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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DE CHUVAS NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR
Rachel Muylaert Locks Guimarães 1   (autor)   rachel_locks@hotmail.com
Antônio Carlos Andrade Gonçalves 1   (orientador)   acagoncalves@uem.br
Paulo Sérgio Lourenço de Freitas 1   (colaborador)   pslfreitas@uem.br
Altair Bertonha 1   (colaborador)   abertonha@uem.br
Marcos Antonio Trintinalha 1   (colaborador)   mtrintin@bwnet.com.br
1. Depto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO:
O município de Maringá situa-se na região Noroeste do estado do Paraná, com latitude de 230 25’ S e longitude de 510 57’ W. A altitude média é de 540 m e o clima predominante, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo Cfa, mesotérmico úmido com chuvas abundantes no verão e inverno seco, com precipitação média anual de 1500 mm. O solo predominante é caracterizado como (NVd) NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico, A moderado, textura muito argilosa (73% de argila). Embora a produção agrícola nesta região seja usualmente elevada, comparando-se com as médias nacionais, é freqüente a verificação técnica de que períodos de veranicos promovem quebras de produtividade das culturas, particularmente de soja, milho e trigo. O mesmo verifica-se para a fruticultura, que tem se apresentado como opção econômica para a região. Assim, a análise da distribuição de chuvas, segundo uma série histórica, ganha grande importância, para que se possa avaliar estatisticamente as probabilidades de sucesso ou de restrição da produção agrícola, em função deste fenômeno.
METODOLOGIA:
Para o presente estudo, foram tomados os dados de chuva em uma série histórica com 21 anos de duração, entre 1980 e 2000, os quais foram analisados utilizando-se ferramentas da estatística descritiva e análise exploratória dos dados, com o propósito de se descrever a distribuição de chuvas na região, bem como de períodos sem chuva. Avaliou-se a distribuição dos valores médios anuais de precipitação durante este período, a distribuição dos valores médios mensais, ao longo do ano, o número de dias consecutivos sem chuva (período de veranico) e o número total de dias sem chuva em cada mês, tomando-se os valores médios mensais durante os 21 anos da série histórica.
RESULTADOS:
O total anual de chuva apresentou valores entre 1204 e 2224 mm, com média de 1606 e mediana de 1582 mm, com coeficiente de variação de 16,5%, o que é relativamente baixo. Observa-se, no entanto, que nos anos com menores valores de precipitação, o total anual pode ser insuficiente para as culturas. É importante avaliar a distribuição de precipitação, durante o ano, para avaliar a disponibilidade de água para as culturas anuais, as quais se desenvolvem durante apenas alguns meses do ano. A distribuição dos valores mensais de chuva revela que o período de inverno coincide com menores valores, os quais atingem zero em alguns anos, para os meses de julho e agosto. No entanto, a variabilidade ao longo dos anos é grande, sendo representada por CV entre 42 e 104%. Fevereiro apresentou o menor número médio de máximo número de dias consecutivos sem chuva, com o valor 6. Ao longo do ano, esta média cresce até os meses de julho e agosto, quando atinge o valor 18. Isto revela que, de um modo geral, culturas que estejam se desenvolvendo neste período, têm grande probabilidade de sofrer déficit hídrico, em decorrência de veranicos prolongados. O número total de dias sem chuva no mês apresenta distribuição de valores semelhantes, ou seja, os meses de julho e agosto apresentam valores médios de 27 e 26 dias, respectivamente, sem chuva. O mês de fevereiro apresenta o menor valor, com média de 17 dias sem chuva. Isto confirma que o período mais frio corresponde ao período mais seco, em média.
CONCLUSÕES:
A análise da distribuição de chuva na região mostra que, embora os valores anuais de chuva sejam relativamente elevados, há uma irregularidade na distribuição anual que pode comprometer a oferta de água para as culturas, nos anos mais secos. Assim, as culturas anuais devem ser planejadas de forma a evitar a coincidência entre períodos críticos de sensibilidade ao déficit hídrico e os meses de junho, julho e agosto, por estes meses estarem associados a uma grande possibilidade de baixos valores de precipitação. Além disto, os períodos de veranico tendem a ser maiores nestes meses e o número de dias sem chuva apresenta-se, em média, muito elevado, próximo ao número total de dias do mês.
Instituição de fomento: MEC/SESU - PET
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  chuva; precipitação; veranico.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004