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F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Serviço Social - 7. Serviço Social
AMPLIAÇÃO E ABERTURA DE CURSOS NOTURNOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Aline Leão 1   (autor)   alinessufes@yahoo. com.br
André Moulin Dardengo 3   (autor)   andremoulindardengo@yahoo.com.br
Carla Mognato Scardua 1   (autor)   carlinha@megamail.com.br
Diogo Franco Magalhães 3   (autor)   diogofranco@bol.com.br
Elisabeth Orletti 2   (orientador)   orletti@npd.ufes.br
Josicleia Stelzer Zanelato 1   (autor)   josicleia@click21. com.br
Marilucia dos Santos Mattos 1   (autor)   mariluciamattos@ig.com.br
Patrícia Ebani Peixoto 1   (autor)   patriciassufes@yahoo.com.br
Rodrigo Emmanuel Santana Borges 3   (autor)   rodrigoesborges@ ibest.com.br
1. Graduanda do curso de Serviço Social, Univ. Federal do Espírito Santo- UFES
2. Profa. Mestre do Depart. de Serviço Social, Univ. Federal do Espírito Santo- UFES
3. Graduando do curso de Ciências Econômicas, Univ. Federal do Espírito Santo- UFES
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa surgiu da necessidade de se verificar a demanda pela ampliação de vagas no período noturno da Universidade Federal do Espírito Santo-UFES, a partir dos cursos já existentes na área de ciências humanas, visto que a maioria dos alunos inseridos no mercado de trabalho no período diurno, encontram dificuldades em ingressar nos cursos noturnos oferecidos. Existem somente 9 cursos noturnos, sendo eles: História, Biblioteconomia, Arquivologia, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Pedagogia, Filosofia, Geografia e Letras- Português.
Devido à grande incidência de jovens entre 18 e 22 anos inseridos no mercado de trabalho como forma de complementação da renda familiar, acreditou-se que a proposta de ampliação dessas vagas noturnas seria fundamental para uma qualificação profissional, e, ao mesmo tempo, para se garantir que esses jovens pudessem trabalhar durante o dia.
Apesar do processo de sucateamento das universidades públicas, estas ainda possuem excelência na qualidade de ensino, entretanto, a procura por instituições privadas tem crescido muito devido à falta de opções de cursos noturnos nas instituições públicas para aqueles que trabalham diurnamente, levando-os a investir alto no pagamento de mensalidades, sem, contudo, terem garantida a qualidade do ensino. Logo, a abertura de novos cursos noturnos poderia atender às expectativas profissionais e pessoais dos jovens que precisam estudar e trabalhar, concomitantemente.
METODOLOGIA:
O universo pesquisado compreende os estudantes da Área de Ciências Humanas do período diurno e noturno da UFES , dos cursos de: Administração, Artes Plásticas, Artes Visuais, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciências Sociais, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Educação Física, Filosofia, Geografia, História, Letras- Português, Pedagogia, Psicologia e Serviço Social. O estudo teve como amostra a cota de 40 alunos por curso, totalizando 720 entrevistados.
Para a realização dessa pesquisa, utilizou-se um estudo de caráter exploratório, do tipo pesquisa de opinião, mediante a qual se buscou saber as necessidades e preferências dos estudantes a respeito da possibilidade da ampliação de vagas para o período noturno.
O método utilizado baseou-se na apresentação de um formulário de entrevista, instrumento de coleta de dados respondido diretamente ao entrevistador.
Após esse processo, os dados foram organizados e analisados de forma quantitativa e qualitativa, reunidos em formato de artigo, no intuito de se encaminhar à comunidade universitária o resultado obtido.
RESULTADOS:
A referente pesquisa pôde oferecer uma visão da realidade dos 720 estudantes entrevistados, na qual constatou-se que 48,8% encontram-se na faixa etária de 21 a 25 anos. Quanto à situação funcional, percebeu-se que 60,8% dos entrevistados exercem atividade remunerada, possuindo, 60,6% destes, uma renda individual que varia de R$240,00 a R$480,00. Considerando a amostra, verificou-se que 55,1% apresentam uma renda familiar que varia de 1 a 8 salários mínimos. Quanto ao sistema de ensino, 53% cursaram o Ensino Médio em instituição pública.
Dentre 47,6% dos estudantes que freqüentam o período diurno, 60,4% fariam seu curso caso fosse ofertado no período noturno. Já entre os entrevistados que estudam no período noturno , 56% escolheriam outro curso se tivessem opção.
Dentre aqueles que escolheriam outro curso, requisitou-se preferencialmente Direito, Psicologia e Administração, com 22,8%, 15,3% e 7,4%, respectivamente.
CONCLUSÕES:
O objetivo da pesquisa concretizou-se na constatação da efetiva demanda pela ampliação de vagas e abertura de novos cursos noturnos na UFES, pois a maioria dos entrevistados encontra-se no mercado de trabalho, o que lhes dificulta o acesso às instituições de ensino público, que oferecem mais vagas no período diurno.
Diante da lógica do mercado, os indivíduos se vêem obrigados a procurar incessantemente qualificação profissional que atenda aos objetivos de produtividade das empresas modernas, o que está diretamente relacionado ao aumento do número de alunos matriculados nas faculdades privadas.
A UFES, ao contrário do que é comumente veiculado, não pode ser considerada patrimônio da classe média e alta, pois 53% dos estudantes cursaram o ensino médio em escolas públicas e 60,8% precisam trabalhar, o que demonstra que esta instituição contempla majoritariamente alunos com baixo poder aquisitivo.
A necessidade de novas vagas noturnas se reforça na constatação de que a maioria dos alunos de cursos diurnos fariam o mesmo curso se ele fosse ofertado à noite. E a pouca diversidade de cursos noturnos faz com que estudantes desse turno optem por outros com os quais não têm afinidade, confirmando o percentual de estudantes que fariam outro curso se tivessem opção.
Para o efetivo exercício de seu compromisso social, a universidade pública deve buscar meios de democratizar o acesso à instituição, ampliando o número de vagas e criando novos cursos que atendam à demanda da sociedade.
Instituição de fomento: Programa Especial de Treinamento
Palavras-chave:  Cursos Noturnos; Universidade; Mercado de Trabalho.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004