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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional
MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA NAS CIDADES: A CAPITAL CUIABÁ
Rosângela Alves Sobrinho 1   (autor)   rosangela_avante@hotmail.com
Flávio Gatti 1   (autor)   gattimsc@bol.com.br
Jandyra Luz Teixeira 1   (autor)   jandyra@cpd.ufmt.br
Tereza Cristina C. Higa 2   (orientador)   tccardoso@terra.com.br
1. Pós-Graduandos do Programa de Mestrado do Depto de Geografia – UFMT
2. Profª Drª do Programa de Mestrado do Depto de Geografia - UFMT
INTRODUÇÃO:
A história urbana do Estado de Mato Grosso começou com a chegada dos Bandeirantes em 1719, os quais fundaram o primeiro povoado (a atual cidade de Cuiabá), que tinha até então como principal função o escoamento dos produtos da economia regional. Na primeira metade do séc. XX houve uma aceleração no desenvolvimento da cidade, acentuado a partir da déc. de 1970, através do direcionamento da urbanização para nordeste da capital, atual Av. Historiador Rubens de Mendonça, onde foi construído o Centro Político Administrativo e consequentemente os conjuntos habitacionais CPA I a IV; e a Sudeste em direção a Av. Fernando C. da Costa, onde estava sendo construída a Universidade Federal de Mato Grosso. A partir daí, com o contínuo aumento populacional, a tendência passou a ser a construção de prédios, casas, residenciais fechados - nem sempre voltados para a questão da preservação ambiental ou qualidade de vida dos indivíduos - dando enfim, origem ao aglomerado conhecido hoje como “A grande Cuiabá”, que engloba a Capital e a cidade vizinha Várzea Grande, que juntas absorvem mais de 700.000 habitantes. O presente trabalho teve como objetivo analisar as conseqüências sócio-ambientais diante do grande crescimento populacional, urbanização acelerada desta Capital e as propostas apresentadas/implantadas com base no Plano Diretor Urbano do Estado(PDDU), para que, a partir de então, presenciemos um desenvolvimento planejado, consciente e sustentável para a Capital.
METODOLOGIA:
Para tanto, adotou-se a pesquisa bibliográfica como base da fundamentação teórica; delimitação da área analisada; trabalho de campo e visitas in loco, com finalidades de averiguar, observar, detectar e avaliar a execução das propostas do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Estado.
RESULTADOS:
O crescimento populacional em Cuiabá teve como resultado a ampliação do espaço construído, a forma de organização da cidade passou por mudanças tanto no campo residencial, comercial e cultural, causando uma descaracterização da identidade local e também um distanciamento entre o social e o ambiental em função das formas de moradia, da divisão funcional entre trabalho e moradia, das formas de transporte, assim como consumo e comportamento dos indivíduos. Em resumo, pode-se afirmar que este crescimento acelerado manifestou-se a nível espacial nos seguintes processos: expansão rápida e desordenada do espaço urbano construído, verticalização e direcionamento imobiliário, aumento acentuado da segregação e fragmentação sócio-espacial, trazendo alterações e problemas ambientais decorrentes da ação humana no meio natural. Diante destas transformações, a partir do final dos anos 80, a Prefeitura Municipal passou a se emprenhar na elaboração de um PDDU, cumprindo assim, as exigências da Constituição de 1988. Das propostas apresentadas, já foram concluídas a reurbanização do bairro Porto, criação do Museu do Rio Cuiabá, saneamento do Córrego Barbado, revitalização do Centro Histórico, criação do Parque Mãe Bonifácia e da Reserva Massao Okamura. Das propostas em via de andamento e em execução podemos citar melhoramento no saneamento básico, implantação de aterro sanitário e de uma política habitacional municipal, iniciativas de cooperação e planejamento inter-municipal, dentre outros.
CONCLUSÕES:
A implantação do PDDU em Cuiabá encontrou dentre os principais obstáculos, os conflitos políticos e institucionais entre a esfera municipal e a esfera estadual. Necessita-se, portanto, repensar a estrutura e a responsabilidade institucional a nível municipal a fim de agilizar a capacidade do Poder Público em ordenar e direcionar o desenvolvimento urbano. Em curto prazo, é preciso neste sentido, uma melhor coordenação da atuação de órgãos estaduais e municipais a nível local, direcionando as formas de expansão do espaço urbano construído, implantando infra-estrutura básica, recuperando as identidades locais e descobrindo soluções adaptadas a estas regiões nas áreas mais diversas (material de construção, conceitos de transporte, saneamento, áreas verdes, etc), envolvendo a comunidade no processo de planejamento destas ações. Agir localmente, pensar globalmente, este é um dos slogans mais citados para caracterizar a nova maneira de pensar na era do desenvolvimento sustentável. Neste sentido é necessário, antes de mais nada, uma redução das disparidades centro-periféricas e sobretudo um melhor controle da força dominadora do capitalismo selvagem da cidade para poder garantir a longo prazo, uma convivência harmônica entre sociedade urbana e espaço.
Palavras-chave:  Qualidade de Vida; Meio Ambiente; Cuiabá.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004