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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 5. Psicologia da Saúde
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
Maristela Dalbello de Araujo 1   (autor)   dalbello@intervip.com.br
Angela Nobre de Andrade 1   (orientador)   anobre@terra.com.br
Maria Inês Badaró Moreira 2   (colaborador)   
1. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo
2. Departamento de Psicologia, UNIVALE
INTRODUÇÃO:
Procuramos discutir as novas competências exigidas dos profissionais da área de Saúde Pública, especialmente o profissional de Psicologia, tendo em vista a reformulação do modelo de assistência que vem sendo implementado no Brasil, nos últimos anos .
METODOLOGIA:
Para tal intento realizamos a pesquisa Psicologia e Saúde Coletiva que utilizou-se de estratégias variadas tais como Pesquisa histórica e documental, Entrevistas semi-estruturadas junto aos gestores e aos técnicos responsáveis pela implantação do Programa de Saúde da Família e Grupos Focais com aproximadamente 80 usuários de um serviço específico do município de Vitória.
RESULTADOS:
Primeiramente realizamos uma contextualização histórica das ações de Saúde Pública nos países da Europa, onde tais ações emergiram como preocupação política, e também nos países da América Latina e Brasil, discutindo, entre outros aspectos, principalmente seu potencial de controle social sobre a população de baixa renda.
Por outro lado delineamos o percurso do Movimento da Reforma Sanitária e estruturação do SUS como uma possibilidade da saúde se tornar um direito de cidadania. Procuramos também enfocar os princípios da Reforma Psiquiátrica em curso no país, principalmente aqueles que apontam a desinstitucionalização como base que sustenta a reversão do modelo de assistência à saúde e aqueles que indicam a necessidades de ações comunitárias por meio da estratégia do Programa Saúde da Família.
Isso nos possibilita discutir o novo perfil de profissional de saúde capaz de dar corpo a esse modelo e também apontar as dificuldades encontradas, visto que a formação profissional de muitos dos encarregados de realizar as mudanças pretendidas ainda se encontra presa a padrões e estilos tradicionais de assistência. Essa afirmação também é verdadeira no que tange aos profissionais da área de Psicologia que freqüentemente têm tido uma atuação descontextualizada, pautada no modelo liberal privatista.
CONCLUSÕES:
Chamamos a atenção para a importância da formação em Psicologia voltar-se para esta problemática, contribuindo para a concretização cotidiana do postulado constitucional da “Saúde como direito”, lembrando o compromisso social da profissão e o necessário engajamento dos psicólogos, entendidos como parte dos profissionais de saúde. Alertamos para a importância dos conhecimentos em psicologia estarem voltados para aspectos da realidade de nossa população, convocando os profissionais para um protagonismo social que nos impõe a urgência de refletir sobre estas questões, sob o risco de não o fazendo, apenas executar políticas públicas sem o devido sendo crítico de perguntar-se para quê e a serviço de quem estamos trabalhando.
Palavras-chave:  Formação em Psicologia; Psicologia da Saúde; Programa Saúde da Família.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004