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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: ENSINO DE FÍSICA PARA UM ALUNO COM TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO (SÍNDROME DE ASPERGER)
Marcos Cesar Danhoni Neves 1   (orientador)   macedane@yahoo.com.br
Nerli Nonato Ribeiro Mori 2   (co-orientador)   r.mori@wnet.com.br
Aline Rosado 1   (autor)   aline@dfi.uem.br
Fabiana Ribeiro de Almeida 1   (autor)   fabifisica@hotmail.com
Fábio Ramos da Silva 1   (autor)   faramos@pop.com.br
Mônica Bordim Sanches 1   (autor)   monicabordim@yahoo.com.br
1. Depto. de Física, Universidade Estadual de Maringá - UEM.
2. Dept. de Teoria e Prática da Educação, Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO:
Procuramos através deste trabalho, o desenvolvimento de um método de ensino de física para pessoas portadoras de “Transtorno Invasivo do Desenvolvimento” (“Síndrome de Asperger”), bem como fornecer novas ferramentas e dados para pesquisadores de áreas relacionadas ao estudo desta patologia, tais como psicólogos e psiquiatras.
A Síndrome de Asperger está classificada no DSM-IV – Manual de Transtornos Mentais como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. O quadro foi descrito pela primeira vez por Hans Asperger entre 1943 e 1944 e nomeado como “Psicopatia Autística”, que seria uma anormalidade da personalidade, com inata e determinada singularidade caracteriológica que leva o indivíduo a ser apenas ele mesmo, sem realizar as necessárias trocas com o meio em que vive.
Este trabalho nos rendeu um projeto, onde foi discutido e planejado por um grupo de estudos constituído no âmbito do PET – Física (Programa de Educação Tutorial) e do PROPAE (Programa Interdisciplinar de Pesquisa e Apoio a Excepcionalidade - UEM) envolvendo o tutor do PET do Departamento de Física e uma pesquisadora do Departamento de Teoria e Prática da Educação.
METODOLOGIA:
Todos as observações foram obtidas a partir de aulas ministradas semanalmente. Essas aulas foram propostas pelo PROPAE, que já desenvolvia um projeto com pessoas portadoras desta síndrome. Tinha-se constatado que um estudante com características de autismo apresentava sérias dificuldades no aprendizado de disciplinas na área de exatas, em especial com a física. Para o desenvolvimento destas aulas, procuramos então, uma relação direta professor-aluno, usando uma metodologia de ensino que variava desde a matematização, ou seja, explicação centrada em fórmulas, até aquela que utilizava métodos não ortodoxos, tais como a elaboração de um “jogo” interativo de perguntas e respostas, o uso da ludofísica, e de física experimental, não deixando de utilizar os métodos mais tradicionais presentes nas escolas de Ensino Médio.
RESULTADOS:
A metodologia aplicada que propiciou melhores resultados foi a unificação do método tradicional de ensino (Ensino Médio) com certas variações, tais como o uso da ludofísica e incrementos computacionais. Observou-se também a facilidade com que o aluno se posicionava diante do quadro-negro, para a resolução de um exercício. A interação com esse aluno também nos propiciou um conhecimento maior sobre a síndrome.
CONCLUSÕES:
Mesmo sendo um trabalho recente, acreditamos poder tirar conclusões maduras em relação à metodologia aplicada. Notamos que usando a matematização, o aprendizado por parte do aluno autista torna-se mais difícil, pois o mesmo encontra dificuldades na percepção da relação causal entre fórmulas e fatos. Percebemos também que, para as avaliações, a melhor forma de expressão do aluno foi a oralidade.
Para tanto, é fundamental que todos os professores envolvidos em Educação Especial tenham a consciência de que uma parcela de seus alunos tem, na verdade, necessidades especiais de aprendizado, o que os colocam em níveis similares aos dos alunos em geral.
É de suma importância que os educadores que trabalham com pessoas autistas se unam em torno do desenvolvimento de um método de ensino que possa ser aplicado em qualquer região do país de forma eficaz e funcional e, assim, iniciar um processo duradouro de inserção social para pessoas tão capazes quanto qualquer outra.
Instituição de fomento: SESu - MEC
Palavras-chave:  Asperger; Ensino; Física.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004