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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
IDOSOS HIPERTENSOS E SUAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A HIPERTENSÃO
Susanne Pinheiro Costa 1   (autor)   susannecosta@bol.com.br
Maria do Carmo Eulalio Brasileiro 2   (orientador)   lizvic@terra.com.br
Adriana Alves de Oliveira 3   (autor)   adrianaalvesoliveira@ig.com.br
1. Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Departamento de Psicologia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
3. Departamento de Psicologia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
INTRODUÇÃO:
O envelhecer é um processo natural de vida, não sendo apenas uma questão pessoal de desgaste físico. Embora a maioria dos idosos goze de boa saúde, a incapacidade física está associada ao envelhecimento, pois a certa altura da vida, o organismo todo começa a ser mais claramente afetado pelo desgaste progressivo. Além disso, as artérias e veias perdem elasticidade e se estreitam, tornando a circulação mais difícil e fazendo com que o organismo receba menos oxigênio, fluídos e alimentos carregados pelo sangue. Dentre as várias fragilidades que acontecem com o idoso, o surgimento da hipertensão é a de maior prevalência, sendo uma das doenças que mais se relacionam com a mortalidade e morbidade no idoso. Esse trabalho objetivou analisar as representações que as pessoas portadoras de hipertensão arterial sistêmica têm em torno da sua doença.
METODOLOGIA:
O estudo foi de tipo descritivo-analítico respaldado na Teoria das Representações Sociais de orientação moscoviciana. A amostra constituiu-se por 21 idosos com diagnóstico prévio de hipertensão, domiciliados na cidade de Campina Grande-PB e cadastrados em postos de saúde. As técnicas utilizadas foram a associação livre de palavras e entrevista semi-estruturada. A análise das falas categorizou e analisou-as em temas.
RESULTADOS:
Os dados sociodemográficos evidenciaram que os participantes apresentaram média de idade de diagnóstico da doença igual a 59 anos, havendo supremacia de casados (55%) e aposentados (73%), predomínio do sexo feminino (73%), destaque para a religião católica (64%) e pessoas não alfabetizadas (55%). A profissão “do lar” (36%) superou as outras. Dos idosos pesquisados, 91% fazem uso atual de medicação prescrita, mas 73% faz conjuntamente uso de auto-medicação. Anteriormente à doença, 55% relatou fazer uso de tabaco, e 36% de álcool, mas após o diagnóstico somente 9% deu continuidade ao uso de fumo e nenhum fez mais uso de bebidas alcoólicas. Uma percentagem de 55% citou possuir histórias familiares pregressas de doenças cardíacas, e 64% praticava atividades físicas diariamente. Através da associação de palavras chegou-se aos prováveis elementos do Núcleo Central das Representações da Hipertensão: as categorias “Doença e Remédio”, tendo em volta como elementos periféricos “Médico e Amor”. A análise das entrevistas resultou em categorias que expressam as vivências dos entrevistados, sendo elas: “Saberes sobre hipertensão; Experiência de ser hipertenso; Descoberta da doença; Mudança do estilo de vida; Sentimentos relacionados à hipertensão”.
CONCLUSÕES:
Houve uma disseminação da doença no sexo feminino. O baixo nível escolar pode ser admitido porque o estudo foi feito com idosos, e antigamente o valor dado à escola era diferente do que se vê atualmente. Ressalta-se o bom nível de consciência quanto aos malefícios causados pelos hábitos de beber e fumar, e importância da visita ao médico especialista. Demonstraram apego a sua fé para confortarem-se com a irreversibilidade da doença. A ligação ocasionada entre a Hipertensão e o uso contínuo dos medicamentos traduz a Representação Social da Hipertensão por idosos hipertensos, evidenciando que a patologia influencia diretamente o cotidiano dessas pessoas.
Instituição de fomento: PIBIC/UEPB/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Representações Sociais; Idosos; Hipertensão.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004