IMPRIMIRVOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 5. Informática na Educação
FORMAÇÃO DOCENTE X INFORMÁTICA EDUCATIVA
Bettina Steren dos Santos 1, 2   (orientador)   bettinast@terra.com.br
Mirceia Pereira Borin 1   (autor)   m29576@mx.unisc.br
Paulo Gaspar Graziola Junior 1, 3   (autor)   pauloj@unisc.br
1. Pesquisador(a) do Depto. de Educação, UNISC, Santa Cruz do Sul/RG
2. Profa. Dra. Do Depto. de Educação - UNISC
3. Prof. Escola de Educação Básica Educar-se
INTRODUÇÃO:
A vertiginosa evolução e utilização das novas tecnologias vem provocando transformações nas concepções de Ciência, implicando novas idéias de conhecimento, de ensino e de aprendizagem, exigindo o repensar do currículo, da função da escola, do papel do professor e do aluno. Entretanto, observa-se uma preocupação excessiva com a aquisição de equipamentos e uma proliferação de programas de computadores para a Educação. Sendo que a preparação dos professores para tais utilizações não tem tomado parte nas prioridades educacionais na mesma proporção, freqüentemente ocorre através de rápidos treinamentos, transparecendo a idéia equivocada de que o computador e o software resolverão os problemas educativos. O projeto atual, tem como objetivo organizar um trabalho junto aos professores, para poder desenvolver e aprofundar importantes aspectos do processo educacional e assim possibilitar um aprendizado significativo que promova um adequado uso das ferramentas tecnológicas, analisando os impactos e mudanças geradas pelo uso de recursos informáticos, compreendendo o desenvolvimento cognitivo dos alunos no processo de ensino e aprendizagem, na qual pode-se tecer uma proposta metodológica interativa e cooperativa de estudo entre professores e alunos de diferentes escolas e locais. Pois, cabe ao professor assumir a mediação das interações professor-aluno-computador de modo que o aluno possa construir o seu conhecimento em um ambiente desafiador, em que o computador auxilia o professor no desenvolvimento da autonomia, da criatividade e da auto-estima do aluno.
METODOLOGIA:
A investigação seguiu uma perspectiva qualitativa, pois, o pesquisador deve estar preocupado com o processo e não, simplesmente, com os resultados e com o produto. Além disso, torna-se importante considerar o que pensam os sujeitos de suas experiências, da sua vida profissional e de seus projetos. A pesquisa caracterizou-se, ainda, por ter o ambiente natural como fonte dos dados e um pesquisador como um instrumento chave, na medida que não esquecerá a visão ampla e complexa da realidade social. Os dados coletados foram predominantemente descritivos, pois a preocupação foi maior com o processo do que com o produto. Isto porque, o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador. Utilizamos dados quantitativos para uma melhor compreensão da realidade pesquisada, enriquecendo as análises, possibilitando comparações entre os diferentes contextos participantes do projeto. O método de abordagem foi a dialética, pois a realidade a ser investigada em um primeiro momento foi problematizada, buscando-se distinguir regras gerais nas questões abordadas e dos atores historicamente envolvidos. Esta abordagem, exige que se estude cada fenômeno sob todos os aspectos, através do seu desenvolvimento, ou seja, todas as suas relações e mediações, buscando identificar a relação dialógica entre os professores, bem como de que maneira a ecologia cognitiva se instaurará no ambiente educacional utilizando o computador.
RESULTADOS:
Ao estudar as diferentes formas de interagir em função das características contextuais dos participantes das regiões que participam do projeto, constatamos que alguns dados foram significativos em relação a esse aspecto. Observamos que foi comum a todas as escolas a falta de motivação, ou melhor, elas mostraram ter uma motivação extrínseca com relação ao uso das TICs. O que ocasionou uma baixa interação entre os participantes, que interfere diretamente no processo de ensino e aprendizagem. Outro aspecto constatado é que na Espanha a interação homem-máquina acontece mais através das ferramentas como informação e apoio a formação, sendo que no Brasil, observamos que as ferramentas de comunicação são bem mais utilizadas. Sobre a capacitação dos professores para a utilização da informática nas escolas, consideramos que foi alcançado. A grande maioria das professoras da escola pública de Santa Cruz do Sul e de Santiago de Compostela, participaram dos encontros ao longo do ano; já na escola particular de Santa Cruz do Sul houveram algumas desistências. O papel do docente a partir da introdução da informática na educação foi amplamente discutido através de encontros teóricos, nos quais os professores abordaram essa temática. Quanto ao trabalho com os alunos, alcançamos os objetivos na medida em que os estudantes realizaram projetos de aprendizagem e posteriormente elaboraram as páginas dando possibilidades de trocas de conhecimentos com seus colegas virtuais.
CONCLUSÕES:
Concluímos que a maioria dos professores não demonstram uma motivação pessoal na busca desse conhecimento. Sua participação deve-se a uma exigência profissional, de acompanhar a evolução da escola e sociedade. O comportamento delas diante da máquina - o computador - é de desconforto. A escola pública do Brasil foi a que apresentou maior dificuldade no que se refere ao uso das tecnologias, diferente da escola particular. Constatamos que no Brasil, principalmente na escola pública, por falta de conhecimentos, os professores não colocaram muitas sugestões. Outro aspecto, é na forma de como a ferramenta é utilizada nos diferentes contextos, nas escolas brasileiras, utilizam chat, e-mail, etc, enquanto na escola espanhola valorizam mais como aplicativo e programas informáticos. O trabalho de capacitação docente é muitas vezes angustiante, pois o avanço teórico e prático, observado em um dia, retrocede no outro. Na teoria as professoras até compreendem o verdadeiro e significativo uso das TIC's, porém na prática dessas professoras o avança é mais lento. Com relação aos estudantes, mostraram-se incentivados e motivados, trabalhando de forma cooperativa, expondo as informações que buscavam de forma criativa. Como conclusão geral podemos afirmar que a falta de meios, tanto materiais como humanos, bem como a falta de formação e de conhecimentos, tanto técnicos como pedagógicos, são os principais motivos apontados pela maioria dos professores para a não utilização dos recursos informáticos na sala de aula.
Instituição de fomento: Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
Palavras-chave:  Informática educativa; Formação de Professores; Processo de ensino-aprendizagem.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004