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H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 7. Música e Dança
CORO TERAPÊUTICO - BENEFÍCIOS PARA A MEMÓRIA DO IDOSO
Lara Teixeira Karst 3   (autor)   larakarst@hotmail.com
Thayane Xavier de Freitas 4   (autor)   thayanefreitas@hotmail.com
Claudia Regina de O. Zanini 2   (colaborador)   zaniniw@cultura.com.br
Eliane Leão 1   (orientador)   elianewi2001@yahoo.com
1. Profa. Dra. da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG
2. Profa. Ms. da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG
3. Graduanda do Curso de Musicoterapia da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG
4. Bacharel em Musicoterapia pela Escola de Música e Artes Cênicas da UFG
INTRODUÇÃO:
Este trabalho é a continuidade de uma investigação que vem sendo conduzida no Diretório de Pesquisa Criatividade, Processos Cognitivos e Interdisciplinaridade, da EMAC/UFG/CNPq, que visa averiguar possíveis benefícios que o Coro Terapêutico (ZANINI & LEÃO, 2002) pode oferecer ao idoso, uma vez observada a utilização da música como um dos recursos para exercitar e/ou resgatar a memória do idoso. Segundo BRUSCIA (2000) o estímulo musical pode ser utilizado como uma estratégia para facilitar o processo de resgate e fixação da memória. A continuidade de investigações acerca deste tema propôs observar se as atividades musicais realizadas via coro terapêutico levaram à prática/estimulação da memória dos indivíduos participantes e identificar como os processos cognitivos da memória ocorreram. O projeto também buscou averiguar a importância do resgate de memória para o idoso, observando o desenvolvimento da expressão pessoal no decorrer das sessões/aulas.
METODOLOGIA:
Realizou-se uma revisão bibliográfica acerca dos processos cognitivos da memória e a relação entre música e memória. Num segundo momento, relacionou-se as descobertas da área com os fenômenos que foram observados no coro terapêutico. As observações foram obtidas através do experimento realizado na UNATI - Universidade Aberta à Terceira Idade / UCG - Universidade Católica de Goiás, onde aconteceram onze (11) sessões/aulas, com duração de noventa (90) minutos cada, conduzidos pela musicoterapeuta. O grupo observado era formado por 25 participantes voluntários, de faixa etária de cinqüenta a noventa e três anos, com somente um participante do sexo masculino. Os dados coletados resultaram em protocolos que posteriormente foram analisados pala equipe, com enfoque nas atividades, manifestações e comentários voltados para a memória. O programa consistiu de aquecimento vocal, improvisação vocal não referencial (BRUSCIA, 2000), escolha das músicas a serem cantadas (resgate de músicas conhecidas), prática de canto e apresentação de performance final, sem visar a avaliação de aprendizagem, somente estimulando as relações interpessoais e a prática de música em conjunto.
RESULTADOS:
Dos protocolos analisados pôde-se observar alguns elementos, tais como: 1 - apreensão/atenção e recuperação de informações, estas ocorriam quando os participantes se voltavam para a prática musical, em conjunto, através do canto, durante o momento do fazer musical. Manter a atenção é um dos fatores essenciais para a codificação e recuperação de dados na memória; 2 - os participantes eram incentivados a descrever e/ou compreender as informações básicas das músicas (melodias, gênero, estilo, autor, intérpretes) ; 3 - eram estimulados a efetuar o resgate de atividades de outras sessões (aquecimento vocal e a improvisação vocal), favorecendo a recuperação das informações e funcionando como propiciadores do exercício da memória de curto prazo, através da repetição das informações; 4 - o incentivo do resgate de canções seguidas do canto das mesmas (possibilitando aos participantes a recordação de fatos remotos de importância emocional, auxiliando na elaboração e organização das informações, há muito tempo guardadas e que muitas vezes eram lembradas de forma confusa).
CONCLUSÕES:
As atividades planejadas para o Coro Terapêutico, como evidenciados nos protocolos envolveram o exercício da memória via prática musical possibilitando benefícios físicos e psíquicos. A música envolve atividades complexas como o reconhecimento de seus elementos, mobilizando assim as funções cerebrais, como percepções e associações de ações conscientes e/ou inconscientes, funcionando como uma atividade neuropsicológica que mantém a memória ativa e aumenta a atividade mental. Observou-se no coro terapêutico, que a prática musical pode ser utilizada como ferramenta de auxílio aos traços enfraquecidos da memória, pois ajuda o idoso a associar a música aos acontecimentos passados, uma vez que, ao ouvir um estímulo musical, o cérebro refaz o caminho que leva à evocação da lembrança, ou seja, a elaboração, a organização e a lembrança do contexto no momento da codificação propiciam a ligação dos fatos que podem auxiliar na recuperação/resgate da memória. Além disso, a recordação de músicas que marcaram a história de vida de cada participante e o compartilhamento em grupo destas lembranças atualizavam as informações que eram comentadas entre os participantes, sendo melhor compreendidas pelo grupo, proporcionando a auto-expressão e a elevação da auto-estima dos mesmos. Todos estes elementos mostraram que as atividades planejadas para o coro terapêutico podem beneficiar o exercício da memória do idoso.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Pesquisa em Musicoterapia; Coro Terapêutico; Memória do Idoso.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004