOBRE CAMUNDONGOS Swiss Webster MACHOS
José Augusto Albuquerque dos Santos 1   (autor)   santosja@ioc.fiocruz.br
Therezinha Coelho B. Tomassini 2   (orientador)   tomassini@far.fiocruz.br
Fábio Coelho Amendoeira 3   (colaborador)   amendoeirafc@hotmail.com
Patrícia Torres Bozza 3   (colaborador)   pbozza@ioc.fiocruz.br
Hugo Caire de Castro Faria Neto 3   (colaborador)   hcastro@ioc.fiocruz.br
Edwin Alberto Maure Pile 1   (colaborador)   pile@uol.com.br
1. Departamento de Biologia, IOC, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ
2. Laboratório de Química de Produtos Naturais-PN2, Far-Manguinhos/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ
3. Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica, IOC, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ
INTRODUÇÃO:
O gênero Physalis, pertencente a família Solanaceae, inclui cerca 120 espécies com caracteres herbáceos e hábitos perenes (Kissmann & Groth, 1995). No Brasil, Physalis angulata L. cresce em abundância no Norte e Nordeste, onde popularmente é conhecida como Camapú, Bucho de Rã, Joá ou Juá de Capote e Mata-Fome, sendo utilizada na alimentação e na medicina popular (Branch & Silva, 1983). Secções do vegetal, atingem um amplo espectro de atuação, abrangendo infecções respiratórias, digestivas, diabetes, hepatites, doenças do sistema imune, neoplasias e parasitoses (Purushothaman & Vasanth, 1988). A fisalina F, isolada das folhas de P. angulata L., mostrou efeito antitumoral "in vivo" em células P338 e em leucemias linfocíticas em camundongos Chaing et al., (1992). Extrato e frações purificadas de P. angulata L., obteve resposta blastogênica e os constituintes mostraram atividade estimuladora nas células B e T, cujas respostas foram observadas em camundongos Balb/C Lin et al., (1992). Utilizando espécies do gênero Physalis, pesquisadores verificaram o efeito hipoglicêmico, atividade antigonorréica, atividade citotóxica da Fisalina H isolada de P. angulata, avaliação imunofarmacológica, atividade antibacteriana e atividade moluscicida. O objetivo do trabalho, foi realizar análises clínicas e observar sinais tóxicos nos camundongos "Swiss webster", submetidos a solução subletal, com extrato, em acetato de etila, da planta toda de P angulata.
METODOLOGIA:
Physalis angulata L. foi coletada em Belém, Estado do Pará. A identificação e a classificação foi realizada pela Dra. Lúcia d’A Freire Carvalho, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O Laboratório de Química de Produtos Naturais, PN2 de Far-Manguinhos/Fiocruz, forneceu o extrato, em acetato de etila, da planta toda de P. angulata L para os ensaios. Preparou-se uma solução aquosa na concentração de 55,3 mg/L. Utilizou-se 10 camundongos "swiss webster" machos, com 50 dias de nascidos e peso uniforme, fornecidos pelo (CECAL)/FIOCRUZ. Os animais foram divididos em grupo controle e experimental. Cada animal foi marcado e identificado, dentro dos seus respectivos grupos. A exposição via oral, foi de sete dias, e os animais receberam alimentação normalmente. Fez-se análises, antes e durante a exposição dos animais a cada dois dias, utilizando-se como critérios, os seguintes sinais tóxicos: morte, convulsão, diarréia, paralisia, tremores, salivação, pilo ereção, sonolência, hiperatividade e perda de peso. Coletou-se amostras de sangue para análise de hematócrito, leucometria total e específica. Os animais foram mortos por deslocamento cervical e os critérios para a avaliação externa foram: aspectos da pelagem e da coloração da mucosa oral e anal; e para a avaliação interna serão as observações histológicas. Os valores obtidos experimentalmente, foram avaliados através das medidas de tendência central e dispersão, e comparados através de Análise de Variância.
RESULTADOS:
Os resultados da análise de toxicidade, com extrato, estão representados na Tabela 1. Aplicando análise de variância, para os parâmetros de peso, hematócrito, leucócitos totais, células mononucleadas e neutrófilos, respectivamente nos 1º, 3º, 5º e 7º dia, nos grupos de animais, experimental e controle, evidenciados pelas médias, apresentaram algumas diferenças: no primeiro dia, o peso dos animais e hematócrito no grupo experimental, apresentaram médias superiores em relação ao grupo controle. Para leucometria total, células mononucleadas e neutrófilos, apresentaram médias inferiores, em relação ao grupo controle. No terceiro dia, o peso dos animais e o hematócrito, no grupo experimental apresentaram as maiores médias. Para leucometria total, células mononucleadas e neutrófilos, apresentaram médias inferiores, em relação ao grupo controle. No quinto dia, o peso, hematócrito, leucometria total, mononucleadas e neutrófilos, apresentaram as maiores médias. No sétimo dia, peso, hematócrito, leucometria total e células mononucleadas, apresentaram as maiores médias. Estes resultados não demonstraram, no final do experimento, diferença significativa entre os grupos, e mantiveram-se normais. No decorrer do experimento, os grupos demonstraram alterações significativas nas variáveis analisadas. As exceções foram no hematócrito e neutrófilos, no extrato. A Tabela 2, mostra o consumo de solução, no ensaio. Sinais tóxicos, não foram observados nos animais em experimentação.
CONCLUSÕES:
A necessidade em avaliar o aspecto do mecanismo toxicológico, inclui a absorção, distribuição, metabolismo e excreção de xenobióticos, que são todos fatores de importância no processo tóxico. Algumas substâncias estranhas são ingeridas oralmente, na dieta, ou como medicamentos e substâncias tóxicas, acidentalmente ou intencionalmente. Na avaliação e interpretação de estudos de toxicidade, observa-se que no decorrer do experimento, os animais não rejeitaram a solução subletal, no protocolo experimental. O consumo de solução dos camundongos no final do experimento, quando comparados entre os grupos, não foram significativos. Antes da exposição, os parâmetros analisados para, peso, leucometria total e específica do sangue periférico dos camundongos, apresentaram uma significante variabilidade, quando comparados com o controle. No final da exposição e aplicando análise de variância, observa-se um aumento de peso nos camundongos, para os dois grupos, sendo significativo no experimental, quando comparados os valores do 1º dia com o 5º dia, 1º dia com o 7º dia e 3º dia com o 7º dia. O parâmetro hematócrito, manteve-se inalterável do primeiro ao último dia, para os dois grupos, portanto, não significativo. Na leucometria total e específica, observou-se um elevado aumento de células nos dois grupos avaliados. Leucometria total e células mononucleares, no grupo experimental, foram significativos, quando comparados os resultados do 1º dia com o 5º e do 1º dia com o 7º dia.
Palavras-chave:  Toxicidade; Physalis angulata L.; Camundongo swiss webster.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004