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G. Ciências Humanas - 5. História - 2. História do Brasil
OS 'PAULISTAS' NO SERTÃO DE PERNAMBUCO NO SEGUNDO PERÍODO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XVII E XVIII
Mirian Silva de Jesus 1   (autor)   miriannipo@yahoo.com.br
Kalina Vanderlei Silva 1   (orientador)   macielcarneiro@bol.com.br
1. Depto. de Geografia e História, Universidade de Pernambuco - UPE
INTRODUÇÃO:
A pesquisa procura analisar a ação dos ‘paulistas’, ou seja, bandeirantes, no sertão das capitanias do norte do Estado do Brasil sob a jurisdição de Pernambuco a partir da segunda metade do século XVII, período que corresponde à expulsão das Companhias das Índias Ocidentais de Pernambuco e a volta da jurisdição portuguesa. A conquista do interior nordestino interessava não só a Coroa, por significar expansão territorial e evasão do excesso populacional, como também aos colonos preocupados em adquirir novas terras. A resistência dos índios do continente e o Quilombo dos Palmares significavam para Pernambuco um problema. As tropas locais não eram suficientes para conter tais movimentações, o que faz o governo pernambucano procurar a ajuda dos ‘paulistas’, conhecidos como desbravadores dos sertões. Pretendemos assim observar a fixação dos ‘paulistas’ no sertão e estudar que influências tiveram na formação da sociedade sertaneja.
METODOLOGIA:
O trabalho está sendo desenvolvido a partir das seguintes etapas: a) Elaboração de um banco de dados baseados em documentos da Coroa portuguesa, sobre o sertão no segundo período português, coletados do acervo da Coleção Documentos Históricos, da Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro, composto por correspondências administrativas entre diferentes instâncias da administração colonial; b) Análise da documentação integrante do banco de dados sobre a conquista do sertão e a ação dos ‘paulistas’ nesse processo; c) Análise comparativa entre a “guerra dos bárbaros” do Rio Grande do Norte, o quilombo dos Palmares e outros serviços prestados pelos ‘paulistas’ à Coroa; d) Análise de documentação manuscrita composta de correspondência administrativa do governo de Pernambuco, no acervo do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa; e) Análise comparativa da conquista de fronteiras na América portuguesa e na América hispânica.
RESULTADOS:
Até o presente momento, pudemos constatar que os ‘paulistas’ ganhavam muitas gratificações por seu serviço militar na repressão aos adversários da expansão colonial para o sertão, entre elas: o direito de escravizar os índios derrotados e doações de fazendas de gado. Além disso, percebemos que poucos ‘paulistas’ que serviam no sertão voltavam para Vila de São Paulo de Piratininga. Também notamos a existência de um choque cultural entre os ‘paulistas’ e os colonos da área açucareira, sendo os primeiros considerados ‘selvagens’ pelos habitantes do litoral canavieiro.
CONCLUSÕES:
A pesquisa documental, aliada à pesquisa bibliográfica, permitiu concluirmos que houve uma intensa participação dos ‘paulistas’ no processo de conquista do sertão nas capitanias do norte do Estado do Brasil, auxiliando na expansão das fronteiras coloniais, tanto pela repressão sobre os índios e quilombos, quanto por sua própria fixação como colonos. Ainda observamos o conflito de condições de vida entre uma área mais colonizada, a área açucareira, e as regiões ainda não inteiramente conquistadas, o sertão e a região paulista, que dificultaram a inserção cultural dos ‘paulistas’ nos estados do Norte do Brasil.
Instituição de fomento: Departamento de Geografia e História, Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata/Universidade de Pernambuco - UPE
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  'Paulistas'; Sertão; Conquista.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004