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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 4. Física da Matéria Condensada
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS CORPOS DE PROVA DAS ARGILAS DE RIO VERDE MATO GROSSO/MS.
Geocris Rodrigues dos Santos 1   (autor)   geocriss@hotmail.com
Dalila Santos Fogaça 1   (colaborador)   
Cristiane Maria Lenz 2   (colaborador)   cris_lenz@yahoo.com.br
Alfredo Roque Salvetti 3   (orientador)   salvetti@nin.ufms.br
1. Graduanda do Depto. de Física, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS
2. Pós-Graduanda do Depto. de Física, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS
3. Prof. Dr. do Depto. de Física, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS
INTRODUÇÃO:
As amostras estudadas são folhelhos argilosos coletados em Rio Verde de Mato Grosso/MS, a serem utilizados como matéria-prima por cerâmicas/olarias da região para a fabricação de artefatos cerâmicos, que até o presente momento tem suas indústrias cerâmicas totalmente voltadas para fabricação de cerâmica vermelha (tijolos e telhas).
Os folhelhos argilosos são, provavelmente, da Formação Ponta Grossa que aflora numa faixa estreita de direção N-S que se estende de Rio Negro a Pedro Gomes. Os folhelhos dessa Formação são a principal fonte de matéria prima para as indústrias de cerâmica vermelha do norte do Estado de Mato Grosso do Sul.
O trabalho apresentou um estudo de caracterização de propriedades físicas de corpos de prova conformados com matéria prima coletada na cidade de Rio Verde de Mato Grosso/MS e avaliar a potencialidade dos mesmos para utilização na indústria cerâmica para a fabricação de materiais de construção civil.
METODOLOGIA:
Foram coletadas três amostras para a análise com nomenclatura de: Ipiranga (I), Gil Fundo (GF) e Gil Superfície (GS). Estas amostras foram moídas a seco em moinho de martelos de marca Tigre e peneiradas na peneira de malha ABNT n°20 (0,085mm). Após a moagem as mesmas foram umidificadas até atingirem aproximadamente 8,0% de umidade, sendo então postas a repousar em recipientes hermeticamente fechados para não perderem umidade, no mínimo por 48 horas, após o que foram conformados corpos de prova, com cerca de 50g de massa e dimensões de aproximadamente 10,6cmx5,3cmx0,5cm.
As prensagens foram efetuadas em prensa semi-automática Gabbrielli com uma pressão de compactação de aproximadamente 30MPa. Os corpos de prova recém-prensados foram pesados e medidos, postos a secar, primeiramente ao ar e posteriormente em estufa a uma temperatura de 110°C por vinte e quatro horas.
Após secagem os corpos foram queimados na temperatura de a 1080°C em forno de laboratório da marca Termolyne, tipo mufla, com rampa de aquecimento de: 10°C/min, 30°C/min e 50°C/min, todos sem patamar. Após as queimas foram determinadas propriedades físicas como: retração linear de queima (RLqueima%), perda ao fogo (PF%), absorção de água (AA%), porosidade aparente (PA%), módulo de ruptura à flexão de queima (MRFqueima). Para determinação do módulo de ruptura à flexão foi utilizado um flexômetro da marca Gabrielli, modelo CRAB-424.
RESULTADOS:
Observou-se que para valores próximos de 8% de umidade e para mesma pressão de compactação, as amostras apresentaram densidades aparentes diferentes após secagem. Para os corpos de prova após a queima, as amostras I e GS permaneceram com mesmas densidades aparentes para todas as rampas de aquecimento e a amostra GF a densidade cresceu para ciclos rápidos de queima.
A amostra GF obteve valores, de retração linear após a queima, próximos de 3% e para as amostras I e GS estiveram entre 0 e1%. Para as rampas de aquecimento de 30°C/min e 50°C/min as argilas I e GS apresentaram trincas. Somente a argila GF que não apresentou defeitos durante a queima.
A perda de massa ao fogo mais acentuada foi na amostra GF chegando a 3,7%. As demais amostras atingiram aproximadamente 3,0% de perda de massa ao fogo.
A argila GF obteve a menor absorção de água atingindo um valor de aproximadamente 3,5% e para as demais foi de 10% para a argila I, obtendo o maior valor, e de 9% para a argila GS. Nota-se que para a argila I a porosidade aparente foi mais acentuada atingindo um valor de aproximadamente 20%, e para as demais foi em torno de 8% para a argila GF e de 18% para a argila GS, para todas as rampas de aquecimento.
O módulo de ruptura à flexão após a queima, a argila GF foi a amostra que obteve maior resistência, com valores entre 19,1 a 23,8 MPa. A argila I obteve valores entre 9,9 a 15,9 MPa, e a argila GS entre 9,3 a 9,5 MPa, apresentando menor resistência à flexão.
CONCLUSÕES:
As argilas das amostras Ipiranga, Gil Fundo e Gil Superfície comportaram-se bem na conformação por prensagem. De todos os corpos nenhum apresentou defeito de conformação e secagem. Para umidades aproximadamente iguais observou-se que as amostras apresentaram compactação diferente.
Da análise feita após a queima, a uma temperatura de 1080°C, somente a argila GF que não apresentou trinca ou rachadura, enquanto as amostras I e GS apresentaram rachaduras e trincas para ciclos rápidos de queima.
A argila GF obteve uma retração linear e uma perda de massa ao fogo muito acentuada, com boa compactação e resistência ao módulo de ruptura à flexão, e apresentando assim os menores valores de absorção de água e porosidade aparente. As amostras I e GS apresentaram retração linear em torno de 1%, baixa resistência ao módulo de ruptura e perda de massa ao fogo em torno de 3%, apresentando os maiores valores de absorção de água e de porosidade aparente. Com tudo, não foi possível o enquadramento das amostras nos grupos BIIb e BIb.
Cabe salientar que os estudos foram efetuados com a utilização de argilas específicas e não de uma massa cerâmica, ou seja, misturas estratégicas de algumas matérias-primas.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  argila; porosidade; retração linear.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004