IMPRIMIRVOLTAR
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE TEIXEIRAS - MG : A VISÃO DOS PROFISSIONAIS
Emanuele Souza Marques 1   (autor)   emanuelemarques@uol.com.br
Rosângela Minardi Mitre Cotta 2   (orientador)   rmmcotta@ufv.br
Márcia Schott 1   (autor)   
Társis de Mattos Maia 1   (autor)   
Glauce Dias 1   (autor)   
Catarina Machado Azeredo 1   (autor)   
Solange Mara Bigonha 1   (autor)   
Claudete Costa de Lima 3   (colaborador)   
Sylvia do Carmo Franceschini 2   (co-orientador)   
Sílvia Eloiza Priore 2   (co-orientador)   
1. Graduanda do Depto. de Nutrição, Universidade Federal de Viçosa - UFV
2. Profa. Dra. do Depto. de Nutrição, Universidade Federal de Viçosa - UFV
3. Enfermeira do PSF, Teixeiras/MG
INTRODUÇÃO:
As ações da Equipe de Saúde da Família (ESF) devem ser coerentes com as necessidades de saúde da população adscrita, bem como, compatíveis com as políticas nacionais. As atividades a serem desenvolvidas pela equipe multidisciplinar do PSF se baseiam na identificação dos problemas de saúde prevalentes, tendo como referência o perfil epidemiológico, demográfico e social da população. A assistência deve ser integral e se realiza tanto na Unidade Básica de Saúde quanto na comunidade e no domicílio desenvolvendo ações de promoção e prevenção em saúde, cura e reabilitação. Como a qualidade dos serviços da Atenção Primária depende de muitos fatores e está diretamente vinculada à formação/qualificação, competência e grau de comprometimento da equipe de saúde que promove a assistência faz-se necessário portanto conhecer os profissionais nela inseridos a fim de traçar metas e estabelecer propostas que favoreçam a eficiência das atividades realizadas. Para esse fim, o objetivo deste estudo é delinear o perfil dos profissionais que compõem a equipe do PSF, seu grau de apreensão e conhecimento dos princípios e diretrizes do SUS e do próprio PSF e conhecer as dificuldades e obstáculos enfrentados para a realização do trabalho.
METODOLOGIA:
As informações provêm de um questionário aplicado a todos os profissionais que integram as três equipes do PSF do município de Teixeiras - MG (n=28). Os dados pesquisados foram: dados pessoais e profissionais, grau de apreensão e conhecimento sobre o SUS, grau de apreensão e conhecimento sobre os princípios e diretrizes do PSF, a avaliação pessoal sobre o SUS e o trabalho desenvolvido no PSF. Os dados foram analisados no programa Epi Info versão 6.04.
RESULTADOS:
Idade média dos profissionais: 30,4 anos. Sexo: 57,1% dos entrevistados eram mulheres. Escolaridade: 25% tem nível superior, 25% nível técnico e 35,71% 2º grau completo. Ingresso no PSF: 53% por concurso, 25% por indicação e 21,4% outros. Treinamentos recebidos: vídeos informativos (28.6%), palestras (25%), orientações (46,44%) e curso de capacitação (10,7%). Jornada de trabalho no PSF: 92% da equipe trabalha 6h/dia sendo que 32,1% exerce também outra atividade profissional. A remuneração é razoável para 42,9%. Média do tempo de trabalho no PSF: 24,46 meses. Principais atividades desenvolvidas: visita domiciliar (89.3%); trabalho com hipertensos, diabéticos e gestantes (42.9%); marcação de consulta e atendimento ambulatorial (35.7%). Pontos positivos do PSF: prevenção e/ou promoção em saúde (50%), maior acessibilidade aos serviços de saúde (21.4%), conscientização do paciente (17.9%), conhecer a realidade do paciente (14.3%), trabalho interdisciplinar (14.3%). Dificuldades enfrentadas: falta de transporte (60.71%) e falta de material de trabalho (50%). A infra-estrutura da UBS foi considerada regular por 46.42%. Nível de apreensão e conhecimento do SUS: não soube/não respondeu (ns/nr) (35.7%), respondeu segundo o princípio da universalização (25%), programa para pessoas carentes (14.3%). Nível de apreensão e conhecimento do PSF: ns/nr (46,4%), programa de prevenção (21,4%). Segundo 96,7% dos profissionais a assistência à saúde melhorou com a implantação do PSF no município.
CONCLUSÕES:
A formação e a qualificação dos profissionais tem sido um dos entraves para a efetiva consolidação da Atenção Básica. Há necessidade de educação continuada das ESFs para sua sensibilização em relação às bases conceituais e aos objetivos e diretrizes do SUS e do PSF. É necessário, na medida do possível, que os gestores (Secretários Municipais de Saúde e/ou Prefeitos), além das equipes de saúde estabeleçam propostas que minimizem as dificuldades enfrentadas pelos profissionais a fim de melhorar a assistência prestada e garantir a sua relação e integração com todos os níveis do sistema, o que só será possível se houver vontade política e os recursos disponíveis forem suficientes para estabelecer o planejamento e funcionamento de acordo com as diretrizes do programa. Deve-se estimular a ampliação das possibilidades de interação entre a população, o Poder Público e os outros serviços sanitários do município e região, estabelecendo-se compromissos e responsabilidades compartilhadas que favoreçam a resolutividade das ações de prevenção e promoção em saúde pertinentes as ESFs em cada micro-área de atuação.
Palavras-chave:  Saúde da Família; Equipe PSF; Integração e coordenação sanitária.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004